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(MT 17,22-27)
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S. TERESA BENEDITA DA CRUZ (EDITH STEIN), VIRGEM E MÁRTIR CARMELITA, PADROEIRA DA EUROPA
"Ave Crux, Spes Unica": com o olhar fixo nos braços
abertos de Cristo na cruz, única esperança, Edith
Stein recebeu a palma do martírio nas câmaras de
gás de Auschwitz-Birkenau, no tórrido mês de
agosto de 1942.
Ao chegar ao ápice de um longo percurso interior,
Edith Stein deixou o estudo de filosofia para se
dedicar ao compromisso com a promoção humana,
social e religiosa das mulheres, e à vida contemplativa.
Edith nasceu em Breslávia, na Baixa Silésia, Polônia,
em 1891; era a décima primeira filha de um casal
muito fervoroso de judeus; destacou-se, logo, por
sua inteligência brilhante, que lhe favoreceu uma visão
racionalista e o juvenil desapego da religião.
Interrompeu seus estudos, apenas durante a Primeira
Guerra Mundial, para prestar socorro aos soldados
como enfermeira da Cruz Vermelha.
O encontro com a Fenomenologia do filósofo Husserl,
do qual foi assistente na Universidade de Freiburg,
que a levou a aprofundar o tema da empatia, mas
também o encontro com o filósofo Max Scheler e
ainda a leitura dos Exercícios de Santo Inácio e da
vida de Santa Teresa de Ávila, contribuíram para
suscitar nela a conversão ao cristianismo.
Fé e nazismo
Ansiosa de conquistar a verdade, mediante o
conhecimento e o estudo, foi conquistada pela
Verdade de Cristo, ao aprofundar os textos dos Santos
Tomás e Agostinho.
Edith Stein recebeu o Batismo e a Crisma, em 1922,
contra a vontade dos pais, mas nunca renegou suas
raízes judaicas.
Durante os anos das perseguições, tornou-se professora
e Irmã carmelita em Colônia, em 1934, com o nome
de Teresa Benedita da Cruz; abraçou o sofrimento do
seu povo, em sintonia com o sacrifício de Cristo.
Depois das violências da "Noite dos Cristais", foi
transferida para a Holanda, país neutro, onde, no
Carmelo de Echt, colocou por escrito seu desejo de
oferecer-se em "sacrifício de expiação pela verdadeira
paz e pela derrota do reino do Anticristo".
Mártir em Auschwitz
Dois anos após a invasão nazista da Holanda, em 1940,
foi pega, junto com outros 244 judeus católicos, como
ato de represália contra os Bispos holandeses, que se
opuseram publicamente às perseguições, e levada para
Auschwitz. Ali, cuidou das crianças encarceradas e as
acompanhou, com compaixão, até ao patíbulo, e
ensinou o Evangelho aos presos.
Com ela estava também sua irmã Rosa, que também
havia se convertido ao catolicismo, à qual, no momento
extremo do martírio, disse: "Venha, vamos pelo nosso povo".
No passado, Edith Stein havia escrito: "O mundo está
em chamas: a luta entre Cristo e o anticristo se
deteriorou abertamente. Por isso, se você optar por
Cristo, poderia exigir de você até o sacrifício da
própria vida".
Exemplo de tolerância e acolhida para a Europa
O pensamento e a fé de Edith Stein estão reunidos em
suas obras, sobretudo, em "Ser finito e Ser eterno".
Trata-se de uma síntese de filosofia e misticismo, da
qual emerge o sentido do homem, a sua singularidade
e unicidade em relação ao Criador.
"Uma eminente filha de Israel e filha fiel da Igreja"!
Assim, São João Paulo II a definiu ao canonizá-la em
1998. "Proclamar Santa Edith Stein co-padroeira da
Europa – disse o Papa – significa cravar no horizonte
do Velho Continente um estandarte de respeito,
tolerância, aceitação". Porém, é preciso lançar mão
dos valores autênticos, que têm seu fundamento na
lei da moralidade universal: uma Europa que confundisse
o valor da tolerância e do respeito universal com o
indiferentismo ético e o cepticismo acerca dos valores
irrenunciáveis, abrir-se-ia às mais arriscadas aventuras e,
mais cedo ou mais tarde, veria reaparecer sob novas
formas os espectros mais tremendos da sua história”.
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