(MT 22,15-21)
São Lucas
Estamos em festa na liturgia
da Igreja, pois lembramos a
vida e o testemunho do
evangelista São Lucas.
Nasceu em Antioquia da
Síria, médico de profissão
foi convertido pelo apóstolo
São Paulo, de quem se tornou inseparável e fiel companheiro de
missão. Colaborador no apostolado, o grande apóstolo dos gentios,
em diversos lugares, externa a alta consideração que tinha por Lucas,
como portador de zelo e fidelidade no coração. Ambos fazem várias
viagens apostólicas, tornando-se um dos primeiros missionários do
mundo greco-romano. Tornou-se excepcional para a vida da Igreja
por ter sido dócil ao Espírito Santo, que o capacitou com o carisma
da inspiração e da vivência comunitária, resultando no Evangelho
segundo Lucas e na primeira história da Igreja, conhecida como
Atos dos Apóstolos.
No Evangelho segundo Lucas, encontramos o Cristo, amor universal,
que se revela a todos e chama Zaqueu, Maria Madalena, garante
o Céu para o “bom” ladrão e conta as lindas parábolas do pai
misericordioso e do bom samaritano. Nos Atos dos Apóstolos,
que poderia também se chamar Atos do Espírito Santo,
deparamos com a ascensão do Cristo, que promete o
batismo no Espírito Santo, fato que se cumpre no dia de
Pentecostes, e é inaugurada a Igreja, que desde então
vem evangelizando com coragem, ousadia e amor
incansável todos os povos.
Uma tradição – que recolheu no séc. XIV Nicéforo Calisto,
inspirado numa frase de Teodoro, escritor do século VI –
diz-nos que São Lucas foi pintor e fala-nos duma imagem
de Nossa Senhora saída do seu pincel. Santo Agostinho,
no século IV, diz-nos pela sua parte que não conhecemos
o retrato de Maria; e Santo Ambrósio, com sentido espiritual,
diz-nos que era figura de bondade. Este é o retrato que nos
transmitiu São Lucas da Virgem Maria: o seu retrato moral, a
bondade da sua alma. O Evangelho de boa parte das Missas de
Maria Santíssima é tomado de São Lucas, porque foi ele quem
mais longamente nos contou a sua vida e nos descobriu o seu
Coração. Duas vezes esteve preso São Paulo em Roma e nos
dois cativeiros teve consigo São Lucas, “médico queridíssimo”.
Ajudava-o no seu apostolado, consolava-o nos seus trabalhos e
atendia-o e curava-o com solicitude nos seus padecimentos
corporais. No segundo cativeiro, do ano 67, pouco antes do
martírio, escreve a Timóteo que “Lucas é o único companheiro”
na sua prisão. Os outros tinham-no abandonado. O historiador
São Jerônimo afirma que Lucas viveu a missão até a idade de
84 anos, terminando sua vida com o martírio. Por isso, no hino
das Laudes rezamos: “Cantamos hoje, Lucas, teu martírio, teu
sangue derramado por Jesus, os dois livros que trazes nos teus
braços e o teu halo de luz”. É considerado o Padroeiro dos
médicos, por também ele ter exercido esse ofício, conforme
diz São Paulo aos Colossenses (4,14): “Saúda-vos Lucas,
nosso querido médico”.
São Lucas, rogai por nós!
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