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sexta-feira, 8 de novembro de 2019
PORTAL - GNA - 12812 - A VOZ DE BETÂNIA - AGOSTO DE 2019 - POSTAGEM ESPIRITUAL - GRUPO DE NATUREZA ALIENÍGENA - GNA
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A Voz de Betânia
Agosto de 2019
Ano XXVI – N.º 68
“E todos os que criam estavam juntos,
e tinham tudo em comum.” (Actos 2:44)
Neste número:
- “Eu Quero Mais”
- “Recados do Pai”
- Excertos d’O Grande Evangelho de João
- Profecias em Destaque
- Graça e Paz
“EU QUERO MAIS”
No passado mês fizemos referência a um espaço físico para
instalarmos a nossa comunidade, onde possamos exercitar a caridade
e vivê-la segundo o padrão do Novo Testamento: “E todos os que
criam estavam juntos, e tinham tudo em comum (…) Não havia, pois,
entre eles necessitado algum…” [1]
Mas a exigência do Senhor, muitas vezes, ultrapassa essa
vivência colectiva que ansiamos e cremos vir a experimentar.
O nosso Pai, neste momento, está mais preocupado connosco,
pois é Seu desejo que cada um de nós possa encontrar-se a si próprio,
espiritualmente. Poderemos, então, ajudar os outros de forma
diferente e tudo o que ansiamos ver concretizado fisicamente será
uma realidade experimentada pela fé.
O Senhor nos disse, um dia: “Tomar posse espiritual é lá
habitar em espírito e dessa forma desenvolver vontade e paixão para
lá entrar, habitar e comungar. Limpai, pois, a casa, o vosso corpo e o
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vosso espírito e elevai a vossa alma para Eu, em pleno, em vós
habitar e no templo convosco entrar.”
Passemos agora aos destaques do ditado que analisamos neste
número. Eis a primeira frase que nos chamou a atenção e que originou
o título desta reflexão: “Eu quero mais.”
O Senhor só requer de nós aquilo que temos possibilidade de
dar.
Jesus escolheu os Seus apóstolos, cada qual com a sua índole
própria, mas destacou um para ser o primeiro proclamador da Sua
doutrina, apelidando-o de ‘pedra’ de fé (Mateus 16:18-19; Actos 2:14).
Por essa razão, Ele iria requerer um pouco mais desse Seu discípulo.
Após a Sua ressurreição, eis as palavras de Jesus dirigidas a Pedro:
“Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes?” [2] – “estes”
eram os outros apóstolos e cremos que todos eles amavam o Mestre.
Mas Jesus por três vezes fez esta pergunta a Pedro, pois queria mais,
queria que suplantasse os outros em amor por Ele, para dessa forma
poder apascentar a Sua igreja.
Infelizmente, hoje em dia são poucos aqueles que amam o
Senhor acima de todas as coisas. Não está em questão amá-Lo como
Salvador, Senhor e Pai. Está em causa amá-Lo como sendo mais do
que a nossa própria vida.
Foi Paulo, e não Pedro, quem experimentou em plenitude este
amor. Sem vaidade, ele diz de si mesmo: “Já estou crucificado com
Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim …” [3]
Isto é ultrapassar a mediania, pois implica a dádiva total da
vida. E Jesus não mudou a Sua exigência. Hoje Ele está pedindo o
mesmo de cada um de nós: “Eu quero mais.”
Podemos, ou, queremos dar mais?
O nosso Pai, com muito amor, continua pedindo e explicando
porque nos faz esta exigência: “Eu quero sempre um pouco mais, para
vos fazer chegar ao primórdio do Espírito e largardes a matéria.”
É precisamente na dádiva do que temos que nos esvaziamos de
nós mesmos e deixamos de ser egoístas, sentindo prazer em ver os
outros felizes - e isso é o verdadeiro amor.
Então, o nosso amor-próprio é reduzido à dimensão que deve
ter, ou seja, viver a humildade ensinada pelo Divino Mestre que,
sendo Senhor de tudo, abdicou da Sua glória eterna para se identificar
com o homem, dando a Sua vida em resgate das Suas criaturas.
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Esta foi a dádiva suprema e total, conforme havia dito:
“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida
pelos seus amigos.” [4]
Foi Jesus que tudo fez e nós compreendemos e aceitamos. Mas
perguntemo-nos: Será que cada um de nós faria o mesmo?
Nos lembramos do relato do que Maximiliano Kolbe, um padre
católico, fez no campo de concentração de Auschwitz em 1941,
quando se ofereceu no lugar de um prisioneiro que estava destinado
a morrer. Esse homem, por milagre de Deus foi solto e contou a
história ao mundo. Kolbe faleceu em lugar do outro, porque o
considerou amigo, sem o conhecer, exercitando a suprema caridade
ensinada por Jesus.
É desejo do Senhor que nos libertemos do materialismo, não
considerando nenhuma posse como nos pertencendo, pois tudo vem
de Deus.
Para que não surja qualquer tipo de pretensão da nossa parte,
Jesus deixou-nos uma ‘bitola’, onde podemos aferir o nosso amor. Diz
Ele: “Divide o amor em seiscentas e sessenta e seis partes; darás,
então, seiscentas a Deus, sessenta ao próximo, ficando com seis.
Porém, se quiseres ser um demónio perfeito, inverterás os valores!”
[5]
Jesus deseja de cada um de nós, em cada dia que Ele nos dá de
vida, um pouco mais; e quando o nosso coração estiver mais do lado
Dele do que do nosso, ou melhor dizendo, do mundo, começaremos
a chorar com as desgraças dos outros ao invés de somente nos
condoermos em ocasiões especiais.
Um dia o nosso querido Pai nos disse que a nossa caridade fazia
parte do primeiro céu e Ele queria que fosse já do segundo céu.
Lembremos as Suas palavras: “Vós fazeis a caridade que todos os que
estão no primeiro Céu fazem, mas Eu de vós quero mais. Quero a
caridade do segundo Céu, a caridade da dádiva, da entrega, do
sofrimento e não a caridade do conforto, em que dais o que tendes, o
que vos sobra e o que vos dão. Dais o vosso tempo e o vosso trabalho.
E o vosso coração? Este é o primeiro exercício para vos preparardes
para Mim: caridade de coração, caridade de dádiva, a caridade do
Amor.”
Trazemos à guisa de exemplo um facto que se passou com uma
parente nossa. Ela era uma pessoa caridosa, mas um pouco xenófoba,
excluindo as pessoas pela cor da pele. Ainda assim, dava-se muito
bem com uma senhora negra da localidade.
4
Por curiosidade, um dia questionámo-la: “Mas aquela senhora de
quem gosta tanto é negra.” A resposta deixou-nos surpresos: “Mas ela é
minha amiga.”
Quando considerarmos a todos como amigos, sejam eles quem
forem, o nosso coração irá doer se os virmos em sofrimento. Quando
assim acontecer, estaremos no caminho do Amor e consequentemente
mais próximos de Deus.
Fraternalmente em Cristo Jesus.
Pr. Egídio
[1] Actos 2:44; 4:34 [2] João 21:15 [3] Gálatas 2:20
[4] João 15:13 [5] O Grande Evangelho de João – II – 77:3.
***
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“RECADOS DO PAI”
“A Minha obra revela a Minha vontade que é a expressão plena
do Amor. E vós sabeis isso no mais interno do vosso íntimo. Já o
praticais de forma, uns mais conscientes, outros pela natureza
intrínseca da alma que possuem. Mas todos vós já o fazeis. Fazeis
por vós e pelos vossos irmãos, porque depois de suprirdes as vossas
necessidades, vós olhais para a caridade. Mas Eu quero mais, vós
sabeis, Eu quero sempre um pouco mais, para vos fazer chegar ao
primórdio do Espírito e largardes a matéria. Chegai-vos a Mim no
esforço ou na entrega simples, que Eu vos reconheço no caminho da
verdade.
Na sabedoria e na pureza das mensagens que vos envio,
procurem a simplicidade que existe em Mim e a grandeza da Minha
palavra.
A mente humana é Minha, mas permeável à vontade, aos
impulsos e desejos da carne, à acção do Meu oposto. Até vos
elevardes a Mim, estareis sempre no alcance dele, por isso tentai
procurar a santidade da Minha comunhão, para que nada vos
perturbe ou contamine.
Estai atentos, questionai sempre todas as coisas, para
discernirdes o que vem do Alto, para saberdes o que é Luz e o que é
escuridão; na dúvida, colocai de lado, porque Eu nunca deixo os Meus
filhos confusos, nem duvidosos. Gosto que busquem, que não
desistam, mas os contactos e ligações a Mim são permanentes, desde
que estejais em Mim, e aí a Luz vos abrirá as portas do conhecimento
e do caminho a seguir.
Sabei esperar na busca da santidade e no louvor aos Céus. Tudo
em Mim é, e a vós será entregue na hora que se avizinha.
Buscai o Meu amor. Começai a fazer o exercício de estar atentos
aos outros. Amém.”
***
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EXCERTOS D’O GRANDE EVANGELHO DE JOÃO
A CARIDADE JUSTA
(O Senhor): «Este ponto refere-se à posse. Disse Moisés: Não deves
furtar; e repetiu: Não deves cobiçar os bens do teu próximo, a não ser que
estejas dentro da justiça.
Podes comprar algo do teu vizinho o que te justifica usá-lo perante
todos; porém, o furto é pecado diante da Ordem Divina transmitida a Moisés,
porque age contra o amor ao próximo. Não deves usar atitude que
condenarias se partisse do teu semelhante.
O furto deriva, na maior parte, do amor-próprio que gera o ócio, a
tendência para o conforto e a preguiça. Daí surge certo desânimo, coadjuvado
por receio orgulhoso, que impedem a criatura de fazer um pedido importuno,
mas a leva ao furto. Dele, portanto, se origina grande número de defeitos,
entre os quais o excessivo amor-próprio é o motivo mais evidente. Pelo justo
amor ao próximo, sempre se consegue combater esta fraqueza da
alma.
Naturalmente antepõe-se o seguinte: Fácil seria aplicar-se o amor ao
próximo, quando se possui os meios necessários. Entre cem, no entanto,
talvez existam dez, cuja situação permita exercer tal virtude. Os noventa
restantes dependem, precisamente, da caridade alheia. Se apenas o amor ao
próximo facilita os meios para vencer o vício do furto, os noventa necessitados
dele se poderão abster com dificuldade, pois lhes faltam as condições para a
aplicação dessa virtude.
Dentro da lógica mundana, as tuas conjecturas são justificáveis e
ninguém te poderá contestar. A lógica do coração, porém, fala da seguinte
maneira: As obras do amor ao próximo não se resumem na esmola e
sim nas variadas acções e favores sinceros que naturalmente sempre
exigem boa vontade.
A boa vontade é a alma e a vida de uma obra do bem. Sem ela, a
menor caridade deixaria de ter mérito diante de Deus. Se careces dos meios
necessários, mas tens vontade sincera de ajudar o teu próximo, de qualquer
maneira o teu coração se entristeceria diante desta impossibilidade. O teu
bom propósito vale muito mais para Deus do que a doação de um rico, forçado
a fazê-la.
Se ele auxilia um povoado porquanto este lhe promete o pagamento do
dízimo, tão logo lhe seja possível, a sua obra de bondade de nada vale, pois já
recebeu o seu galardão. A sua atitude bem poderia ser imitada por um
usurário, em virtude da vantagem monetária.
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Daí concluirás ser possível a todos – ricos e pobres – exercerem
o amor ao próximo diante de Deus, e em benefício da sua própria vida
espiritual; depende unicamente da boa vontade sincera, onde todos
agem com dedicação no que lhes é possível.
Naturalmente, a boa vontade apenas não teria utilidade mesmo a quem
possuir meios suficientes, caso respeite certas considerações pessoais, ou dos
filhos, parentes ou outras. Será levado a agir com reservas, por não ser
possível saber quando o pedinte é malandro, desmerecendo o auxílio rogado.
Neste caso, favorecer-se-ia o larápio, privando um justo do recurso devido.
Estas reflexões surgem de cada vez que se é abordado por um pobre.
Meu amigo, aquele que fizer o bem da melhor boa vontade e reflectir
dessa forma, ainda não se integrou na vida justa; por isso não valem nem as
boas obras, tão pouco a intenção. Onde existem meios, vontade e obra,
devem estas equilibrar-se, de contrário, se desfazem o valor e o
mérito, diante do Altíssimo.
Aquilo que deres ou fizeres, deve ser feito com muita alegria,
pois assim terás duplo valor diante de Deus, aproximando-te
rapidamente da perfeição espiritual.
O coração do amável benfeitor se assemelha ao fruto que amadurece
cedo, por conter a plenitude do calor justo de máxima necessidade para tal
processo, e pela predominância do elemento correspondente à vida, ou seja, o
amor.
Deste modo, a alegria e amabilidade do benfeitor são a fartura
tão recomendada do aquecimento espiritual da vida, pelo qual a
alma amadurece mais intensivamente, para a integração plena do
espírito. É justamente o calor, o transporte do espírito eterno em sua alma,
que assim a ele se torna sempre mais idêntica.
O doador, por mais zeloso que seja, afasta-se da meta da perfeição
espiritual, à medida que se apresenta cada vez mais aborrecido e carrancudo;
manifestação mundana, portanto, mui distante de um espírito puramente
celestial.
Ao fazeres a caridade, também deves evitar transmitir
conselhos rigorosos ou talvez amargos. Provocam, não raro, tristeza
profunda no coração do pobre, que deseja ardentemente jamais ser preciso
pedir favores. O benfeitor, por sua vez, enche-se de orgulho por tais
advertências importunas, evidenciando perante o outro a sua superioridade,
o que prova ser mais difícil receber do que dar.
Quem é rico e tem boa vontade facilmente dá esmolas, enquanto o
pobre teme importunar o benfeitor amável. Sentir-se-á muito mais
constrangido ao ser enfrentado de feições aborrecidas, devido a ponderações
apresentadas, antes de receber o auxílio. Deste modo, o pobre não mais se
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atreverá a voltar ao seu benfeitor em caso de necessidade, pois o sermão
provavelmente será mais longo e incisivo do que a sua compreensão
susceptível; dirá mesmo: Não voltes tão cedo, ou talvez, nunca mais. Embora
o outro não tivesse tal intenção.
Eis por que um doador amável e alegre leva tanta vantagem ao
pregador enfadonho, porquanto consola e eleva o coração do
necessitado. Além disso, tal atitude cumula o coração do pobre de
sentimentos confiantes para com Deus e os homens, tornando o seu jugo
pesado mais suave, e facilita-lhe suportá-lo com paciência e dedicação.
O benfeitor amável representa, para o pobre, o mesmo que um porto
seguro para um navegante em alto mar. Enquanto o rico mal-humorado se
assemelha a uma enseada que, mau grado garanta ao capitão salvação
completa, mantém-no, contudo, em pavor constante de tenebrosa ressaca
destruidora, que lhe traria maior prejuízo do que a antecedente tempestade.
Sabes, portanto, dentro da medida de Deus, como deve ser constituída
a verdadeira perfeição espiritual, realizada pelo amor ao próximo. Age deste
modo, e facilmente alcançarás a verdadeira e única meta da vida!»
NÃO É O SABER, MAS A ACÇÃO CARIDOSA
QUE TRAZ FELICIDADE. A JUSTA ABASTANÇA
«Retruca o fariseu, sobremaneira admirado: Somente agora reconheço
seres Tu pleno do espírito divino, pois só Deus pode transmitir tais
conhecimentos. Onde fica o intelecto humano mais preparado, adquirido por
experiências na observação de factos externos? Que vem a ser o homem,
pequeno e limitado, perto de Deus? Jamais pode ele abarcar por si mesmo o
Ser divino e a sua natureza intrínseca.
Desejava apenas que o Templo todo fosse penetrado por tal Luz;
entretanto, não é possível, devido ao atraso geral. Nós sete às vezes
meditamos acerca de tais problemas – e quão difícil era assimilá-los. Qual
não seria a situação dos nossos colegas que nunca procuraram aprofundarse e sim tratavam apenas de passar bem.
Quão certas são as palavras de David: “Não somos nada perto de Ti,
Senhor!” Não devemos confiar no socorro humano, sem efeito real.
Percebemos agora o aproveitamento nulo das leis templárias. Senhor e
Mestre, não nos abandones com o Teu Espírito.
Respondo: Quem permanecer na doutrina, estará comigo e Eu
com ele. Quem abandonar a Minha doutrina pela atitude, ter-Me-á
abandonado e a vida não estará com ele. Eu sou o verdadeiro Dia da
vida. Quem prosseguir neste Dia não se ferirá, e quem trabalhar em tal Dia,
colherá o justo prémio da vida. Por ora sabeis o mais necessário, o restante
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virá oportunamente. Todavia, não é só o saber a trazer felicidade, e sim,
a acção.
Existe uma acção dupla: uma egoísta dirigida ao mundo; outra
justificada dentro do mundo, por verdadeiro amor a Deus e ao
próximo. Na primeira, o homem busca o julgamento e a morte eternos; na
segunda, amor e graça de Deus e a vida eterna da alma.
Não quero dizer com isso não dever o homem entregar-se ao trabalho e
à economia, pois Eu mesmo recomendo muito zelo e economia justa. Isso tudo
deve ser feito para alcançar uma reserva, que a cada momento possa socorrer
a pobreza. Tudo o que for feito aos pobres, em Meu nome, considero
feito a Mim, dando a Minha bênção aqui e no Além.
Quem apenas trabalhar para si e seus filhos, sem hesitar em
açambarcar bens alheios, não deve aguardar a Minha protecção, e no Além,
não poderá enfrentar o Meu trono de graça, pois será levado ao cárcere da
pior treva. Lá haverá choro e ranger de dentes, e tal alma dificilmente
alcançará a plena visão de Deus.
Quem passar da economia egoística à avareza completa, é
demónio em figura humana, reagindo constantemente contra o
Espírito de Deus, puro Amor, e por isso é excluído para sempre da
bem-aventurança.
Tão certo existe Céu, tão certo há o inferno cujo verme jamais morre e
cujo fogo nunca se apagará. Quem lá ingressar de modo próprio jamais sairá
pelo livre-arbítrio, redundando na morte certa e eterna da alma. Lembrai-vos
disto e evitai cairdes no egoísmo, amor-próprio, avareza e orgulho. De todos
os demais pecados, o homem consegue libertar-se mais facilmente.
Observai Lázaro, um dos homens mais ricos de toda a Judeia. Não o é
para si, mas para milhares de pobres que dele recebem trabalho e subsistência;
por isso é abençoado e, caso morra, ressuscitá-lo-ei para viver em benefício
dos necessitados. Não verá nem sentirá a morte, pois poderá determinar o dia
da sua partida para entrar no Meu Reino, sempre aberto para ele poder
habitar comigo na Minha morada eterna.
Por aí vês não ser Eu somente amigo dos pobres, e sim,
igualmente dos ricos, quando aplicam a sua fortuna na intenção de
Deus verdadeiro e justo. Quem for rico, faça o mesmo, que viverá.
Sumamente comovido, Lázaro diz: Senhor, Pai bondoso, que faço eu de
bom para merecer tanta graça?
Respondo: Sei das tuas acções e qual o seu móvel; por isso não te
admires do Meu elogio perante todos. Disse certa vez a um rico que pretendia
seguir-Me, mas que estava preso aos bens terrenos: Vende primeiro os teus
imóveis, distribui a tua fortuna entre a pobreza e depois vem e segue-Me!
Como não conseguisse desprender-se, ficou triste e se afastou.
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No teu caso, digo: Compra ainda outras propriedades; pois os teus bens
já pertencem aos necessitados que gastam a maior parte dos lucros. A um
rico, preso aos bens, afirmo ser mais fácil um cordame passar pelo fundo de
uma agulha do que ele entrar no Reino do Céu.
Existem pobres que, ao receberem dinheiro por parte de um rico
bondoso, esbanjam-no e se mostram ingratos. Ninguém deve por isso
alterar-se. Quanto menor a gratidão na Terra, tanto maior o prémio
no Além; pois só deste modo demonstram a sua semelhança com
Deus, que igualmente faz irradiar o Sol sobre bons e maus.
Digo mais: Fazei o Bem aos inimigos, orai pelos que vos
amaldiçoam e abençoai os que vos odeiam e perseguem – e tereis
acumulado brasas sobre as suas cabeças, transformando a sua índole maldosa
para o bem e para a atitude nobre. Emprestai o vosso dinheiro supérfluo
a quem não pode restituí-lo com juros e convidai à mesa os que não
podem oferecer-vos o mesmo, que ajuntareis no Céu grandes tesouros
para a vossa alma.
Se fores rico e alguém te procurar, muito embora tenha abusado
da tua generosidade, adverte-o com carinho; mas não o prives do teu
amor. Ele se modificando, terás feito dupla caridade; não melhorando, não
deves aborrecer-te com ele, pois ao lado da pobreza material, existe a
espiritual, maior e mais lastimável.»
(O Grande Evangelho de João – IV – 81; VI - 227)
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PROFECIAS EM DESTAQUE
“Não desprezeis as profecias;
examinai tudo. Retende o bem.”
(II Tessalonicenses 5:20-21)
PREVISÕES DO SENHOR
(O Senhor): «Já sabeis que o homem rico em bens terrenos geralmente
fez do seu coração pedra de insensibilidade e desamor. Não o impressionam
milhares de criaturas martirizadas pela fome, sede e outros males. Bem
provido de tudo, ele nunca sentiu necessidades e tem grandes recursos para
usufruir todos os prazeres, a fim de jamais sentir enfado ou desgosto
qualquer. Em que ponto se encontra tal homem, referente à esfera espiritual?
Respondo: Na condenação eterna e em sua morte, inclusive os seus afins!
Gravai o que acrescento: Quando na Terra houver muitos
epicuristas, o julgamento geral da Humanidade, permitido por Deus,
não estará longe; e então veremos se haverá alguém de régua geométrica
na mão, dizendo ao semelhante: Medi essas terras, levantei os marcos e as
declaro posse absolutamente minha. Quem se atrever a disputar ou apenas
disser: Amigo, todos nós temos o mesmo direito, basta ter poder e meios para
te arrancar os direitos imaginários, será punido com a morte.
Afirmo que jamais existirá tal homem. Pois, quando Eu voltar à
Terra para instituir o julgamento sobre tais epicuristas, e também
dar o prémio da vida a quem sofreu miséria e aflição por amor a Deus
e ao próximo, a Terra não será medida para uso exclusivo de quem
quer que seja, e sim, onde se encontrar o homem, terá direito de colher
e satisfazer as suas necessidades. As criaturas se ajudarão, mas não
haverá uma capaz de dizer: Eis a minha posse, pois sou proprietária!
Todas reconhecerão ser Eu somente o Senhor, e todos serão irmãos.
Assim deveria ser hoje em dia; isto será permitido, neste período
intermediário de educação das criaturas ainda não purificadas pelo
grande fogo da Vida, até dois mil anos incompletos [*]. A partir daí, o
espírito tomará supremacia nos homens e não mais haverá o “meu” e o “teu”,
nem se falará a respeito.
Vós, Meus amigos, possuís grandes áreas de terra. Perguntai-vos
quem as dividiu e deu legítima posse, e a resposta será: as leis humanas,
dinheiro e outras riquezas, às quais os próprios homens deram valor fútil.
Partindo de Deus, a Terra pertence a todos, como foi no início. Os
inteligentes deviam dividi-la de acordo com as necessidades de cada um,
ensinando-lhes a lavoura; os seus frutos deveriam ser distribuídos em parte
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e o supérfluo guardado nos celeiros e depósitos, para que ninguém viesse a
sofrer necessidades.
Pois, se os ricos e influentes tudo açambarcam, com excepção do lucro
mínimo pago pelo trabalho pesado, muitos caem em miséria. Por isso, sede
vós, abastados, amigos verdadeiros dos necessitados, demonstrando-lhes
amor. Saciai famintos e sedentos, vesti os desnudos, consolai os tristes e
libertai os prisioneiros que padecem nos cárceres, em virtude da vossa
ganância, poder e leis – muito mais, porém, nas prisões das trevas de suas
almas. Libertai-os, que Eu vos livrarei do poder da morte e da condenação!
Sede, futuramente, apenas administradores da vossa propriedade, que
Eu vos darei a vida eterna; tenho poder para tanto, e posso dá-la a quem Eu
quero. A medida por vós aplicada ser-vos-á retribuída por Mim. Eis a
explicação boa e real da nuvem luminosa que vos convidou à procura da
verdade e da vida.»
(O Grande Evangelho de João – VIII – 182)
[*] Não esqueçamos que quando Jesus proferiu estas palavras estava no
final de Seu ministério, tendo cerca de 33 anos; portanto, se usarmos de
rigor matemático, ainda poderão faltar alguns anos, sabendo que Deus
sempre usa de misericórdia prolongando os seus prazos para exercer o
Seu juízo. (II Pedro 3:3,9)
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GRAÇA E PAZ
“Graça e Paz” é uma saudação usada no seio de muitas
denominações cristãs.
Mas será que quem a profere tem consciência do que ela
significa em profundidade?
A Graça inicial foi a participação do Homem na vida divina,
antes do pecado. Mas após esse elo ter sido quebrado, o nosso
amoroso Pai, pela Sua infinita misericórdia para connosco, não nos
privou dela. Continua a ser um dom sobrenatural e gratuito de Deus,
elevando o homem a um estado que por si só não conseguiria atingir,
concorrendo para a prática do bem.
Graça subentende bênção suprema. E todos os filhos de Deus
são imensamente abençoados.
Quererá isto dizer que teremos na Terra uma vida facilitada e
tudo nos correrá a contento e sem grande esforço? De modo algum.
Todas as circunstâncias, mesmo as mais difíceis e os maiores
sofrimentos na vida, irão corroborar para o nosso bem, ajudando-nos
a subir os degraus da íngreme escada do aperfeiçoamento espiritual.
Como diz o Apóstolo Paulo: “E sabemos que todas as coisas
concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28)
Se cada um de nós conseguir pensar no caminho que percorreu,
desde o país onde nasceu, a família a que pertence, os amigos que fez,
as pessoas com quem conviveu e priva ainda, as escolas onde
estudou; tudo o que aprendeu, as habilidades, os dons, as limitações;
tudo aquilo que conseguiu realizar, os esforços, conquistas, alegrias e
tristezas; tudo isso corroborou para o nosso bem, se amamos a Deus
e fomos chamados segundo o Seu propósito.
Porque a verdade é que Deus age em todas as coisas, tendo
como alvo o nosso bem eterno. Todos os que O amam acima de tudo
foram chamados por Ele.
Não são melhores ou mais especiais do que os outros; apenas
receberam um convite para a Graça, e aceitaram essa dádiva.
Aceitaram a dádiva do Amor de Deus revelado em Jesus,
cientes de que o nosso "bem maior” é transformarmo-nos desde o
nosso interior, tornando-nos mais semelhantes a Cristo.
Esses foram convidados para fazerem parte de um propósito
extraordinário que é o plano supremo do Altíssimo.
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Cada amanhecer é uma nova oportunidade para recomeçar; um
milagre do “hoje” num mundo onda a graça e as bênçãos do Senhor
brilham de forma refulgente, se formos capazes de olhar para a
perfeição exímia de como o nosso corpo foi criado e funciona, para a
Criação que pulula no Universo, e o que nos rodeia.
A vida é uma graça divina! Abracemo-la de todo o coração com
a máxima gratidão por esta dádiva sem par.
Através dela, podemos fazer tudo que o nosso coração almeja
nesta vida, sempre e quando esteja de acordo com o propósito e
vontade suprema do nosso Pai do Céu.
E a Paz … Ah! a Paz é uma bênção maravilhosa!
Embora a paz no mundo, no nosso país e nos nossos lares sejam
de extrema importância, a paz interior transporta-nos ao estágio onde
somos capazes de sentir e vivenciar a graça da comunhão com Deus.
Essa paz só é alcançada quando nos submetemos sem reservas
ao Senhor e àquilo que Ele espera de cada um de nós. Não exige mais
do que o que somos capazes de suportar, mas espera que tenhamos
perseverança, resiliência e fé incondicional.
Só essa paz é capaz de nos trazer serenidade no mar
tumultuoso da vida; a capacidade de aceitarmos tudo com
relatividade, cientes da fragilidade e limitações da vida humana que
vem habitar a Terra por um breve momento, para logo partir,
regressando à Casa do Pai de onde veio, abandonando tudo com o
desprendimento de quem não está apegado a nada que o mundo
pode ofertar.
E nessa altura sentimo-nos aconchegados pela proximidade do
Espírito Santo de Deus zelando por nós, da Sua mão e do Seu manto
de amor pousando suavemente nos nossos ombros, envolvendo-nos
no halo que nos conduz ao profundo êxtase, e senti-Lo connosco num
indizível contentamento de alma.
Este é um mês especial. Olhando para trás, temos de reconhecer
que sem o amor e misericórdia do nosso Eterno Pai, muitos de nós
estaríamos perdidos, insatisfeitos com a vida, e apegados ao mundo.
Creio que o mesmo se passará com todos aqueles que aceitaram Jesus
Cristo como seu suficiente Salvador.
E, ao aceitá-Lo, aceitámos conscientemente trilhar um caminho
árduo, com a certeza de que que valeu a pena e tomámos a decisão
correcta.
Porque tudo é ilusão e vaidade.
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Nada perdura para sempre, à excepção do Amor de Deus para
connosco.
Por isso o contentamento da alma, ou paz interior, é uma graça
tão preciosa, capaz de transformar um temperamento impulsivo e
porventura um pouco agressivo, numa forma de ser mais tranquila e
apaziguadora, observando tudo com a parcimónia de um peregrino
em terra alheia, sabendo que outro Lar aguarda a nossa chegada.
Deus não nos prometeu um “mar de rosas”, mas disse: “…não
temas porque Eu sou contigo…”, “…tende bom ânimo porque eu
venci o mundo.”
Perante tais afirmações, quem poderá negar ou duvidar do Seu
poder e da Sua protecção?
Saibamos, pois, viver na Graça e na Paz do Senhor, que nenhum
dinheiro é capaz de comprar, mas são oferecidas gratuitamente pelo
Todo-Poderoso a todos quantos a queiram receber.
A Ele toda a Honra, toda a Glória e todo o Louvor!
E a nossa humilde e profunda gratidão por tão grande e
maravilhoso Amor!
Irmã Manuela
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Leia a Bíblia e ‘O Grande Evangelho de João’
“A Luz Completa”
“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele
vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si
mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos
anunciará o que há-de vir.” (Evangelho de João 16:13)
“Eis a razão, porque agora transmito a Luz
Completa, para que ninguém venha a desculpar-se
numa argumentação errónea de que Eu, desde a minha
presença física nesta terra, não Me tivesse preocupado
com a pureza integral de Minha doutrina e de seus
aceitadores.
Quando voltar novamente, farei uma grande
selecção e não aceitarei quem vier escusar-se. Pois
todos os que procurarem com seriedade acharão a
verdade.” (O Grande Evangelho de João – volume I – 91:19-20)
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