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MATEUS - 5, 17 - 19 - EVANGELHO DO DIA 10 DE JUNHO DE 2020 - REALIDADE ESPIRITUAL - GRUPO DE NATUREZA ALIENÍGENA - GNA
(MT 5,17-19)
SÃO JOSÉ DE ANCHIETA, APÓSTOLO E PADROEIRO DO BRASIL
Os primeiros anos
de um apóstolo
Próxima a um vulcão,
na ilha canária de
Tenerife, a ternura
de Deus tece, através
dos afetos de Mência
Dias
e Juan López o menino
José que nasce em 19
de março de 1534 na
cidade de São Cristobal de la Laguna. Durante sua infância, recebe
dos seus pais uma educação profundamente cristã. Também foram
eles quem o instruíram em suas primeiras letras. Aos 12 anos, seus
pais o enviam a Portugal para estudar no Colégio das Artes.
Em Coimbra, o jovem conhece de perto a vida agitada de uma cidade europeia com sua beleza e dificuldades, oportunidades e riscos. Ainda adolescente consagra-se inteiramente aos cuidados da Virgem Maria.
Na Igreja dos jesuítas, José de Anchieta serve como coroinha em
todas as Missas que pode, chegando a frequentar até 8 missas diárias.
A fama da nova Ordem religiosa chamada Companhia de Jesus,
fundada por Santo Inácio de Loyola, se espalha por toda a Europa
através do testemunho de seus primeiros missionários, como Francisco Xavier e tantos outros, que partem com o alforje repleto de
sementes do Evangelho para semeá-las nos novos mundos.
Deste modo a Companhia de Jesus faz arder o coração do jovem
José e este não atrasa sua resposta. Aos 17 anos, Anchieta
abraça com todo entusiasmo aquele novo carisma que despontava
na Igreja e no mundo. O jovem José torna-se jesuíta.
Enfermidade ou oportunidade de evangelizar?
José anda triste e com fortes dores pelos corredores do Noviciado.
Uma espécie de tuberculose óssea toma o seu corpo. O Pe. Simão
Rodrigues, provincial de Portugal, percebendo a tristeza do jovem
noviço lhe pergunta: “Como estás meu querido José?” – “Muito
mal querido padre!” responde o noviço. O padre Rodrigues observa a tamanha tristeza evidente no olhar do noviço e lhe faz outra
pergunta: “Se o Senhor o quiser deste modo, você vai aceitar
viver desta maneira com alegria?” Essas palavras consolam o
coração do jovem jesuíta.
Deste modo, inspirado pelas cartas dos missionários Francisco
Xavier e Manuel da Nóbrega, parte para o Brasil, aos 19 anos,
na terceira leva de jesuítas destinados ao Brasil, o jovem José
de Anchieta.
No dia 13 de julho de 1553, após dois meses de viagem, chega
a salvador aquele jovem enfermo que se tornará o Apóstolo do
Brasil. Daqui para a frente, sua vida é devotada totalmente ao
serviço dos nativos chamados indígenas. Aprende velozmente
sua língua, o Tupi. Escreve uma gramática para que outros
também possam aprendê-la. Assim, Anchieta não mede esforços
para que sua vida na Terra de Santa Cruz seja a cada instante
vivida para a maior glória de Deus.
Poeta da Virgem Maria
Ao largo dos 44 anos de Anchieta no Brasil, não faltaram
dificuldades na vida do missionário. Em Iperuí, atual cidade
de Ubatuba/SP, o missionário, já com 29 anos, se oferece como
refém em nome de um tratado de paz. Naquele local, Anchieta
experimenta um dos momentos mais difíceis de sua vida. Recebe
frequentes ameaças de morte, tentações contra a castidade e
sente imensa solidão. Através de sua alma artística, promete
compor um poema com quase seis mil versos para narrar a
história da Virgem Maria.
Anchieta amava a arte, com sua sensibilidade e gosto também
pelo teatro, o apóstolo compôs inúmeras peças que passaram
a ser apresentadas em diversos lugares para evangelizar. Escreveu
cartas que se tornaram relevantes para a História do Brasil. Por
todos esses portentos, Anchieta, além de ser considerado o pai
do teatro e da literatura brasileira, é ainda estimado como o primeiro promotor da cultura no Brasil. Foi professor, poeta, teatrólogo,
gramático, botânico, fundador de cidades e muito mais porque
sempre conservou a oração constante, a devoção, a caridade, a
mansidão, a obediência, a humildade, a pobreza, a ordem, a
disciplina, a castidade, a paciência e principalmente a confiança
em Deus.
Fidelidade até os últimos dias
Os últimos momentos da vida de Anchieta foram vividos em
Reritiba (Atual cidade de Anchieta-ES). Alí, mesmo com a
enfermidade bastante avançada, não permitia que esta o
impedisse de servir. Nas suas últimas horas, ainda se levantou
do seu leito para preparar um remédio a um companheiro que
estava enfermo. E quando dava seus lentos passos para servir
seu irmão, sofreu um ataque que pôs fim à sua vida. Estava
com 63 anos. Era o dia 9 de junho de 1597.
Ao receber esta triste notícia, aqueles a quem o Pe. Anchieta
havia, por toda sua vida, servido, protegido e defendido,
aclamavam: «Morreu o nosso pai. O que nos amava como
filhos. O que deu a vida por nós!»
O corpo de Anchieta foi levado até Vitória, onde foi sepultado.
Durante a Missa de corpo presente, foi aclamado pelo Bispo
Dom Bartolomeu, «Apóstolo do Brasil». No dia 22 de junho de
1980, o Papa João Paulo II o declarou Bem Aventurado. Em 3
de abril de 2014, após mais de 4 séculos de espera, Francisco,
o primeiro papa jesuíta da História, canonizou o jovem canário
que veio ao Brasil aos 19 anos e plantou o nome de Cristo no
coração da nossa Nação.
Milagres de ontem e de hoje
Deus favoreceu José de Anchieta com inúmeros dons e através
da sua oração muitos alcançaram milagres.
São incontáveis os testemunhos de pessoas que presenciaram
fenômenos de levitação, luzes e músicas celestiais enquanto
orava e celebrava a Missa. Os índios até o apelidaram de
"caraibebé" que em Tupi significa "homem de asas"
porque andava quilômetros em apenas alguns segundos.
Outro notável prodígio era a obediência que os animais
selvagens lhes tinham. Os índios se maravilhavam tanto
com tais portentos que o chamavam também de "pagé guaçu"
que significa pagé maior, o mais poderoso.
As curas milagrosas de doentes eram constantes em sua vida
como, por exemplo, aconteceu em 1588 na cidade de
Carapina/ES a cura do menino Estevão Machado, mudo
de nascença. E em 1591, aconteceu a cura do índio Suaçú
que tinha uma deficiência motora e passou a caminhar
normalmente depois do clamor infalível de Anchieta aos Céus.
Durante mais de quatro séculos, desde a morte de Anchieta,
inúmeras pessoas recorrem a São José de Anchieta para pedir
e agradecer por graças alcançadas. Hoje, ao lado de Deus
e de sua tão amada Virgem Maria, São José de Anchieta
continua a pedir por todos os que o invocam com fé,
especialmente por seus filhos brasileiros que ele tanto amou.
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