APOCALIPSE DO EVANGELISTA LUCAS MARATONA APOCALIPSE
LUCAS 21 – O PRINCÍPIO DAS DORES
“Mestre, quando sucederá isto? E que sinal haverá de quando estas coisas estiverem para se cumprir?” Lucas 21:7
Em Lucas 21, Jesus observa entre os ofertantes, a oferta da viúva pobre, fala sobre a destruição do templo, o princípio das dores, Jerusalém sitiada, a vinda do Filho do Homem, a parábola da figueira, exortação a vigilância, e ensina no templo diariamente.
A oferta da viúva pobre (v.1-4):
Estando Jesus no templo, observava os ricos depositarem suas contribuições na caixa de ofertas. Então uma viúva pobre veio e colocou duas moedas pequenas. Jesus disse: “Eu lhes digo a verdade: esta viúva pobre deu mais que todos os outros. Eles deram uma parte do que lhes sobrava, mas ela, em sua pobreza, deu tudo que tinha”.
A destruição do templo (v.5-6):
Alguns de seus discípulos começaram a falar das pedras magníficas e das dádivas que adornavam o templo. Jesus, porém, disse: “Virá o dia em que estas coisas serão completamente demolidas. Não restará pedra sobre pedra!” (O templo foi destruido cerca de 40 anos depois pelos romanos).
O princípio das dores (v.7-19):
Então eles perguntaram: “Mestre, quando isso tudo acontecerá? Que sinal indicará que essas coisas estão prestes a se cumprir (eles achavam que a destruição do templo e a volta de Jesus ocorreriam no mesmo período)?”. Ele respondeu: “Não deixem que ninguém os engane, pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu sou o Cristo’ e afirmando: ‘Chegou a hora!’, mas não acreditem neles. E, quando ouvirem falar de guerras e rebeliões, não entrem em pânico. Sim, é necessário que essas coisas aconteçam primeiro, mas ainda não será o fim”. E continuou: “Uma nação guerreará contra a outra, e um reino contra o outro. Haverá grandes terremotos, fome e peste em vários lugares, e acontecimentos terríveis e grandes sinais no céu.
“Antes de tudo isso, porém, haverá um tempo de perseguição. Vocês serão arrastados para sinagogas e prisões e, por minha causa, serão julgados diante de reis e governadores. Essa, contudo, será sua oportunidade de lhes falar sobre mim. Mais uma vez lhes digo que não se preocupem com o modo como responderão às acusações contra vocês,
pois eu lhes darei as palavras certas e tanta sabedoria que seus adversários não serão capazes de responder nem contradizer. Até mesmo seus pais, irmãos, parentes e amigos os trairão (Miqueias 7:6), e até matarão alguns de vocês. Todos os odiarão por minha causa. Mas nem um fio de cabelo de sua cabeça se perderá! É pela perseverança que obterão a vida.
Jerusalém sitiada (v.20-24):
“E, quando virem Jerusalém cercada de exércitos, saberão que chegou a hora de sua destruição. Então, quem estiver na Judeia, fuja para os montes. Quem estiver na cidade, saia. E quem estiver no campo, não volte para a cidade. Pois aqueles serão os dias da vingança, e as palavras proféticas das Escrituras se cumprirão (Daniel9:27; 12:7). Que dias terríveis serão aqueles para as grávidas e para as mães que estiverem amamentando! Pois haverá calamidade na terra e grande ira contra este povo. Serão mortos pela espada ou levados como prisioneiros para todas as nações do mundo. E Jerusalém será pisoteada pelos gentios até que o tempo deles chegue ao fim.
A vinda do Filho do Homem (v.25-28):
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, as nações ficarão angustiadas, perplexas com o rugir dos mares e a agitação das ondas.
As pessoas ficarão aterrorizadas diante do que estará prestes a acontecer na terra, pois os poderes dos céus serão abalados. Então todos verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com poder e grande glória. Portanto, quando todas essas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, pois a sua salvação estará próxima”.
A parábola da figueira (29-36):
Em seguida, deu-lhes esta ilustração: “Observem a figueira, e todas as outras árvores. Quando as folhas aparecem, vocês sabem reconhecer, por conta própria, que o verão está próximo. Da mesma forma, quando virem todas essas coisas acontecerem, saberão que o reino de Deus está próximo. Eu lhes digo a verdade: esta geração não passará até que todas essas coisas tenham acontecido. O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras jamais desaparecerão.
“Tenham cuidado! Não deixem seu coração se entorpecer com farras e bebedeiras, nem com as preocupações desta vida. Não deixem que esse dia os pegue desprevenidos, como uma armadilha. Pois esse dia virá sobre todos que vivem na terra. Estejam sempre atentos e orem para serem considerados dignos de escapar dos horrores que sucederão e de estar em pé na presença do Filho do Homem”.
Jesus ensinava diariamente no templo (v.37-38):
Todos os dias, Jesus ia ao templo ensinar e, à tarde, voltava para passar a noite no monte das Oliveiras. Pela manhã, o povo se reunia bem cedo no templo para ouvi-lo falar.
Jesus deixou registrado uma série de sinais que antecederiam a destruição de Jerusalém, e as pessoas que entenderam esse sinal foram salvas da destruição. Também deixou sinais de Sua volta, e se estivermos atentos a eles, e preparados pela atuação do Espírito Santo em nossa vida, também poderemos ser salvos das calamidades que assolarão o mundo. A escolha é nossa.
Significado de Lucas 21
Lucas 21:5-36O Livro
Sinais do fim do tempo
(Mt 24.1-22; Mc 13.1-20)
5 Alguns dos discípulos começaram a falar-lhe acerca da bela construção que era o templo e das dádivas comemorativas que ornamentavam os seus muros. 6 Jesus, porém, disse-lhes: “Isto que estão a ver, virá o tempo em que não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.”
7 Eles perguntaram-lhe: “Mestre! Quando será? Haverá algum sinal que o anuncie?”
8 Jesus respondeu: “Cuidado! Que ninguém vos engane. Porque virão muitos apresentando-se em meu nome como sendo o Cristo e dizendo: ‘Chegou a hora!’ Não lhes deem crédito! 9 Quando ouvirem falar em guerras e insurreições, que o pânico não se apodere de vocês. De facto, estas coisas têm de acontecer, mas o fim não chegará imediatamente. 10 As nações levantar-se-ão umas contra as outras e reino contra reino. 11 E haverá grandes terramotos e fomes em muitos sítios e epidemias, e ver-se-ão grandes sinais vindos dos céus.
12 Mas, antes disto tudo, prender-vos-ão e perseguir-vos-ão. Levar-vos-ão às sinagogas e prisões e conduzir-vos-ão à presença de reis e governantes por causa do meu nome. 13 Isto servir-vos-á para darem testemunho. 14 Portanto, ponham isto nos vossos corações: não se preocupem com a vossa defesa, 15 porque vos darei as palavras e sabedoria a que nenhum dos vossos inimigos poderá resistir nem refutar.
16 Mesmo aqueles que vos são mais próximos, os vossos pais, irmãos, parentes e amigos, vos entregarão; farão morrer alguns de vocês. 17 E todos vos odiarão por serem meus e por causa do meu nome. 18 Mas nem um único cabelo da vossa cabeça cairá. 19 Se permanecerem firmes, salvarão as vossas almas.
20 Mas, quando virem Jerusalém cercada por exércitos, saberão que chegou a hora da sua destruição. 21 Então aqueles que estiverem na Judeia fujam para as montanhas! Quem estiver em Jerusalém trate de fugir e quem estiver fora da cidade não tente voltar. 22 Porque aqueles serão os dias do juízo de Deus, em que as Escrituras serão totalmente cumpridas. 23 Ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande angústia nesta nação e cólera sobre este povo. 24 Serão brutalmente mortos ou enviados como exilados e cativos para todas as nações do mundo. E Jerusalém será conquistada e pisada pelos gentios, até que se cumpra o tempo destes.
5 Alguns dos discípulos começaram a falar-lhe acerca da bela construção que era o templo e das dádivas comemorativas que ornamentavam os seus muros. 6 Jesus, porém, disse-lhes: “Isto que estão a ver, virá o tempo em que não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.”
7 Eles perguntaram-lhe: “Mestre! Quando será? Haverá algum sinal que o anuncie?”
8 Jesus respondeu: “Cuidado! Que ninguém vos engane. Porque virão muitos apresentando-se em meu nome como sendo o Cristo e dizendo: ‘Chegou a hora!’ Não lhes deem crédito! 9 Quando ouvirem falar em guerras e insurreições, que o pânico não se apodere de vocês. De facto, estas coisas têm de acontecer, mas o fim não chegará imediatamente. 10 As nações levantar-se-ão umas contra as outras e reino contra reino. 11 E haverá grandes terramotos e fomes em muitos sítios e epidemias, e ver-se-ão grandes sinais vindos dos céus.
12 Mas, antes disto tudo, prender-vos-ão e perseguir-vos-ão. Levar-vos-ão às sinagogas e prisões e conduzir-vos-ão à presença de reis e governantes por causa do meu nome. 13 Isto servir-vos-á para darem testemunho. 14 Portanto, ponham isto nos vossos corações: não se preocupem com a vossa defesa, 15 porque vos darei as palavras e sabedoria a que nenhum dos vossos inimigos poderá resistir nem refutar.
16 Mesmo aqueles que vos são mais próximos, os vossos pais, irmãos, parentes e amigos, vos entregarão; farão morrer alguns de vocês. 17 E todos vos odiarão por serem meus e por causa do meu nome. 18 Mas nem um único cabelo da vossa cabeça cairá. 19 Se permanecerem firmes, salvarão as vossas almas.
20 Mas, quando virem Jerusalém cercada por exércitos, saberão que chegou a hora da sua destruição. 21 Então aqueles que estiverem na Judeia fujam para as montanhas! Quem estiver em Jerusalém trate de fugir e quem estiver fora da cidade não tente voltar. 22 Porque aqueles serão os dias do juízo de Deus, em que as Escrituras serão totalmente cumpridas. 23 Ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande angústia nesta nação e cólera sobre este povo. 24 Serão brutalmente mortos ou enviados como exilados e cativos para todas as nações do mundo. E Jerusalém será conquistada e pisada pelos gentios, até que se cumpra o tempo destes.
Jesus fala do seu regresso
(Mt 24.23-35; Mc 13.21-31)
25 Haverá então sinais no Sol, Lua e estrelas. Aqui na Terra as nações andarão perturbadas e perplexas com o rugir dos mares e com estranhas marés. 26 A coragem de muitos ficará enfraquecida ao verem o destino terrível que se aproxima da Terra, porque as forças que suportam o universo serão sacudidas. 27 E então os povos da Terra verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com poder e grande glória. 28 Quando todas estas coisas começarem a acontecer, ergam o olhar e levantem a cabeça, porque a vossa salvação está próxima!”
29 E deu-lhes esta parábola: “Reparem nas figueiras ou em quaisquer outras árvores. 30 Quando rebentam as folhas, não é preciso que vos digam que o verão está perto. 31 E quando virem acontecer estas coisas que vos contei, podem estar certos de que o reino de Deus está próximo. 32 É realmente como vos digo: esta geração não passará sem que todas estas coisas aconteçam. 33 O céu e a Terra desaparecerão, mas as minhas palavras permanecem para sempre.
25 Haverá então sinais no Sol, Lua e estrelas. Aqui na Terra as nações andarão perturbadas e perplexas com o rugir dos mares e com estranhas marés. 26 A coragem de muitos ficará enfraquecida ao verem o destino terrível que se aproxima da Terra, porque as forças que suportam o universo serão sacudidas. 27 E então os povos da Terra verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com poder e grande glória. 28 Quando todas estas coisas começarem a acontecer, ergam o olhar e levantem a cabeça, porque a vossa salvação está próxima!”
29 E deu-lhes esta parábola: “Reparem nas figueiras ou em quaisquer outras árvores. 30 Quando rebentam as folhas, não é preciso que vos digam que o verão está perto. 31 E quando virem acontecer estas coisas que vos contei, podem estar certos de que o reino de Deus está próximo. 32 É realmente como vos digo: esta geração não passará sem que todas estas coisas aconteçam. 33 O céu e a Terra desaparecerão, mas as minhas palavras permanecem para sempre.
Vigiem!
(Mt 24.36-51; Mc 13.32-37)
34 Vigiem, para que a minha vinda súbita não vos apanhe desprevenidos! Que esse dia não vos encontre vivendo descuidados, obcecados com a comida e a bebida e com os problemas desta vida! 35 Pois ele virá como uma armadilha sobre toda a Terra. 36 Mantenham uma vigilância constante e orem para que cheguem firmes à presença do Filho do Homem sem ter de passar por estes horrores.”
Read full chapterO Livro (OL)O Livro Copyright © 2000 by Biblica, Inc.® Used by permission. All rights reserved worldwide.
34 Vigiem, para que a minha vinda súbita não vos apanhe desprevenidos! Que esse dia não vos encontre vivendo descuidados, obcecados com a comida e a bebida e com os problemas desta vida! 35 Pois ele virá como uma armadilha sobre toda a Terra. 36 Mantenham uma vigilância constante e orem para que cheguem firmes à presença do Filho do Homem sem ter de passar por estes horrores.”
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Lucas 21
Lucas 21 contém vários ensinamentos e eventos significativos na vida de Jesus. O capítulo começa com Jesus observando uma pobre viúva colocando duas pequenas moedas no tesouro do templo, e ele ensina sobre o valor de sua oferta de sacrifício. Ele então prediz a destruição do templo e os sinais do fim dos tempos, advertindo seus discípulos a serem vigilantes e fiéis.
Nos versículos seguintes, Jesus fala sobre a vindoura perseguição de seus seguidores e a necessidade de perseverar com fé. Ele ensina sobre os sinais do fim dos tempos, incluindo guerras, terremotos e perseguições, e adverte seus discípulos para estarem prontos para seu retorno. Ele enfatiza a importância de permanecer fiel e não se deixar enganar por falsos messias e profetas.
O capítulo termina com Jesus ensinando no templo e os líderes religiosos planejando matá-lo.
No geral, Lucas 21 apresenta vários ensinamentos e eventos significativos na vida de Jesus, destacando os temas de doação sacrificial, fidelidade e o fim dos tempos. Jesus enfatiza a importância da doação sacrificial e adverte seus seguidores sobre a perseguição vindoura e os sinais do fim dos tempos. Ele também adverte contra falsos messias e profetas e encoraja seus discípulos a permanecerem vigilantes e fiéis. O capítulo termina com Jesus enfrentando crescente oposição dos líderes religiosos, prenunciando sua iminente prisão e crucificação.
I. Hebraísmos e o Texto Grego
Lucas 21 é redigido em grego koiné, mas sua ossatura é hebraica: a progressão narrativa por parataxe (“e... e...”, que espelha o waw consecutivo), a fórmula de foco deítico “eis” (idou, calco de hinneh), a cadência “e aconteceu” (kai egeneto) e a locução solene “em verdade vos digo” (amēn legō hymin) dão ao discurso o ritmo do hebraico bíblico. Além da sintaxe, muitos termos gregos operam sobre trilhos semitas: “vida/alma” (psychē) funciona como nepeš (vida integral), “reino” (basileia) concretiza malkût, “redenção” (apolytrōsis) retoma gĕʾullāh (resgate) e “vingança” (ekdikēsis) atualiza o yōm nāqām (dia da vingança). O capítulo se articula em quatro movimentos — a oferta da viúva (21:1–4), o anúncio da ruína do Templo (21:5–6), o discurso profético (21:7–36) e a nota de conclusão (21:37–38) —, todos atravessados por hebraísmos de léxico, estrutura e imagética em diálogo constante com o Antigo Testamento.
A microcena da viúva pobre condensa teologia de aliança em sintaxe semítica. O contraste entre os ricos e a “viúva pobrezinha” emprega ptōchē e penichra como equivalentes dos hebraicos ʿanī e ʾebyôn (o vulnerável protegido pela Torá: Deuteronômio 10:18; Deuteronômio 24:17). O “tudo o que possuía para viver” recorre a bios (“sustento”), que aqui verte nepeš como vida inteira colocada diante de Deus (cf. 1 Samuel 1:15); e a ambientação no “tesouro” do Templo evoca o gazophylakion (gĕnēz/ʾōṣār do culto; Neemias 10:38), enquanto as “pedras formosas e anathēmata” (votos) da cena seguinte sinalizam o brilho exterior que os profetas contestam quando divorciado da justiça (Isaías 1:11–17; Jeremias 7). O elogio de Jesus ecoa a máxima sapiencial de que “o que dá ao pobre empresta ao SENHOR” (Provérbios 19:17) e antecipa a inversão messiânica: pouca quantidade, mas totalidade do lēb (coração) — um hebraísmo decisivo.
Quando se anunciam as pedras sem deixar “uma sobre outra”, o enunciado compõe uma colagem profética em registro hebraico. A sentença de destruição retoma Miqueias 3:12 (“Sião será lavrada como um campo”), Jeremias 7:14 (o santuário entregue), Daniel 9:26–27 (desolação do santuário), e repete o oráculo de juízo já ouvido em Lucas 19:41–44. A pergunta “quando serão estas coisas?” e o pedido por “sinal” seguem o padrão veterotestamentário em que o povo busca o ʾōt que autentica a palavra (Êxodo 3:12; Isaías 7:11), mas Jesus desloca da curiosidade para o discernimento covenantal do “tempo” (kairós = ʿēt).
O bloco profético (21:7–36) respira o idioma dos profetas em cada dobra. O catálogo “guerras e tumultos; nação contra nação; terremotos, fomes, pestes; terrores e grandes sinais do céu” é a matriz oracular de Isaías 13:10–13; 24:18–23; Joel 2:30–31; Amós 8:9, onde o colapso cósmico funciona como metáfora histórica do juízo. A injunção “não vos assusteis” é o “não temas” profético (Isaías 41:10), e “essas coisas devem acontecer primeiro, mas o fim não será logo” adota o paralelismo hebraico que equilibra necessidade histórica e adiamento do fim, como em Habacuque 2:3 (a visão não tardará, mas aguarda o tempo). A perícopa sobre perseguições recita a gramática do êxodo profético: “vos lançarão às sinagogas e prisões... por causa do meu nome... eu vos darei boca e sabedoria” ecoa Êxodo 4:12 (“eu serei com a tua boca”) e Jeremias 1:9; e a garantia “nem um só cabelo da vossa cabeça perecerá” é a hipérbole hebraica de proteção (1 Samuel 14:45; 1 Reis 1:52), enquanto “pela vossa hypomonē (perseverança) ganhareis as vossas psychai (vidas)” lê a perseverança como qāvāh (esperar, aguardar) e a nepeš como vida inteira preservada (Salmos 27:14; Isaías 40:31).
O anúncio da “Jerusalém cercada de exércitos” substitui, em chave interpretativa, a fórmula “abominação desoladora” e veste o oráculo de Daniel com a imagética do cerco veterotestamentário: trincheiras e cerco por todos os lados (Deuteronômio 28:52; Ezequiel 4:2; 21:22), fuga aos montes como em Jeremias 6:1, e “dias de vingança” (hēmerai ekdikēseōs) como realização de Isaías 61:2; 63:4 (o “ano da redenção” e o “dia da vingança”), agora na forma judicial da aliança rompida. O lamento “ai das grávidas” aciona a dor de Lamentações (Lamentações 2:11–12), e “serão levados cativos” relê o padrão exílico (2 Reis 25) como paradigma. A expressão “até que se cumpram os tempos dos gentios” (kairoi ethnōn) é hebraísmo de calendário pactual: a administração de juízo sob domínio das nações que Daniel vislumbra (Daniel 2; 7:25; 8:13) até o termo fixado por Deus (Eclesiastes 3:1).
As “sinais no sol, na lua e nas estrelas” e o “ressoar do mar e das ondas” recolhem a linguagem teofânica do Antigo Testamento. O escurecimento dos luminares e o abalo dos “poderes dos céus” (dynameis tōn ouranōn) repetem Isaías 34:4; Joel 2:10; Ageu 2:6–7 (“abalarei o céu e a terra”), enquanto o mar bramindo reencontra Salmos 46:2–3 e Jeremias 5:22. É nesse cenário que “verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com poder e grande glória”: trata-se de Daniel 7:13–14 em transliteração aramaica (bar ʾenāš), onde a nuvem é o veículo divino (cf. Salmos 104:3). O imperativo “erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque a vossa apolytrōsis se aproxima” verte para o grego a gĕʾullāh (redenção-resgate) de Levítico 25 e Isaías 52:3; 63:4: libertação pactual que aproxima quando o Rei se manifesta.
A parábola da figueira “e de todas as árvores” sustenta o discernimento pela leitura dos “sinais” naturais — uma sabedoria agrícola também bíblica (Cântico 2:12–13; Joel 1:12) — para aplicar ao kairós de Deus: quando as coisas “começam a acontecer”, o verão escatológico está às portas. O dito “não passará esta geração (geneá = dōr) até que tudo se cumpra” é hebraísmo temporal que fixa o horizonte de responsabilidade; e a antítese “o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão” parafraseia Isaías 40:8 (a palavra do nosso Deus permanece para sempre) e Isaías 55:11 (a palavra não volta vazia). O aviso final — “acautelai-vos... para que aquele dia não vos sobrevenha de improviso como um laço (pagis)” — redeclina Isaías 24:17–18 (terror, cova e laço) e Salmos 91:3 (o laço do passarinheiro), enquanto “vigiai em todo tempo, orando” costura Habacuque 2:1 (vigia na torre) à espiritualidade dos Salmos (Salmos 130:5–6). “Estar em pé diante do Filho do Homem” fecha o ciclo daniélico: tribunal celeste, vindicação e presença.
Até a vinheta conclusiva (21:37–38) guarda o sotaque semita: Jesus ensina no Templo de dia e pernoita no monte das Oliveiras — topografia profética que evoca Zacarias 14:4, quando o SENHOR põe os pés naquele monte —, e “todo o povo madruga para ouvi-lo”, ecoando Neemias 8:3 (o povo atento à Torá). Em toda parte, a composição prefere cola breves a períodos subordinados longos; usa deíticos de foco (idou), perguntas retóricas que exigem juízo, hipérboles orientais (“nem um cabelo...”, “céu e terra passarão”) e provérbios que encerram perícopes. O grego de Lucas serve a uma mente que pensa em hebraico: a justiça que pesa intenções e não ornamentos, a visitação que salva e julga, a gĕʾullāh que se aproxima com o bar ʾenāš, a leitura dos “sinais” à maneira dos profetas e a fidelidade da Palavra que não passa — tudo isso tramado com os fios explícitos do Antigo Testamento (Deuteronômio 10:18; 24:17; Neemias 10:38; Isaías 1; 13; 24; 34; 40; 41; 55; 61; 63; Jeremias 6–7; Lamentações 2; Ezequiel 4; Daniel 7; 9; Joel 2; Amós 8; Miqueias 3; Ageu 2; Salmos 19; 46; 91; 104). Assim, embora escrito em grego, Lucas 21 “fala” o hebraico da aliança: sua escolha lexical, sua estrutura e sua sintaxe são o próprio tecido da Escritura de Israel.
II. Comentário de Lucas 21
Lucas 21.1 Havia vários lugares no templo onde as pessoas poderiam deixar suas contribuições. Treze desses locais ficavam no átrio. Os gazofilácios eram feitos na forma de cornetas. Cada um representava um tipo diferente de oferta. Havia também uma arca do tesouro perto do pátio das mulheres.
Lucas 21.2 A viúva pobre contribuiu com duas pequenas moedas, que eram feitas de cobre. Elas representavam o menor valor corrente.
Lucas 21.3 Lançou mais do que todos. Jesus contrastou a contribuição dos ricos com o sacrifício da pobre viúva.
Lucas 21.4 Deu todo o sustento que tinha. A viúva não se recusou a contribuir, mesmo não tendo nada mais para viver. Sua devoção a Deus, representada aqui por meio da doação, era sua prioridade (2 Co 8.1-5; 9.6-9).
Lucas 21.5 Que estava ornado. Uma remodelação do templo teve início sob o domínio de Herodes, o Grande, recebendo novas fundações e áreas ampliadas em sua parte externa. Grandes pedras, com comprimento variando entre 3,5m a 18m, foram usadas. Todo o trabalho aconteceu desde 20 a.C. até, aproximadamente, 64 d.C. Portanto, a reformulação do templo ainda estava acontecendo durante a visita de Jesus, por volta de 30 d.C. As dádivas eram ofertas dadas para a decoração do templo, tais como placas em ouro e prata, cachos de uva decorativos e tapeçarias babilónicas de linho, que ficavam penduradas no templo. Até mesmo Tácito, o historiador romano, chamou- o de “um templo imensamente opulento”.
Lucas 21.6 Não deixará pedra sobre pedra. Jesus observou que o magnífico lugar de adoração era temporário e seria destruído. Ele estava referindo-se à queda de Jerusalém em 70 d.C., que seria uma ilustração da destruição nos últimos dias.
Lucas 21.7 E que sinal haverá. Os discípulos queriam saber o que indicaria tal desastre e quando ele ocorreria.
Lucas 21.8 Não vos enganem. O primeiro século e o começo do segundo foram tempos de grande fervor messiânico no judaísmo, pois os israelitas buscavam libertar-se do domínio romano. Muitas pessoas alegavam ser o Messias. Jesus avisou a Seus discípulos que não fossem enganados por tais declarações.
Lucas 21.9, 10 Guerras. Revoltas e outras sedições comuns também virão, mas tais eventos não são o fim.
Lucas 21.11 Uma grande variedade de fenômenos naturais e cósmicos acontecerá antes do fim dos tempos. Os versículos 8-11 falam dos sinais antes do fim, enquanto os versículos 12-19 englobam as ocorrências dos eventos antes dos sinais de 8-11.
Lucas 21.12 Vos perseguirão... por amor do meu nome. Jesus predisse as prisões e os sofrimentos que os discípulos enfrentariam por causa de sua identificação com o Salvador. Alguns desses acontecimentos são detalhados em Atos 3—5; 7; 21—28. A referência a sinagogas, reis e governadores indica que todas as nações compartilhariam a responsabilidade pelo massacre dos discípulos.
Lucas 21.13 E vos acontecerá isso para testemunho. O sofrimento pode ser uma oportunidade para que o Reino de Deus avance. Este é o motivo pelo qual aqueles que resistem a grandes aflições e perseguições são chamados de abençoados (Mt 5.10-12).
Lucas 21.14 Proponde, pois, em vosso coração. Jesus fala aqui de um tempo futuro em que os discípulos devem estar de pé, prontos para exercitarem a fé, mesmo em meio à revolta.
Lucas 21.15 Eu vos darei boca e sabedoria. Jesus promete aos discípulos que o Espírito Santo os ajudará com as palavras (Lc 12.11, 12). O cumprimento inicial dessa promessa é encontrado em Atos 4.8-14; 7.54; 26.24-32.
Lucas 21.16 Sereis entregues. A perseguição aos discípulos será dolorosa e severa. O vínculo com Jesus muitas vezes significa rejeição e reprovação da família, e, em alguns casos, martírio.
Lucas 21.17 E de todos sereis odiados por causa do meu nome. Jesus motiva uma escolha, e alguns indivíduos, que são contra a mensagem do Salvador, reagem desfavoravelmente contra aqueles que se juntaram a Cristo.
Lucas 21.18 Mas não perecerá um único cabelo da vossa cabeça. Considerando que Jesus mencionou a morte de alguns no versículo 16, ele deve ser interpretado no contexto da vida eterna (Lc 12.4,5). Esta é uma garantia. O investimento que você faz nesta vida, para a próxima, não será afetado pela traça e nem pela ferrugem (Mt 6.19-21).
Lucas 21.19 Possuí a vossa alma. A fidelidade paciente a Jesus leva à vida eterna (Lc 9.24).
Lucas 21.20 Um cerco seria o sinal de que o fim estava próximo para Jerusalém e o templo. Os outros Evangelhos Sinópticos (Mt 24.15; Mc 13.14) aludem à abominação de que falou o profeta Daniel (Dn 9.25-27; 11.31). Essa passagem compara a profanação do templo com o que ocorreu em 167 a.C., quando Antíoco Epifânio erigiu um altar para Zeus no templo de Jerusalém. Um sacrilégio parecido no templo aconteceu durante a destruição de Jerusalém em 70 d.C.
Lucas 21.22 Dias de vingança. Jerusalém tinha se tornado o objeto do julgamento divino por causa de sua infidelidade. Jesus avisou a respeito dessa consequência ao longo de Seu ministério (Lc 13.9,34,35; 19.41-44). A premissa para tal julgamento remete às maldições da aliança mosaica e aos avisos dos profetas do Antigo Testamento acerca do julgamento vindouro (Dt 28.49-57; 32.35; Jr 6.1-8; 26.1-9; Os 9.7).
Lucas 21.23 Terríveis aqueles dias [NVI]. Jesus diz que serão tempos difíceis para as grávidas e para as mulheres com filhos pequenos. Julgamento e guerra nunca são agradáveis. O julgamento divino não é uma exceção. Uma grande aflição seria o destino da nação.
Lucas 21.24 Cairão... serão levados cativos. Este versículo elabora a queda de Jerusalém. Haveria morte e prisões, algo semelhante ao que aconteceu quando a nação esteve sob o poder dos assírios e dos babilônios. Até que os tempos dos gentios se completem. Haveria um período no plano de salvação de Deus em que os gentios dominariam, e a queda de Jerusalém seria um sinal claro disso. O fato de que os tempos dos gentios se cumpririam também sugere que Israel novamente desempenharia um papel importante no desígnio de Deus (Rm 9—11).
Lucas 21.25, 26 Sinais. Jesus muda Seu foco para o fim dos tempos, mencionando pela segunda vez os tumultos cósmicos (Lc 21.11; Is 24-18-20; 34.4; Ez 32.7, 8; J1 2.30, 31). Homens desmaiando de terror. O medo de um caos cósmico causará apreensão acerca do que está por vir.
Lucas 21.27 Filho do Homem numa nuvem. Faz-se referência aqui ao altivo retorno de Jesus. A alusão à nuvem e a ilustração vêm de Daniel 7.13, 14, com a sua descrição daquele que recebe autoridade do Ancião de Dias. Jesus visualizou este texto em termos de libertação apocalíptica. A imagem da nuvem é importante, visto que Deus é representado em nuvens no Antigo Testamento (Êx 34.5; Sl 104.3). Com poder e grande glória. O Filho do Homem possui autoridade divina para julgar o mundo.
Lucas 21.28 Olhai para cima... vossa redenção está próxima. Este é o sinal de libertação dos seguidores de Jesus. O Filho do Homem age em favor daqueles que sofreram em Seu nome.
Lucas 21.29, 30 Os tenros brotos que nascem das árvores a cada primavera anunciam que o verão se aproxima. O surgimento dos sinais preditos por Jesus marcará a chegada do fim dos tempos.
Lucas 21.31 Sabei que... está perto. Os sinais cósmicos e o caos terreno são indicações de que o domínio decisivo e consumado de Deus está aproximando-se.
Lucas 21.32 O significado mais provável deste versículo é que, quando o fim dos tempos chegar, ele virá instantaneamente. Os acontecimentos do fim dos tempos se abaterão sobre uma geração do início ao fim (Lc 17.22-24). A palavra geração também pode referir-se a uma raça. Desta forma, pode indicar que os judeus continuarão a existir como um povo até o final.
Lucas 21.33 Não hão de passar. Jesus garantiu aos discípulos que Suas promessas acerca do fim dos tempos eram mais certas do que a própria criação. Deus fez uma aliança incondicional e unilateral, e Ele a manterá (Gn 12.1-3; 15.18-21; Sl 89).
Lucas 21.34 Mesmo que o final dos tempos possa não vir a acontecer por um longo período de tempo, os cristãos devem continuar a esperar sua vinda. O dia do retorno de Jesus não deve pegar-nos despreparados. Devemos viver cada dia como se fosse iminente a Sua volta.
Lucas 21.35 Um laço. O fim é algo com o qual todos têm de conviver. E como uma armadilha para as pessoas na terra. O julgamento chegará, e por isso deve-se estar preparado. A vida tem de ser vivida à luz da chegada do fim.
Lucas 21.36-38 Vigiai... orando. Jesus encorajou os Seus discípulos a perseverarem na oração e na fé, aguardando o dia em que o Filho do Homem livrará os fiéis do julgamento, para que eles possam estar em pé diante dele (1 Jo 2.28).
Índice: Lucas 1 Lucas 2 Lucas 3 Lucas 4 Lucas 5 Lucas 6 Lucas 7 Lucas 8 Lucas 9 Lucas 10 Lucas 11 Lucas 12 Lucas 13 Lucas 14 Lucas 15 Lucas 16 Lucas 17 Lucas 18 Lucas 19 Lucas 20 Lucas 21 Lucas 22 Lucas 23 Lucas 24
Lucas 21 – Jesus avisa sobre a queda de Jerusalém e Seu Retorno
A. A Oferta da Viúva.
1. (1-2) Jesus observa a doação da viúva.
Jesus olhou e viu os ricos colocando suas contribuições nas caixas de ofertas. Viu também uma viúva pobre colocar duas pequeninas moedas de cobre.
a. Jesus olhou e viu os ricos colocando suas contribuições nas caixas de ofertas: No templo, Jesus notou uma fila grande de pessoas ricas que doavam bastante dinheiro, talvez simplesmente para que os outros vissem, como algum tipo de demonstração para chamar atenção ao que doavam.
i. A fila na caixa de oferta e o orgulho demonstrado pelos homens ricos em suas doações nos mostra que não é necessariamente mais espiritual ter uma caixa de oferta ao invés de passar uma saca de ofertas. Não é uma questão de certo e errado, mas uma questão de qual é o jeito mais fácil para as pessoas doarem de uma maneira que não chame atenção para seus donativos.
b. Viu também uma viúva pobre colocar duas pequeninas moedas de cobre: Esta pobre viúva deve ter sido uma visão bem vinda a um Jesus cansado, que suportou uma tempestade de perguntas de Seus inimigos.
i. Viu também: Jesus nos vê quando nós damos. Ele nota quanto nós damos, mas está muito mais interessado na fé e motivo e coração ao dar do que simplesmente na quantidade.
c. Duas pequeninas moedas de cobre: De acordo com os cálculos de Pole, o valor de uma moeda de cobre pode ser determinado assim: um denário é o salário de um dia de trabalho, e equivale a seis meahs; um meah equivale a dois pondions; um pondion equivale a dois issarines; um issarine equivale a oito moedas de cobre. Quando entende tudo, duas moedas de ouro é 1% de um denário – 1% de um dia de salário.
i. A palavra grega antiga lepton literalmente significa “uma coisa minúscula” e então no inglês arcaico foi traduzida para mite, que vem da palavra para uma “migalha” ou “parcela muito pequena”.
ii. Ela doou duas pequeninas moedas de cobre, não apenas uma. A viúva poderia ter ficado com uma moeda para ela, e ninguém a culparia se o tivesse feito. Doar uma significava doar metade de todo o dinheiro dela. Ao invés disso, ela doou com uma generosidade impressionante.
2. (3-4) Jesus pondera sobre a doação da viúva.
E disse: “Afirmo-lhes que esta viúva pobre colocou mais do que todos os outros. Todos esses deram do que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver”.
a. Esta viúva pobre colocou mais do que todos os outros: Jesus não disse que ela colocou mais do que qualquer um deles. Ele disse que ela pôs mais do que todos eles – todos eles somados. Os outros doaram do que lhes sobrava; ele doou com sacrifício, da sua pobreza.
i. O princípio de Jesus aqui nos mostra que diante de Deus, o espírito de doação determina o valor da doação mais do que a quantidade. Deus não quer dinheiro doado de má vontade ou dinheiro de culpa. Deus ama o doador alegre.
ii. O donativo da viúva e o comentário de Jesus sobre ele também nos mostra que o valor de um donativo é determinado pelo que ele custa ao doador. Isto foi o que fez a doação da viúva valer tanto. Davi recusou dar a Deus aquilo que não me custa nada (2 Samuel 24:24).
iii. O princípio de Jesus aqui nos mostra que Deus não precisa de nosso dinheiro. Se Deus precisasse de nosso dinheiro, então quanto nós damos seria mais importante do que nosso coração ao dar. Em vez disso, é nosso privilégio dar a Ele, e nós precisamos dar porque é bom para nós, não porque é bom para Deus.
b. Da sua pobreza: A mulher era pobre pois era viúva e não tinha um marido para ajudar a sustentá-la. Pode ser também importante que Jesus havia acabado de criticar os escribas como aqueles que devoram as casas das viúvas (Lucas 20:47). E então, uma viúva solitária faz uma contribuição espetacular. Talvez um escriba tenha devorado sua casa.
i. A viúva desafiou a mentalidade que diz: “Eu darei quando tiver mais”. A viúva não tinha virtualmente nada, mesmo assim, foi uma doadora. Isto significa que nós todos conseguimos agradar a Deus com nossas doações tanto quanto o homem mais rico consegue agradar a Deus com sua doação. Qualquer coisa que dermos sacrificialmente a Deus, Ele vê e fica agradado.
B. Jesus fala de eventos futuros.
1. (5-6) Jesus faz uma previsão incrível com relação ao templo.
Alguns dos seus discípulos estavam comentando como o templo era adornado com lindas pedras e dádivas dedicadas a Deus. Mas Jesus disse: “Disso que vocês estão vendo, dias virão em que não ficará pedra sobre pedra; serão todas derrubadas”.
a. Alguns dos seus discípulos estavam comentando como o templo: Este templo foi originalmente reconstruído por Zorobabel e Esdras (Esdras 6:15), mas muito expandido e melhorado por Herodes. Foi o centro da vida judaica por quase mil anos. O templo era tão venerado que era de costume jurar pelo templo (Mateus 23:16), e falar contra o templo poderia ser considerado blasfêmia (Atos 6:13).
i. O Rei Herodes mais do que dobrou a área do monte do templo, aumentando-a para mais ou menos 36 acres (150,000 metros quadrados). O trabalho de reconstrução de Herodes começou em 19 a.C. e foi completado somente em 63 d.C, durando mais de oitenta anos. Foi finalizado apenas sete anos antes de ser destruído.
b. Era adornado com lindas pedras e dádivas: O templo não era apenas grande, mas também era lindo. O historiador judeu Josefo disse que o templo era coberto por fora com placas de ouro que eram tão brilhantes que quando o sol brilhava delas, era cegante olhar. Onde não havia ouro, havia blocos de mármore de um branco tão puro que de longe, viajantes pensavam que havia neve no monte do templo.
i. Mesmo o templo sendo grande como era, Jesus nunca hesitou em afirmar que Ele era maior do que o templo (Mateus 12:6). Para muitos judeus daquela época, o tempo havia se tornado um ídolo – começou a significar mais para as pessoas do que o próprio Deus significava.
ii. Coisas boas podem ser tornar os piores ídolos; e às vezes Deus tira até mesmo coisas boas das quais nós transformamos em nossos ídolos.
c. Não ficará pedra sobre pedra; serão todas derrubadas: Mais ou menos 40 anos depois que Jesus disse isso, houve uma grande revolução judaica contra os romanos na Palestina. Os rebeldes desfrutaram de muitos sucessos no começo, mas no final, Roma acabou com a rebelião. Jerusalém foi destruída, incluindo o templo – exatamente como Jesus disse.
i. É dito que durante a queda de Jerusalém, os últimos sobreviventes judeus da cidade fugiram para o templo, porque era a construção mais forte e segura na cidade. Soldados romanos a cercaram e um soldado bêbado começou um fogo que logo tomou conta do prédio todo. Detalhes ornamentais de ouro no telhado do templo derreteram e entraram pelas rachaduras entre as paredes de pedra do templo e, para recuperar o ouro, o comandante romano ordenou que o templo fosse desmantelado pedra por pedra. A destruição foi tão completa que hoje existe uma verdadeira dificuldade de saber exatamente onde o templo ficava.
2. (7) Seus ouvintes perguntam sobre os eventos conectados à destruição do templo.
“Mestre”, perguntaram eles, “quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal de que elas estão prestes a acontecer?”
a. Mestre…quando acontecerão essas coisas? Pasmos com a predição de Jesus, os discípulos fizeram uma pergunta óbvia. Esta pergunta dá início a uma das lições mais famosas de Jesus, frequentemente chamada de Discurso do Olivete porque Mateus 24:3 nos conta que Jesus disse essas coisas, sentado no Monte das Oliveiras.
i. Mateus 24 parece ter um relato mais completo dessa lição e ajuda a responder perguntas sobre o relato de Lucas vindo de um registro mais completo em Mateus.
ii. Ambos, Mateus e Lucas, deixam claro que Jesus falou tanto da destruição vindoura de Jerusalém quanto do fim dos tempos e Seu glorioso retorno.
iii. “Devemos levar em conta o sítio de Jerusalém e a destruição do templo como sendo um tipo de ensaio do que ainda está para acontecer”. (Spurgeon)
iv. “Muitos teólogos pensam que Deus pretendia dar uma espécie de conflagração geral e arruinar o mundo no último dia com a destruição de Jerusalém. Então sinais do mesmo tipo que aqueles vistos antes de Jerusalém ser destruída, serão vistos antes do grande e terrível dia da vinda de nosso Senhor para julgar o mundo”. (Poole)
b. Qual será o sinal de que elas estão prestes a acontecer? A resposta de Jesus a estas perguntas, registradas em Mateus 24 e aqui em Lucas 21, tem em mente tanto a destruição vindoura de Jerusalém em tempos próximos quanto o retorno final de Jesus no fim dos tempos. O relato de Lucas foca mais no primeiro aspecto.
i. Mateus registrou uma resposta bem mais especifica a esta pergunta, apontando para o que Jesus chamou de a abominação da desolação (Mateus 24:15 e adiante).
3. (8) Para caminhar nestes tempos perigosos, não siga falsos líderes.
Ele respondeu: “Cuidado para não serem enganados. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ e ‘O tempo está próximo’. Não os sigam.
a. Cuidado para não serem enganados: Desde o princípio, Jesus avisou os discípulos de que muitos seriam enganados ao anteciparem Seu retorno. Houve vezes na história da igreja em que predições precipitadas foram feitas e confiadas, resultando em grande decepção, desilusão e abandono da fé.
i. Um exemplo notável disso foi a expectativa profética em 1846 com William Miller nos Estados Unidos. Por causa destas interpretações proféticas, cálculos, e publicações, houve centenas de milhares de pessoas nos Estados Unidos que foram convencidas de que Jesus retornaria em 1846. Quando Ele não retornou, houve grande decepção, com alguns abandonando a fé e alguns grupos cultistas nascendo deste fervor profético.
b. Pois muitos virão em Meu nome: Jesus sabia que muitos viriam depois Dele, afirmando ser o messias político e militar de Israel. Um exemplo marcante disso foi um homem chamado Bar Kokhba, que 100 anos depois de Jesus muitos judeus consideravam ser o messias. Ele começou uma revolução generalizada contra os romanos e desfrutou de sucesso no começo, mas foi logo destruído.
c. Não os sigam: Tragicamente, aqueles que rejeitaram Jesus quando Ele veio até eles como o Messias, acabaram seguindo falsos messias que os levaram para nada além de morte e destruição. Em rejeitar a verdade, eles ficaram vulneráveis a maiores enganos.
i. Quando os romanos vieram contra Jerusalém, “Josefo conta também, de seis mil refugiados que pereceram nas chamas dos pórticos do templo iludidos por um ‘falso profeta, que havia proclamado naquele dia às pessoas na cidade que Deus os comandava a subir para o pátio do templo, para receber lá os sinais de sua libertação’ (J.W. 6.285). Eles foram iludidos por charlatães e falsos mensageiros de Deus”. (Pate)
4. (9-11) Para caminhar nestes tempos perigosos, não se assuste com as catástrofes comumente associadas com o fim dos tempos.
“Quando ouvirem falar de guerras e rebeliões, não tenham medo. É necessário que primeiro aconteçam essas coisas, mas o fim não virá imediatamente”. Então lhes disse: “Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares, e acontecimentos terríveis e grandes sinais provenientes do céu.”
a. Quando ouvirem falar de guerras e rebeliões, não tenham medo: O que Jesus disse aqui se aplicava tanto à destruição vindoura de Jerusalém quanto ao retorno de Jesus ainda a ser cumprido no fim dos tempos.
i. De certa maneira, houve guerras que precederam a destruição de Jerusalém, pois os romanos estavam frequentemente em guerra com os judeus, os samaritanos, os sírios, e outros durante este período. No grande Império Romano houve terremotos notáveis antes de Jerusalém ser destruída. Houve fome, como as mencionadas em Atos 11:28. No grande Império Romano houve acontecimentos terríveis como o da destruição de Pompéia, apenas sete anos após Jerusalém ser destruída. Houve sinais provenientes dos céus, como um cometa que parecia uma espada no céu sobre Jerusalém antes de sua destruição.
b. É necessário que primeiro aconteçam essas coisas, mas o fim não virá imediatamente: No entanto, Jesus disse especificamente que nenhuma dessas coisas são os sinais específicos de Seu retorno imediato. Mateus 24:8 descreveu estas coisas como o início das dores, mais literalmente o início das dores de parto. Assim como é verdade sobre dores de parto, nós deveríamos esperar que as coisas mencionadas – guerras, fome, terremotos e assim por diante – se tornem mais frequentes e mais intensas antes do retorno de Jesus – sem que elas sejam o sinal específico do fim.
i. Que primeiro aconteçam essas coisas: “Estas coisas devem acontecer, pois elas são parte do programa profético do Fim dos tempos no geral, e também são decretadas divinamente; mas elas não levam ao fim imediato. A queda de Jerusalém e os eventos que a levaram a esta queda foram moralmente, apesar de não cronologicamente, de um caráter escatológico”. (Geldenhuys)
5. (12-15) Jesus descreve o que Seus discípulos devem esperar ter que suportar.
“Mas antes de tudo isso, prenderão e perseguirão vocês. Então os entregarão às sinagogas e prisões, e vocês serão levados à presença de reis e governadores, tudo por causa do meu nome. Será para vocês uma oportunidade de dar testemunho. Mas convençam-se de uma vez de que não devem preocupar-se com o que dirão para se defender. Pois eu lhes darei palavras e sabedoria a que nenhum dos seus adversários será capaz de resistir ou contradizer.
a. Mas antes de tudo isso, prenderão e perseguirão vocês: Isto foi e é verdade em ambos os tempos, antes da destruição de Jerusalém e do retorno final de Jesus na glória. Os discípulos serão perseguidos, mas não devem considerar nenhum desses períodos de sofrimento, independentemente de quão severo possam ser, como o sinal específico do fim.
b. Os entregarão às sinagogas e prisões: Isto indica perseguição de origens tanto religiosas quanto secularistas. Os discípulos de Jesus devem esperar as duas.
c. Será para vocês uma oportunidade de dar testemunho: Dos Livros dos Atos em diante, houve inúmeras ocasiões onde a perseguição deu aos cristãos a oportunidade de pregar e dar testemunho para aqueles que, caso contrário, nunca alcançariam com a mensagem, como reis e governadores.
d. Eu lhes darei palavras e sabedoria a que nenhum dos seus adversários será capaz de resistir ou contradizer: Jesus pessoalmente prometeu graça especial, ajuda especial ao Seu povo em tais circunstâncias.
i. Não devem preocupar-se com o que dirão para se defender: “A palavra grega para ‘preocupar-se’, promeletan, era uma expressão técnica para praticar um discurso anteriormente”. (Pate)
6. (16-19) Caminhar nestes tempos perigosos, quando todos os outros se voltam contra você, persevere e tome uma posição firme.
Vocês serão traídos até por pais, irmãos, parentes e amigos, e eles entregarão alguns de vocês à morte. Todos odiarão vocês por causa do meu nome. Contudo, nenhum fio de cabelo da cabeça de vocês se perderá. É perseverando que vocês obterão a vida.
a. Vocês serão traídos: Cristãos devem esperar sofrer não somente com inimigos fora da igreja, mas também com traidores entre os crentes (pais, irmãos, parentes e amigos). Por causa disso, alguns irão até morrer (entregarão alguns de vocês à morte).
b. Todos odiarão vocês por causa do meu nome: É estranho pensar que homens e mulheres seriam odiados por causa de Jesus, que foi e é somente amor e bondade. Mesmo assim, isso é verdade.
c. É perseverando que vocês obterão a vida: A palavra para perseverando aqui é a grande palavra grega hupomone. Ela fala sobre uma forte resistência, não sobre uma espera passiva. Nós resistimos, confiando na promessa de Jesus que, no final das contas, em perspectiva eterna, nenhum fio de cabelo da cabeça de vocês se perderá.
7. (20-24a) Caminhar nestes tempos perigosos, fuja de Jerusalém quando os exércitos começarem a cercá-la.
“Quando virem Jerusalém rodeada de exércitos, vocês saberão que a sua devastação está próxima. Então os que estiverem na Judéia fujam para os montes, os que estiverem na cidade saiam, e os que estiverem no campo não entrem na cidade. Pois esses são os dias da vingança, em cumprimento de tudo o que foi escrito. Como serão terríveis aqueles dias para as grávidas e para as que estiverem amamentando! Haverá grande aflição na terra e ira contra este povo. Cairão pela espada e serão levados como prisioneiros para todas as nações.”
a. Quando virem Jerusalém rodeada de exércitos: Este aviso de Jesus, focado em aspectos mais próximos da grande profecia, foi virtualmente ignorado pelo povo judaico em 70 d.C. quando os exércitos romanos cercaram Jerusalém.
b. Os que estiverem na Judéia fujam para os montes: Muitos judeus esperavam o Messias retornar na glória quando exércitos hostis de gentios cercaram Jerusalém. No entanto, cristãos em Jerusalém sabiam o que Jesus tinha dito e O obedeceram, fugindo para o outro lado do Rio Jordão, a maioria para Pela. Poucos cristãos morreram na queda de Jerusalém, ou talvez nenhum.
i. O historiador antigo cristão Eusébio escreveu que cristãos fugiram para Pela como resposta a “um oráculo dado pela revelação” (História da Igreja, 3.5.3, citado em Morris).
c. Pois esses são os dias da vingança: A conquista romana de Jerusalém em 70 d.C. foi completa. A História registra que 1.1 milhão de judeus foram mortos e outros 97,000 foram levados cativos em uma das piores calamidades que jamais aconteceu ao povo judeu. Jesus os avisou para evitá-la.
i. Quando os romanos terminaram seu trabalho com Jerusalém em 70 d.C. nem um judeu foi deixado vivo na cidade. Os romanos eventualmente renomearam a cidade Aelia Capitolina, e por muitos anos não permitiam que um judeu se quer entrasse na que era previamente conhecida como Jerusalém, exceto em um dia do ano – o aniversário da queda da cidade e da destruição do templo, quando judeus eram convidados a vir e lamentar amargamente.
ii. “Desde o começo da história da nação judaica, Deus, por meio de Seus servos, os avisou claramente que se eles se comportassem de maneira infiel e perversa, colheriam uma retribuição desastrosa. Cf. especialmente as palavras marcantes de Deuteronômio 28:15-68. Não houve uma forma de calamidade que atacou os judeus na guerra Romana-Judaica que não fora mencionada aqui em Deuteronômio”. (Geldenhuys)
iii. Jesus quis realmente dizer quando disse esses são os dias da vingança. Esta é a razão pela qual ele chorou por Jerusalém (Lucas 19:41-44), porque Ele podia ver a devastação massiva que estava vindo em direção a esta cidade que Ele amava – e a razão pela qual Ele avisou todos que quiseram ouvir como eles podiam escapar da destruição que viria.
8. (24b) Jerusalém será pisada pelos gentios até que o tempo dos gentios se acabe.
“Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos deles se cumpram.”
a. Jerusalém será pisada pelos gentios: Após a destruição de Jerusalém e a dispersão dos judeus predita por Jesus nos versos anteriores, viria um longo período em que Jerusalém seria dominada por gentios.
i. Após milhares de anos de exílio, o estado judeu foi milagrosamente estabelecido em Israel novamente em 1948. Não foi até 1968 que Israel controlou Jerusalém, mas ainda hoje eles cedem o governo e a administração da parte mais central de Jerusalém – o Monte do Templo – para os gentios governarem (a Autoridade Palestina). Pode ser argumentado que profeticamente falando, Jerusalém ainda é pisada pelos gentios.
b. Até que os tempos deles se cumpram: Quando estes tempos deles forem completados, começa o período de sete anos designado para o povo judeu em Daniel 9. As calamidades descritas nos versículos seguintes virão neste período.
i. “Os gentios não pisarão sempre em Jerusalém.” (Trap)
ii. “É muito provável que Jesus pretendesse com esta frase sugerir que chegará o momento em que os gentios não possuirão mais Jerusalém e que, quando tal momento for chegar, a nação de Israel retomará sua terra.” (Pate)
9. (25-28) Quando o último período de calamidade chegar ao mundo, olhe para cima – sua redenção está próxima.
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e perplexidade com o bramido e a agitação do mar. Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes serão abalados. Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem com poder e grande glória. Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês”.
a. Sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e perplexidade: A história não registra o cumprimento adequado destas palavras em 70 d.C. ou logo depois. Jesus aqui olhou para os aspectos posteriores do cumprimento final de Seu retorno e do fim da era.
i. Este tipo de caos total e calamidade é descrito em detalhes horríveis em Apocalipse 6, 8-9, e 15-18. Tudo isso culminará no dramático e espetacular retorno de Jesus, vindo com Sua igreja para a terra.
b. Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem com poder e grande glória: Novamente, a história não registra o cumprimento adequado destas palavras em 70 d.C. ou logo em seguida. Jesus passou da descrição de eventos que já aconteceram (de nossa perspectiva), para a descrição de eventos que ainda não aconteceram.
c. Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês: As coisas que começarão a acontecer são descritas em Lucas 21:25-27. Jesus assegurou aos crentes na terra naquele momento que estivessem prontos, porque o tempo da grande tribulação que eles experimentarão não durará para sempre, pois Jesus voltará em breve em glória.
10. (29-33) Quando verás estes sinais (falados em Lucas 21:25-26), saberás que o fim está muito próximo.
Ele lhes contou esta parábola: “Observem a figueira e todas as árvores. Quando elas brotam, vocês mesmos percebem e sabem que o verão está próximo. Assim também, quando virem estas coisas acontecendo, saibam que o Reino de Deus está próximo. “Eu lhes asseguro que não passará esta geração até que todas essas coisas aconteçam. Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão.”
a. Observem a figueira: A figueira é apenas um exemplo de uma árvore que brota antes do verão; nenhuma referência especial a Israel parece ser intencional (como indicado pelas palavras, e todas as árvores). A ideia é que quando uma figueira brota, há um resultado inevitável – o verão está próximo, e os frutos estão chegando. Da mesma forma, quando estes sinais forem vistos, a vinda de Jesus em glória com Sua igreja a este mundo acontecerá inevitavelmente.
b. Não passará esta geração até que todas essas coisas aconteçam: Jesus não se referiu a Sua própria geração e a dos discípulos, mas à geração que vê esses sinais; eles também verão o fim. Esta é a promessa de Deus de que Ele não prolongará o que Jesus chamou de a Grande Tribulação (Mateus 24:21) para sempre.
i. Há também um forte argumento de que Jesus se referia ao povo judeu pelo termo esta geração, que significa que eles não pereceriam (apesar das terríveis perseguições e tentativas de genocídio) até que estas coisas fossem cumpridas.
ii. “Genea pode significar três coisas: (1) os descendentes de um ancestral comum; (2) um conjunto de pessoas nascidas ao mesmo tempo; (3) o período de tempo ocupado por tal conjunto de pessoas, muitas vezes no sentido de conjuntos sucessivos de pessoas. Não se pode dizer…portanto, que genea necessariamente signifique geração.” (Pate)
c. Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão: Nenhum homem simples poderia dizer isto com sinceridade. Jesus afirmou que Suas palavras eram as próprias palavras de Deus – e são.
11. (34-36) Como viver nos últimos dias.
“Tenham cuidado, para não sobrecarregar o coração de vocês de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente. Porque ele virá sobre todos os que vivem na face de toda a terra. Estejam sempre atentos e orem para que vocês possam escapar de tudo o que está para acontecer, e estar em pé diante do Filho do homem”.
a. Tenham cuidado: Devemos ter cuidado porque existem certas coisas que podem tornar uma pessoa despreparada – libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida. Cada uma destas coisas pode nos tornar despreparados para o dia do retorno de Jesus. Elas fazem sobrecarregar o coração.
i. De acordo com Morris, libertinagem refere-se literalmente à ressaca que vem depois de um tempo de intoxicação.
b. Porque ele virá sobre todos os que vivem na face de toda a terra: Jesus aqui falou de Sua vinda de um ângulo diferente. Em Lucas 21:25-26, Ele falou de uma inconfundível calamidade que irá sacudir a terra antes da vinda de Jesus. Em Lucas 21:34-36, Jesus disse que viria como uma surpresa, uma armadilha – e enfatizou a importância da prontidão.
i. Isto porque a segunda vinda de Jesus tem dois aspectos distintos, separados por um tempo apreciável. O primeiro aspecto vem de repente, inesperadamente, como uma armadilha, em um tempo de paz e segurança. O segundo vem com grande antecipação a um mundo quase destruído pelo julgamento de Deus, com Jesus vindo do céu para a terra com seu povo.
ii. Aqueles que estão prontos para o primeiro aspecto de Sua vinda seriam considerados dignos de escapar de tudo, as coisas de grande calamidade que cairão sobre a terra. Eles vão estar em pé diante do Filho do homem. Estes são aqueles que são arrebatados junto com Jesus, para encontrar o Senhor no ar (1 Tessalonicenses 4:17), para escapar da tribulação que virá sobre a terra.
iii. O que Jesus falou nesta parte do registro de Lucas do Discurso do Monte das Oliveiras se aplicava àqueles de toda a Terra, não apenas àqueles que viviam em Jerusalém ou na Judéia. Trata-se de muito mais do que o que aconteceu com Jerusalém em 70 d.C.
c. Estejam sempre atentos: Porque isto é relevante para toda a Terra, devemos estar sempre atentos. Qualquer um que está sempre atento nunca será pego em uma armadilha; falharmos por não estarmos atentos, nos impede de estarmos prontos.
d. Orem para que vocês possam escapar de tudo o que está para acontecer: Jesus disse a seus seguidores para orar sempre, para que possam ser considerados dignos de escapar de tudo o que está para acontecer. A boa notícia em Jesus é que não temos que passar por esta calamidade que está por vir. Ele levará todos os que estiverem prontos antes que esta calamidade comece.
i. Em um sentido menor e mais imediato em relação à destruição de Jerusalém, aqueles que ouviram e obedeceram a Jesus escaparam da horrível destruição que se abateu sobre a cidade.
ii. Quanto à destruição muito maior que virá sobre toda a Terra, aqueles que escutam e obedecem a Jesus podem escapar da horrível destruição que virá.
12. (37-38) A natureza pública do ministério de Jesus.
Jesus passava o dia ensinando no templo; e, ao entardecer, saía para passar a noite no monte chamado das Oliveiras. Todo o povo ia de manhã cedo ouvi-lo no templo.
a. Jesus passava o dia ensinando no templo: Lucas enfatiza o caráter público e aberto do trabalho de ensino de Jesus, mesmo ensinando de manhã cedo no local mais público de Jerusalém. Jesus não se escondeu nestes poucos dias antes de Sua traição, prisão e crucificação.
b. Ao entardecer, saía para passar a noite no monte chamado das Oliveiras: Como muitos galileus que vieram a Jerusalém para a Páscoa, Jesus essencialmente acampou no Monte das Oliveiras nos dias que antecederam a Páscoa.
(c) 2021 The Enduring Word Bible Commentary by David Guzik – ewm@enduringword.com
Lucas
Capítulo 21
- 1Levantando os olhos, viu Jesus os ricos que deitavam as suas ofertas no cofre do templo.
- 2Viu também uma viúva pobrezinha deitar duas pequeninas moedas,
- 3e disse: Em verdade vos digo: esta pobre viúva pôs mais do que os outros.
- 4Pois todos aqueles lançaram nas ofertas de Deus o que lhes sobra; esta, porém, deu, da sua
- indigência, tudo o que lhe restava para o sustento.
- 5Como lhe chamassem a atenção para a construção do templo feito de belas pedras e recamado
- de ricos donativos, Jesus disse:
- 6Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído.
- 7Então o interrogaram: Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso
- se vai cumprir?
- 8Jesus respondeu: Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu;
- e ainda: O tempo está próximo. Não sigais após eles.
- 9Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso
- aconteça primeiro, mas não virá logo o fim.
- 10Disse-lhes também: Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino.
- 11Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos
- no céu.
- 12Mas, antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas
- e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim.
- 13Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho.
- 14Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa,
- 15porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer
- os vossos adversários.
- 16Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão
- muitos de vós.
- 17Sereis odiados por todos por causa do meu nome.
- 18Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça.
- 19É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação.
- 20Quando virdes que Jerusalém foi sitiada por exércitos, então sabereis que está próxima a sua
- ruína.
- 21Os que então se acharem na Judéia fujam para os montes; os que estiverem dentro da cidade
- retirem-se; os que estiverem nos campos não entrem na cidade.
- 22Porque estes serão dias de castigo, para que se cumpra tudo o que está escrito.
- 23Ai das mulheres que, naqueles dias, estiverem grávidas ou amamentando, pois haverá grande
- angústia na terra e grande ira contra o povo.
- 24Cairão ao fio de espada e serão levados cativos para todas as nações, e Jerusalém será pisada
- pelos pagãos, até se completarem os tempos das nações pagãs.
- 25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das
- nações pelo bramido do mar e das ondas.
- 26Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As
- próprias forças dos céus serão abaladas.
- 27Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade.
- 28Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque
- se aproxima a vossa libertação.
- 29Acrescentou ainda esta comparação: Olhai para a figueira e para as demais árvores.
- 30Quando elas lançam os brotos, vós julgais que está perto o verão.
- 31Assim também, quando virdes que vão sucedendo estas coisas, sabereis que está perto o Reino
- de Deus.
- 32Em verdade vos declaro: não passará esta geração sem que tudo isto se cumpra.
- 33Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.
- 34Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso
- do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe
- de improviso.
- 35Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra.
- 36Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males
- que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem.
- 37Durante o dia Jesus ensinava no templo e, à tarde, saía para passar a noite no monte chamado
- das Oliveiras.
- 38E todo o povo ia de manhã cedo ter com ele, no templo, para ouvi-lo.
- O texto menciona sinais estranhos no sol, na lua e nas estrelas.
- Descreve o desespero das nações, o barulho dos mares e o pavor devido à destruição que se aproxima.
- Menciona a destruição de Jerusalém, o cerco por exércitos e a necessidade de fuga para os que estão na cidade e na Judeia.
- Finaliza com a descrição de Jesus vindo nas nuvens, com poder e grande glória, para que as nações o vejam.
- Lucas 21 contém profecias que têm conexões com o livro de Apocalipse, como a descrição de eventos catastróficos no fim dos tempos.
- Alguns estudiosos usam o capítulo 21 de Lucas para apoiar a interpretação pretarista, que vê um cumprimento histórico parcial das profecias na destruição de Jerusalém em 70 d.C.
- O termo "apocalipse" significa "revelação", e o livro bíblico do Apocalipse foi escrito para revelar o que aconteceria após a retirada da igreja do mundo, incluindo a volta de Cristo. - IA - INTERNET
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