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A Voz de Betânia
Julho de 2017
Ano XXIV – N.º 43
“E todos os que criam estavam juntos,
e tinham tudo em comum.” (Actos 2:44)
Neste número:
- Rasgou-se o Véu
- “Recados do Pai”
- Excertos d’O Grande Evangelho de João
- Explicação de Textos da Escritura Sagrada
- O Medo da Incerteza
- Notícias de Betânia
“RASGOU-SE O VÉU”
O título da nossa reflexão toma as palavras iniciais que nos
foram ditadas pelo Pai: “Rasgou-se o véu e naquele tempo sobre vós
veio o caminho da Salvação.” Este acontecimento de transcendência
espiritual que abrangeu todo o Universo é relatado unicamente no
Evangelho de Mateus: “E Jesus, clamando outra vez com grande
voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois,
de alto a baixo...” [1]
A revelação d’O Grande Evangelho de João não abrange
infelizmente esta parte do ministério físico de Jesus, pois foi
encerrada antes; por essa razão não temos mais pormenores sobre
este acontecimento tão importante, deixando-nos somente o relato
bíblico, tantas vezes analisado.
Sabemos que foi propósito de Deus interromper o ditado desta
grande obra. Perguntámos ao Senhor a razão que O levou a fazê-Lo;
Ele transmitiu-nos a seguinte mensagem: “O Grande Evangelho
parou no momento certo, porque forças contrárias se levantaram
para desviar o rumo da Minha Obra. A seu momento terá
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continuidade, mas o que existe já vos mostra o caminho. Só um cego
espiritual não vê.”
Dois factos importantes estão relacionados com Jesus e o
Templo de Jerusalém. O primeiro está relacionado com a Arca da
Aliança que se encontrava no lugar Santíssimo (Êxodo 25:10-22) e o
Véu que vedava este lugar dos olhares profanos (Êxodo 26:31-34).
Embora o véu seja o alvo da nossa atenção, convém
conhecermos também algo sobre a Arca e o seu poder ou
manifestações externas que aconteciam quando ela estava
cumprindo o propósito de Deus. Citaremos um diálogo entre Lázaro
e Jesus, quando ambos contemplavam a cidade de Jerusalém e o seu
templo sumptuoso em que a arca é mencionada: “Ao observarmos a
cidade com os seus palácios sumptuosos inundados da luz do Sol,
Lázaro diz: Que sumptuosidade apresenta esta metrópole. E quanta
perversidade precisamente naqueles que deveriam dar bom exemplo.
Eis lá em baixo o Templo, para cuja construção o próprio David
juntou o material. Seu filho Salomão o construiu a fim de que o
povo judaico lá se reunisse em determinadas épocas para dar
honras a Deus. Quem, hoje em dia, exige honrarias? Os miseráveis
fariseus, escribas e sacerdotes. A antiga e milagrosa Arca da União
há vinte e quatro anos se acha no arquivo das relíquias
ineficazes...” [2] Através desta afirmação de Lázaro na presença de
Jesus, deduzimos que o tempo mencionado corresponde ao período
que se inicia com a apresentação de Jesus no templo, para fazer a
Sua prova de maturidade como Varão judeu (a cerimónia do Bar
Mitzvá - ver a obra ‘O Menino Jesus no Templo’). Nos muitos diálogos
entre o Menino Jesus e os fariseus, foi-lhes demonstrado pela
Escritura que Ele era o Messias esperado. Portanto, desde o
surgimento do Messias, a Arca deixou de ter valor, pois havia
chegado Aquele que era maior que a Arca; esta e todas as outras
figuras proféticas que apontavam a pessoa de Jesus deixaram de
exercer a sua função. Um tempo novo havia chegado e um novo
templo havia sido inaugurado: o templo verdadeiro no coração do
homem, como atesta a Escritura: “Não sabeis vós que sois o templo
de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” [3]
Como a Arca verdadeira deixou de ter utilidade, os fariseus
mandaram construir outra com engrenagens mecânicas, ludibriando
os incautos a quem a mostravam a troco de dinheiro, conforme
vimos no diálogo entre Lázaro e Jesus.
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Quanto ao véu do templo que é alvo da nossa reflexão,
convém citar uma passagem que nos revela o papel especial e
profético de Maria.
A mãe de Jesus, quando criança, foi criada no templo; já muito
perto de se tornar mãe do Salvador, foi-lhe atribuída uma tarefa no
restauro do véu que anos mais tarde haveria de rasgar-se com a
morte do seu Filho. É dito: “O sumo-sacerdote, então, lembrou-se de
Maria, igualmente daquela estirpe que fora entregue aos cuidados
de José (...) Ouvi-me, virgens do tronco de David, que segundo a
vontade de Deus determinara que o bordado fino do reposteiro a
separar o santíssimo do templo deveria ser sempre executado pelas
virgens do tronco dele, legando por testamento que o trabalho
deveria ser executado após sorteio e de acordo com as aptidões de
cada uma (...) Maria, filha de Ana e Joaquim, recebeu a incumbência
dos fios escarlate e púrpura (...) Tal facto se dera quando Zacarias
emudeceu por ocasião de um sacrifício no templo (...) Maria era
parente de Zacarias (...) Todos os que vinham a casa de José
admiravam-se da extraordinária habilidade de Maria (...) Em três
dias ela terminou essa tarefa e sem demora apanhou o fio de
púrpura, havendo necessidade de humedecê-lo constantemente,
Maria várias vezes pegava no cântaro para buscar água no poço.”
[4]
Maria ficou então com a incumbência de bordar a parte que
era trabalhada com os fios de escarlate e púrpura. A profecia está
patente: o escarlate aponta o Sangue e o Sacrifício de Jesus; a
púrpura aponta a Sua Realeza, como descendente de Davi e também
como Rei e Senhor de tudo.
Estes “dois fios” foram precisamente os que mais fizeram
sofrer Maria, como lhe havia sido dito por Simeão: “...Eis que este
(Jesus) é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para
sinal que é contraditado (e uma espada trespassará também a tua
própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos
corações.” [5]
Realmente isto aconteceu com Maria que, sabendo da Missão
de Seu Filho, teve de testemunhar com os seus próprios olhos a Sua
humilhação e a cruz em que Jesus foi pendurado, vertendo o Seu
Sangue para remissão dos pecados da humanidade. (João 19:25)
Desde os primórdios, Deus nunca permitiu que as Suas
criaturas O vissem. Até Moisés que teve o privilégio de lidar com
Ele com frequência, ouvindo a Sua Voz e dialogando com Ele como
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um igual, quando desejou ver a Sua Face, recebeu a seguinte
resposta: “Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum
verá a minha face, e viverá.” [6]
Foi Jesus que nos mostrou o Pai, pois Ele é o Emanuel, o Deus
connosco. Em Jesus, Deus veio habitar com as Suas criaturas
mostrando-lhes o Seu grande Amor.
Ao longo de toda a Sua existência como Filho do Homem,
Jesus deixou-nos o Seu exemplo, abrindo-nos o Caminho e
mostrando a Verdade libertadora; mas a Vida, que também estava
n’Ele, só nos foi outorgada pela Sua morte sacrificial, quando o véu
do templo se rasgou em dois, de alto a baixo (do céu à terra), e o
acesso à Eternidade foi franqueado em plenitude. Esta é a razão por
que no ditado deste número nos é dito: “Nada mais podeis, sem Me
encontrar no caminho.”
Por que o Pai nos diz estas palavras?
Porque a nossa vivência espiritual, ou melhor, a nossa
Salvação, forçosamente tem de passar pela Pessoa de Jesus, só Ele é
e será por toda a Eternidade o nosso Deus, Rei, Senhor, Pai e
Salvador.
Hoje em dia, em meio de tantas denominações cristãs e linhas
de pensamento diverso, existe uma certa dificuldade em
compreender o valor do sacrifício de Jesus e a importância e
necessidade do Calvário para a nossa libertação, pois Ele é
apresentado na maioria das vezes como Alguém que resolve os
nossos problemas materiais, e não como Aquele que nos convida a
segui-Lo, renunciando ao mundo e carregando a cruz.
Em meio a uma controvérsia na igreja de Corinto, o apóstolo
Paulo só se preocupou em saber destes irmãos quem era Jesus para
eles: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo,
e este crucificado.” [7]
Da mesma forma, hoje e sempre, a Pedra fundamental que é
Jesus não pode ser contornada, pois foi o Seu Amor que nos
permitiu ter acesso não somente ao primeiro, ou segundo, mas sim
ao terceiro céu, lugar por excelência de prémio na Eternidade com
Deus.
Vivamos a vida na comunhão com Ele e não mais existirá
qualquer “véu” ou “parede” que nos impeça de chegar àquele
patamar espiritual. Paulo testemunhou da sua própria experiência,
dizendo: “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no
corpo não sei, se fora do corpo não sei, Deus o sabe) foi arrebatado
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até ao terceiro céu (...) Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras
inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.” [8]
As experiências de tantos podem ser vivenciadas por qualquer
um de nós, dependendo do grau de comunhão com o Pai.
Se existem pessoas que desde o berço foram encaminhados
para conhecer Jesus, outros, infelizmente, não tiveram essa
oportunidade e trilharam caminhos diversos. Mas para todos estes
valem as palavras do Pai que nos foram ditadas: “O que varia é o
tempo e o local.”
Se o leitor chegou até aqui e não tem uma real experiência
espiritual com Deus, hoje é o tempo, como nos alerta a Escritura:
“Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz,
não endureçais os vossos corações.” [9]
Não endurecer os nossos corações, nada mais é do que
abrirmos a nossa mente, qual janela, para que entre o Sol - Jesus em
Sua Plenitude é o Sol Espiritual que tudo ilumina e aquece. Também
isto nos foi lembrado neste ditado: “Deixai o Sol entrar nas vossas
casas. Eu sou a Luz, Eu sou o vosso Sol.”
A Escritura atesta esta verdade pontual, com a Verdade
Eterna, em que o próprio Cristo diz: “Eis que estou à porta, e bato;
se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e
com ele cearei, e ele comigo.” [10]
Franqueemos a porta ao primeiro bater de Jesus e não nos
vamos arrepender da atitude tomada.
Fraternalmente em Cristo.
Pr. Egídio
[1] Mateus 27:50-51 [2] O Grande Evangelho de João – VI – 173:1 [3] I
Coríntios 3:16 [4] A Infância de Jesus – cap.2 [5] Lucas 2:34-35 [6] Êxodo
33:18-20 [7] I Coríntios 2:1 [8] II Coríntios 12:2-4 [9] Hebreus 3:7-8 [10]
Apocalipse 3:20.
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“RECADOS DO PAI”
“Rasgou-se o véu e naquele tempo sobre vós veio o caminho
da Salvação.
Nada mais podeis, sem Me encontrar no caminho. O que varia
é o tempo e o local.
Todo o pai aconselha o filho a trilhar o melhor caminho para
que não tenha percalços, mas são poucos os que acatam o conselho.
Vós gostais de experimentar, vós gostais de transgredir, vós
sois fracos no espírito e deixais-vos levar. E o momento sendo
chegado, correis para o Pai porque da terra só colheis dor e
tormenta; de Mim colheis a Paz, o Amor, a Serenidade do Espírito.
Procurai pensar em Mim e aos poucos Eu me achegarei a vós.
Persisti em Mim e o caminho se vos abrirá e por certo será
encontrardes a Verdade e a Vida Eterna.
Deixai o Sol entrar nas vossas casas. Eu sou a Luz, Eu sou o
vosso Sol.
Todas as casas devem ser iluminadas e se possível com
janelas que deixem os raios do Sol penetrarem. O Sol purifica, limpa
e transmite a Minha luz no vosso espaço.
Quando acordais de manhã, abri as persianas das vossas
janelas e deixai entrar o Sol em cada divisória da casa. Abri um
pouco as janelas, cinco centímetros em cada divisão, pelo menos
dez minutos por dia e deixai o ar entrar e circular.
Secai a vossa roupa ao Sol e apanhai-a antes do Sol se pôr.
E vós, como templo que sois do Pai, deixai também o Sol
invadir-vos com cuidado e protecção, mas aquecendo o vosso
coração.
Eu sou a Luz, Eu sou a Luz do mundo, Eu curo, Eu liberto, Eu
entro em tudo através dos raios do Sol e pela força do Espírito.
Recebei-Me todos os dias ao nascer do Sol, orai ao Sol se pôr e
esperai em Mim durante a noite, que Eu vos protegerei. Do vosso
Pai.”
***
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EXCERTOS D’O GRANDE EVANGELHO DE JOÃO
REFLEXÕES DO SENHOR
À VISTA DE JERUSALÉM
Ao observarmos a cidade com os seus palácios sumptuosos inundados
da luz do Sol, Lázaro diz: “Que sumptuosidade apresenta esta metrópole! E
quanta perversidade precisamente naqueles que deveriam dar bom exemplo.
Eis lá em baixo o Templo, para cuja construção o próprio David juntou o
material. Seu filho Salomão o construiu a fim de que o povo judaico lá se
reunisse em determinadas épocas para dar Honras a Deus. Quem, hoje em dia,
exige honrarias? Os miseráveis fariseus, escribas e sacerdotes. A antiga e
milagrosa Arca da União há vinte e quatro anos se acha no arquivo
das relíquias ineficazes, e a nova também não faz efeito. Entretanto, esta
recebe maiores oferendas que a antiga.
Por aí se vê como a multidão é enganada pelos templários; não
acreditam em Deus Único e Verdadeiro, pelo ultraje das Suas Leis dadas a
Moisés e aos demais profetas, impondo os seus próprios princípios, impossíveis
de merecer crédito para criaturas sensatas. Todo o mundo geme sob o peso
insuportável por parte dos fariseus, entretanto nenhum tem coragem para
denunciá-los.
Somente Tu, Senhor, abriste os olhos dos homens para saberem a
quantas andam com o sinédrio. De nada adianta, pois fazem atrevidamente o
que querem e não há raio que os atinja em cheio. Em vez de aceitarem a Tua
Boa Nova com toda a alegria, amaldiçoam aqueles que a aceitam.”
Digo Eu: “Caro irmão, não te alteres demais; já sabes necessitar tudo de
tempo determinado nesta Terra, e não ser possível partir-se um velho cedro
como se faz a uma vara frágil. Vê, ficarei aqui por alguns dias e doutrinarei
diariamente no Templo, durante sete dias. Levará benefício quem se converter;
os que persistirem em sua teimosia e subsequente maldade perecerão no dia do
juízo, que irromperá sobre Jerusalém e todas as criaturas.
Antes deste acontecimento se abater sobre todos os ateus, surgirão
grandes sinais no Céu e na Terra. Ainda não será isto o fim e apenas a
esperança de que alguém venha a salvar-se. E caso os sinais não forem
considerados, virá grande tribulação para que as criaturas se convertam a
Deus. Se isto também não frutificar, enviarei profetas que tentarão com voz
poderosa qual trombeta, despertar todos os mortos. Os que se deixarem
despertar à Luz da Vida ressuscitarão para a Vida Eterna; aqueles que, com tal
chamada dos Meus mensageiros, despertarem a sua ira e revolta contra Mim e
o Meu Verbo, ressuscitarão, não para a vida, mas para a morte pelo
julgamento, e serão atirados à treva eterna no julgamento, onde existe choro e
ranger de dentes.
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Todo o homem justo deve fugir quando vier o julgamento. Quem se
encontrar no cume do conhecimento das Verdades puras e divinas não
deve descer para apanhar a sua velha vestimenta (o ensino dos fariseus),
e sim convém ficar nas alturas luminosas. E quem estiver no campo do
novo desempenho dentro da Minha Doutrina não deve voltar à antiga
pátria das cerimónias, fúteis e sem valor, mas permanecer na nova
pista, conservando a vida!
Dar-se-á estarem dois homens em uma casa quando vier o
julgamento; um será salvo, o outro perecerá. Quem agir pela Minha
Doutrina escapará; quem a possuir e agir pelo antigo fermento dos fariseus
será aniquilado.
De igual modo haverá dois no campo e dois no moinho; e sempre
um será aceite para a vida eterna e o outro deixado no julgamento. Por
isso, precavei-vos do antigo fermento dos fariseus; pois com ele ninguém
escapará do julgamento.”
A PREDIÇÃO DO ACTUAL JULGAMENTO
(O Senhor): “O julgamento de Jerusalém se repetirá quando eu
exterminar a grande prostituta de Babel e será idêntico ao da época de
Noé, de Sodoma e Gomorra. Dar-se-ão grandes sinais sobre a terra, no
mar e no Céu, e despertarei servos que por Mim profetizarão a
proximidade do grande julgamento. O orgulho dos homens, porém, não
lhes prestará ouvidos e nenhum acreditará, ridicularizando-os como
tolos. Precisamente isso será a prova certa do julgamento, cujo fogo
dizimará os malfeitores.
Muitos jovens terão visões e muitas moças vaticinarão coisas
futuras (Joel 2:28-32). Felizes serão aqueles que se regenerarem com estes
avisos. Tal época será facilmente reconhecida, como na primavera
irrompem os brotos da figueira.
Haverá guerras isoladas e um povo desafiará outro; a carestia
será enorme e aparecerão muitas moléstias pestilentas, como nunca as
houve. Isto tudo será precedido de grandes terremotos, para
despertarem as criaturas à penitência e à caridade. Felizes os que se
modificarem por isto.
Muitos, porém, não se perturbarão, atribuindo tais factos às
forças da Natureza. Por causa do Meu Nome vários serão lançados ao
cárcere, sendo-lhes proibido, com ameaças, de falar em futuro julgamento; pois
quem não agir a mando da grande prostituta de Babel será perseguido.
Tudo isto se dará perto de setecentos anos antes, a fim de que
ninguém venha a dizer não ter sido avisado. A contar de agora, não
passarão dois mil anos para se apresentar o grande julgamento e será
o último nesta Terra. Só então se estabelecerá o Paraíso sobre a
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mesma e o lobo habitará com a ovelha comendo numa só vasilha.
(Isaías 11:6-10)
Nas proximidades do julgamento se apresentará o sinal do Filho
do Homem, no Céu, isto é: o Céu na criatura Me reconhecerá como
Senhor Único de Céus e Terra, e a sua alma Me louvará. Mas ainda
não será o aperfeiçoamento do homem. Quando, porém, vier com toda
clareza nas nuvens celestes com todas as glórias do Céu, na palavra viva cujo
som será idêntico às trombetas de guerra e julgamento e no verdadeiro Céu no
coração humano – terá chegado o julgamento.
O homem justo entrará na Minha Glória e os malfeitores serão
liquidados pelo fogo da Minha Ira Justa, ingressando no inferno das suas
acções maldosas, preparado para todos os demónios incorrigíveis. Pois quem
escolhe o inferno, de livre vontade, será amaldiçoado por ele mesmo. O bem
será eternamente o bem, e o mal perdurará sempre o mal, servindo de base
condenadora e escabelo para os Meus Pés.
Eu Mesmo a ninguém condenarei como Deus Eterno; isso será feito
pelo Meu Verbo que vos dirigi. Pois quando tiver subido ao Meu Reino,
jamais voltarei à Terra, em carne, e sim, somente em Espírito, e será
como foi no início: No Princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus e Deus
Mesmo era o Verbo. O Verbo encarnou e viveu entre as criaturas. Ele, ou seja,
Eu, vim junto dos Meus e eles, não Me reconheceram; pois o mundo e a carne
deles os haviam cegado e emudecido.
Estou entre vós como homem, por isso não vos posso transmitir
todo o poder e força do Meu Espírito. Mas quando estiver entre vós,
em Espírito, transmitirei todo o Poder e Força do Meu Espírito, que
sou Eu Mesmo desde Eternidades. Em Espírito e no Seu Poder ficarei entre
vós até ao fim dos tempos desta Terra até que o último espírito condenado dela
se tenha libertado. Com este planeta se apagará para sempre o berço dos
filhos de Deus. A partir daí tudo será julgado espiritualmente.
Já vos falei e demonstrei por diversas vezes o futuro desta Terra.
Aguardai com paciência a libertação segura e não desejeis um julgamento
mundial antes do tempo. Quando chegar, será cedo para vós e muito mais
para aqueles que serão julgados; pois no julgamento, Amor e Misericórdia se
acham afastados, e cada alma será entregue à sua própria ajuda, para que
venha a sentir quão inútil foi o socorro temporal das criaturas mundanas.
Agora, dizei-Me se compreendestes tudo isto.”
(O Grande Evangelho de João – VI – 173,174)
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EXPLICAÇÃO DE TEXTOS DA ESCRITURA SAGRADA
(Revelação dada pelo Senhor ao profeta Jakob Lorber)
Capítulo 11
“ E ele, lançando de si a sua capa,
levantou-se, e foi ter com Jesus.”
(Marcos 10:50)
Por que o cego Bartimeu se desfez da sua capa? Ele podia ter ido
junto de Jesus com ela quando Ele o chamou. O cego era prudente, pois
calculou que a capa pesada o impediria de correr. Assim, desfez-se do
empecilho que dificultava o seu andar, aproximando-se rapidamente do
Senhor para receber a luz de seus olhos.
Este cego é um intelectual que no entanto tem consciência da sua
cegueira e sabe Quem o poderia curar.
Há muitos de tais cegos pelos caminhos e outros tacteiam pelos
cantos. Mas os primeiros adormecem dopados pelo ópio da sua sapiência e
sonham acordados. No atordoamento do seu sonho intelectual ignoram
quando o Senhor caminha perto deles e que também são cegos. Por isso, não
chamam: “Filho de Davi, ajuda-me!”
Outros que tacteiam por todos os cantos e procuram mal, sobre
Aquele que os poderia socorrer; afastam-se do caminho quando passa o
Filho de Davi e perdem o exacto momento quando Ele caminha para Jericó.
Este caminho é a estrada da provação por este mundo; e Jericó é o
ponto final, ou seja, o mundo espiritual.
O cego não temeu os discípulos ameaçadores, sabendo que o Senhor é
mais poderoso do que eles. Por isso Ele o atendeu, e o cego atirou para longe
o último empecilho para chegar mais depressa.
Este cego é um bom exemplo e deve ser imitado por vós que sois
também cegos no caminho. Aguardai a chegada do Senhor e à Sua
passagem não vos amedronteis perante o mundo, mas pedi que Se apiede de
vós e vos dê a Luz da Vida eterna. E Ele assim fará.
A capa do cego é o mundo, bem como a erudição e a sapiência
intelectual. Atirai-os para longe, já que vos chamo todos os dias, para não
dificultar o caminho que leva a Mim.
Se o cego, quando o chamei, tivesse vestido mais algumas peças de
roupa, teriam pesado tanto que nem poderia levantar-se, muito menos
correr para junto de Quem o chamou.
Se vos chamo diariamente, seria prudente vestirdes-vos com toda a
sorte de roupas e capas de sapiência mundana? Isso seria a maior tolice.
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Desfazei-vos de tudo e procurai-Me no coração, e Eu abrirei os vossos olhos
fazendo-vos videntes em espírito, para realizardes de um lance mais do que
tacteando milénios em vossa cegueira espiritual.
De que serve ao cego a sua visão fantástica durante o sonho? Quando
ele despertar estará mais cego do que antes. De que adianta ao homem toda
a roupagem da sabedoria profunda e pesada? Ela há-de pesar tanto, a ponto
de impedi-lo de se levantar quando for chamado para receber a Luz viva.
O espírito do homem já possui tudo e só necessita que se lhe abram os
olhos para ver a infinita plenitude da Vida dentro de si. Mas, qual será o
seu lucro, se o homem abarrota a memória e raciocínio com cascas e
sombras? Nenhum. Ele leva prejuízo e é enclausurado num caos de cascas e
de sombras, tornando-se difícil alcançar uma liberdade, muito menos ainda
o recebimento da Luz viva de seus olhos.
Suponhamos que tivésseis decorado a Bíblia toda, enquanto um outro
assimilou apenas alguns versículos, praticando-os rigorosamente. Para ele,
os dois versículos se tornam vivos, libertando o seu espírito; para vós, a
Escritura toda é morta e não assimilais um versículo sequer. Não resta
dúvida de que lado está a vantagem.
Talvez alguém proteste: Quem sabe mais, também poderá praticar
mais. Eu respondo: O homem é Minha obra, por isso sei o que lhe é útil.
***
O MEDO DA INCERTEZA
Se pudéssemos imaginar o que o Senhor sente em relação aos
nossos medos perante o desconhecido e pelos receios que assolam
os nossos dias com as coisas mais banais, poderíamos dizer que Ele
acha que a nossa fé é muito tíbia.
E é nessa falta de fé que assenta toda a angústia que nos aflige.
Porque não fomos criados para termos uma vida angustiada, mas
para sentirmos a alegria e plenitude de uma existência em
permanente comunhão com o nosso eterno Pai.
Quem não se lembra, ou partilhou da alegria de uma criança
pequenina quando o seu pai a atira em direcção ao céu e a apanha
no ar? Ela ri exultante, jamais duvidando que os braços do seu pai
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não estarão abertos e prontos para a agarrar com firmeza e em
segurança.
No entanto nós, como filhos de Deus, não somos capazes de
ter o mesmo comportamento, ou seja, confiar n’Ele como fazíamos
quando éramos pequeninos. E essa falta de confiança é a razão de
muitos males que nos afligem.
Quem está doente receia o pior – existe o medo do que poderá
ter; do que lhe dirá o médico, receando um diagnóstico nefasto, ao
invés de pensar que o seu amado Pai em tudo tem a última palavra,
e pode curar milagrosamente. Mas para o milagre acontecer temos
de voltar a ser como a criancinha que o seu pai atira ao ar.
Para todas as portas existe uma Chave – esta chave de acesso
chama-se FÉ. Quem não tem fé tem medo. E quem olha para a
vida com negativismo e receio não consegue a paz de espírito,
essencial para ser feliz.
Quem poderá saber o que nos espera o amanhã, quando não
temos nenhum controlo sobre o que o amanhã nos reserva?
Ora, tal comportamento não faz sentido, quando Deus está ao
nosso lado, querendo ajudar-nos a vencer os obstáculos que
enfrentamos durante a nossa vida na Terra. A questão que se põe é
se nós permitimos que isso aconteça.
Gostaria de partilhar convosco uma alegoria que alguém me
descreveu.
Nela, havia uma estrada pavimentada de pedra branca partida
em pequenos pedaços irregulares, o que tornava o piso doloroso
para os pés descalços daqueles que a percorriam. De onde em onde,
surgiam pedras maiores, onde aqueles que já tinham os pés feridos e
ensanguentados se sentavam para reunir forças para prosseguir e
palmilhar mais um troço do trajecto. Alguns choravam de dor,
lamentando-se desanimados. Outros, em igual estado, tentavam
alentar os mais debilitados. Contudo, havia uma coisa que as unia –
era uma luz brilhante no final da estrada. Porém, o percurso era
difícil de percorrer.
A certa altura, à direita, viram uma estrada larga de alcatrão
bem macio, com uma curva que desaparecia do nosso ângulo de
visão, numa curva à direita, por detrás de uma montanha.
Muitos caminhantes não resistiram e decidiram abandonar a
estrada agreste, optando pelo pavimento liso e suave da estrada de
alcatrão, pondo fim ao seu sofrimento e sacrifício.
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Todavia, após cruzarem a bifurcação das estradas aconteceu
algo de extraordinário àqueles que não cederam ao apelo físico nem
optaram pelo caminho mais suave, mas decidiram continuar na
estrada alva e recta. O piso de pedra agreste tinha como um tapete
invisível que amaciava de tal forma os seus passos que deixaram de
sentir o piso agreste. A luz ao fundo da estrada, agora mais intensa e
brilhante, atraía-os como um íman; os pés feridos começaram a não
os incomodar mais, e uma grande alegria e paz apoderou-se de
todos.
Começaram também a sentir a presença de anjos ao seu lado,
acompanhando-os na jornada. E ao fundo a Luz brilhava de uma
forma cada vez mais deslumbrante à medida que se aproximavam
do final da estrada.
A estrada de asfalto ficava à esquerda dessa Luz.
Qual a simbologia espiritual desta alegoria?
A estrada de pedra branca partida com arestas cortantes é o
caminho mais exigente de todos aqueles que desejam alcançar o
aperfeiçoamento espiritual. É feito de renúncias e sacrifícios. A Luz
é Jesus, o farol que nos conduz ao Criador – Ele é a Luz puríssima.
Conforme narrado acima, é um percurso árduo, do qual
muitos desistem por considerá-lo cheio de renúncias, nem sempre
fáceis de suportar. Alguns enfrentam duras penas pela opção que
tomaram; outros quase ficam estagnados se os seus companheiros
de jornada não os reconfortarem, dando-lhes forças e incentivandoos
para que não desistam.
Mas muitos desistem – a maciez da estrada negra é um convite
irrecusável. Estes últimos são os que acham que a vida é para ser
bem vivida e desfrutada com todos os prazeres do mundo, sem
sacrifícios, valores morais, ética, ou amor ao Senhor.
Porém, a partir do momento que ultrapassam a bifurcação,
simbolicamente, a separação das águas, os persistentes deparam-se
com a existência dos milagres em suas vidas.
O Pai dá ordem aos Seus anjos para que amaciem o piso e
acompanhem os Seus filhos amados.
Estes passam a desfrutar da doce alegria da comunhão, do
tocar o intocável e sentir o que a maioria não consegue sequer
pressentir.
Esses caminhantes sabem para onde vão e o que os espera no
fim da jornada. A maravilhosa glória do Pai que nos aguarda no
final do caminho. E para nos guiar e incentivar, a Sua Luz vai
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brilhando cada vez mais, à medida que nos aproximamos do final
da carreira.
E tal como o apóstolo, sentem a alegria de poder dizer como
ele: ”Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
” (II Timóteo 4:7)
A vida é simples. Nós é que gostamos de a tornar complicada.
O Senhor foi claro quando disse: “Não vos inquieteis pois pelo
dia de amanhã… Basta a cada dia o seu mal.” (Mateus 6:34)
Ao invés de nos preocuparmos demasiado, aprendamos a
dizer: “Senhor, o meu espírito, a minha alma e o meu corpo são
Teus. Eu confio em Ti querido Pai, guia os meus passos.”
E a partir daí, deixemos que Ele, como Pai que é, cuide de nós
em todas as circunstâncias. Podemos ter a certeza que Ele nunca nos
irá abandonar. Há que aprender a confiar, sem desanimar nem
desistir durante o percurso.
Temos problemas, doenças, desgostos, desencantos e somos
mal-amados ou traídos muitas vezes pelas pessoas na terra? Temos
tudo isso em dose reforçada. Mas quando aprendermos a dizer a
Deus, por palavras proferidas não apenas pelos lábios, mas
profundamente sentidas no nosso coração: Senhor eu creio em
Ti, milagres começarão a acontecer nas nossas vidas, pois o Único que
nunca falha é Deus!
Como Jesus disse: “No mundo tereis aflições, mas tende bom
ânimo, eu venci o mundo.” (João 16:33)
Então, quem CRÊ de verdade não tem receio do que quer
que seja, porque sabe que um dia vai regressar ao Lar eterno, onde
será acolhido pelo Pai, e com Ele viverá por toda a eternidade.
Irmã Manuela
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NOTÍCIAS DE BETÂNIA
Temos o prazer de informar que a nossa cozinha já está a
funcionar em pleno e as refeições quentes para distribuir aos nossos
irmãos mais carenciados já começaram a ser confeccionadas.
Durante o mês de Junho foram distribuídas 320 refeições nas ruas da
cidade do Porto, em duas distribuições.
Um dia perguntaram a Jesus como saberíamos da Sua
satisfação pelo nosso trabalho de ajuda ao próximo. Ele respondeu
que era fácil fazer essa aferição, pois podíamos ver o Seu agrado
quando o víssemos no rosto do nosso próximo. Ficamos felizes
porque vimos no rosto de todos alegria em receber um alimento
quente, que sempre satisfaz mais que uma sande.
Aproveitamos para lembrar que no passado dia 6 de Junho a
Igreja Evangélica Betânia comemorou o seu 24.º aniversário. Ao
longo deste tempo, nunca deixamos de proclamar o Evangelho de
Jesus e a partir de 2007, com o conhecimento d’A Nova Revelação
Viva, aprofundámos ainda mais o nosso relacionamento com Jesus e
a Sua doutrina. Foi nessa altura que foi desenvolvido o trabalho de
caridade, distribuindo alimentos aos carenciados e sem abrigo da
nossa cidade.
Até ao dia de hoje, o nosso Pai nunca deixou que faltasse nada
no nosso meio. Por essa razão rendemos-Lhe a nossa gratidão.
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Leia a Bíblia e ‘O Grande Evangelho de João’
“A Luz Completa”
“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele
vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si
mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos
anunciará o que há-de vir.” (Evangelho de João 16:13)
“Eis a razão, porque agora transmito a Luz
Completa, para que ninguém venha a desculpar-se
numa argumentação errónea de que Eu, desde a minha
presença física nesta terra, não Me tivesse preocupado
com a pureza integral de Minha doutrina e de seus
aceitadores.
Quando voltar novamente, farei uma grande
selecção e não aceitarei quem vier escusar-se. Pois
todos os que procurarem com seriedade acharão a
verdade.” (O Grande Evangelho de João – volume I – 91:19-20)
IGREJA EVANGÉLICA BETÂNIA
Rua de Damão, 289 e 297
4465-119 SÃO MAMEDE DE INFESTA
– PORTUGAL –
www.refugiobetania.org
refugiobetania@gmail.com
NIF: 510 601 960
IBAN: PT50 0036 0188 9910 0037 251 13
SWIFT: MPIOPTPL
(Distribuição gratuita)
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