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LUCAS - 4, 38 - 44 - EVANGELHO DO DIA 01 DE SETEMBRO DE 2021 - REALIDADE ESPIRITUAL - GNA
(LC 4,38-44)
De eremita a abade
O túmulo de Santo Egídio, venerado em
uma abadia,
na região francesa
de Nîmes,
remonta, provavelmente, à época merovíngia, embora a
sua inscrição não seja anterior ao século X, data em que
foi composta a Vida do santo abade, permeada de prodígios.
Parte-se daqui, para se tentar reconstruir a vida de Egídio, cuja
lenda mais popular indica que tenha vindo de Atenas, para viver
como eremita, em um bosque junto à foz do rio Ródano, na França meridional, a fim de se entregar, com maior dedicação, ao serviço
de Deus; transcorria o tempo em oração, vivendo com austeridade
e jejuns; nutria-se de ervas, raízes e frutos selváticos; dormia na
terra nua e seu travesseiro era uma rocha. Enternecido com por
tantos sacrifícios, o Senhor teria mandado a Egídio uma cerva, para fornecer-lhe leite, todos os dias.
Entretanto, durante uma caça, o eremita foi descoberto por Flávio,
rei dos Gotos, que se simpatizou por ele. De fato, por erro, o
soberano lançou uma flecha contra a cerva, mas feriu o Santo,
que se encontrava ao lado do animal que abrigava. Entre os
dois nasceu uma amizade; o rei, que havia ficado comovido
pelo ocorrido, decidiu oferecer a Egídio certa extensão de
terra para construir uma abadia. Ali, o anacoreta, em troca
da solidão, inevitavelmente perdida, teve a satisfação de ver
crescer uma comunidade ativa de monges, da qual foi diretor
espiritual até à sua morte, em 1° de setembro de 720. O
mosteiro recebeu o nome de “Abadia de Saint-Gilles”.
Devoção e milagres
Junto com seus monges, Santo Egídio atuou uma grande
obra de evangelização e civilização da região, atual
Languedoc. Lavrou a terra, fertilizou os campos, até então
incultos, abriu caminhos comerciais e, sobretudo, pregou
o Evangelho, convertendo os pecadores e levando a
fazer penitência.
Pelos seus muitos milagres, Egídio ficou conhecido em toda
a França sob o nome de “santo taumaturgo”. Todavia, seu culto
estendeu-se, segundo numerosos testemunhos, até à Bélgica,
Holanda e Itália. Entre os lugares emblemáticos estão Tolfa,
no Lácio, e Latronico, pequeno centro na região da Basilicata,
onde, há quase três séculos, se renova o “milagre do maná”,
atribuído ao Santo eremita. Na basílica dedicada ao santo
Padroeiro, a partir de 1716, acontece em uma ou mais
sextas-feiras de março, que, da pintura que representa
Santo Egídio em penitência em um eremitério, “verte” um
líquido incolor. O acontecimento, sobre o qual já falavam as
crônicas, desde 1709, ocorreu de modo evidente, em 1716;
narra-se que o povo, preocupado pelas muitas calamidades
naturais, dirigia-se a Santo Egídio, para que as fizesse cessar.
Suas orações foram atendidas e, provavelmente, aquele líquido
recordava o “milagre” ocorrido.
No dia 22 de fevereiro de 1728, o Bispo local promulgou o
decreto, segundo o qual o líquido podia ser recolhido, todas
as vezes que se apresentasse. Desde então, o misterioso
evento repete-se quase todos os anos e as pessoas o aguardam
com ansiedade.
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