terça-feira, 28 de novembro de 2017

PORTAL - GNA - 9925 - DE MÃO EM MÃO - DO CÉU A TERRA - GIORGIO BONGIOVANNI O ESTIGMATIZADO - POSTAGEM - UFOLOGIA ESPIRITUAL E ESOTÉRICA - GNA

 DO CÉU À TERRA.
2017.

DE MÃO EM MÃO.


A VERDADE, TODA A VERDADE, NADA MAIS QUE A VERDADE.
O RELATO DE UMA JORNADA DE AMOR E SOLIDARIEDADE PARA COM OS ÍNFIMOS, OS ÚLTIMOS, OS DESERDADOS.
UMA LÁGRIMA DE SOL SE DESLIZA EM UMA NOVA GRUTA DE PRESÉPIO NASCIDA NA CIDADE DO MONTE DE CRISTO.
UMA LÁGRIMA DE SOL NOSSA CHEIA DE AMOR E DE ETERNIDADE A favor DOS JOVENS ESPÍRITOS QUE OFERECEM O PÃO DA VIDA A SEUS IRMÃOS MAIS NECESSITADOS.
TODA NOSSA BÊNÇÃO É PARA ELES.
COM AMOR UNIVERSAL.
UM GÊNIO SOLAR

Montevideo – Uruguai,
25 de Novembro de 2017.
Às 11:41 horas.
G. B.



DE MÃO EM MÃO.
Crônica de uma tarde transcorrida no Arca do Montevideo, Uruguai.
(Por Marco Marsili e Francesca Panfìli – 23 de Novembro de 2017)

Quinta-feira. Aqui, na Arca “UM PONTO NO INFINITO” na quinta-feira pela tarde se cozinha e se reparte pratos de comida aos pobres. O pão... o pão da rua para o Pão da Vida.

MÃOS

Mãos que quebram os compridos espaguetes de cor amarela, verde, branco, ocre. Mãos devotas que tocam esta comida e que a modela na água fervendo que faz recordar o ruído de um vulcão.

Mãos que preparam com ritualidades antigas um prato pintado com ouro vermelho, a cor do tomate amadurecido. Mãos que velozmente envolvem uma, duas, três, cem porções quentes, que dentro em pouco aquecerão o estômago e o coração de muita gente, gente que o que tem em seu estômago é um nó e em seu coração um peso que aparece através de seus olhos vazios e fechados pelo aguilhão da fome que atormenta seu corpo e que amedronta sua alma. Mãos que nos esperam, mãos que nem bem abrimos a porta nos recebem desejosas, agradecidas, ávidas e respeitosas ao mesmo tempo. Muitos braços se estendem para nós, muitos braços que se entrelaçam, bocas que falam em outro idioma, uma música desconhecida e muitos números pronunciados. São os números das porções de comida que estes pobres Cristos da rua pedem para seus familiares. Procuram, buscam-Lhe com o olhar, um olhar que confunde. Cenas que por momentos têm cós dantescos. Te encontras diante de homens e mulheres que parecem estar muito longe de nós... De nós que nos enchemos a boca com palavras e conceitos que não vivemos. Nós que quando voltamos para casa comemos mais do que o necessário. Nós que quando falamos de Cristo pretendemos ser iluminados por Sua Luz. Nós que pertencemos à sociedade dos consumos. Nós que direta ou indiretamente somos responsáveis pela fome que padece esta pobre gente. Nós que vivemos sendo escravos do neoliberalismo, do mundialismo, da globalização mais desenfreada. Nós que perdemos as raízes e a cultura, a consciência e a humildade. Nós que vivemos sob o jugo do dinheiro, que somos hipócritas como os Fariseus. Nós que nos limpamos a consciência com a moeda que damos ao vagabundo do semáforo, ou no máximo quando “nos acreditamos uns Santos” ao nos posicionar por trás de um stand de beneficência. Nós que não estamos dispostos a negociar nossos “valores”. Nós que para conquistar uma maior riqueza, para conquistar “tesouros no céu”; nós que nem sequer estamos dispostos a pôr em tela de julgamento nosso estilo de vida, nem sequer a perder um pouco do que acreditamos que nos pertence. Nós que trememos diante da mínima idéia de que poderíamos chegar a viver uns dias sem eletricidade se não pagarmos o recebo. Nós que criticamos o sistema e que em seguida nos nutrimos com seus frutos e com seus excrementos. Nós que temos preocupações estúpidas e insignificantes. Nós que temos medo de nos entregar e nos deixar levar pelo projeto que o Pai nos reservou.

Entrar em contato com realidades diferentes em relação às que cotidianamente – por escolha, ou por indiferença – nos vemos obrigados a viver, é uma bofetada que te chega direto na cara e que lhe faz cair a máscara, é uma sacudida que desperta essa parte melhor que cada um de nós temos, que ficou opacada pela neblina da hipocrisia. O MUNDO NÃO É O QUE CONHECEMOS, não é somente o que conhecemos. A Itália é um observatório acolchoado a partir do qual podemos ver as zonas de sombra do mundo, um observatório materialista, superficial e hipócrita inclusive quando no mesmo encontramos cenários maravilhosos. A Itália não é o purgatório e não é o inferno com o qual convive a maioria dos povos do mundo, embora nossa condição espiritual é ínfima em relação a estes povos. E se não entrar em contato com estas zonas de sombra pelo menos uma vez na vida, se não poder as compartilhar, se sua pele não pode as respirar e não pode as sentir na alma..., sua indignação será débil, sua reação será morna e seu compromisso será pálido. Portanto não poderá lutar realmente contra estas zonas de sombra. Comodamente sentados na poltrona de nosso confortável observatório, com a mente apanhada nas mentiras e com o coração escravizado por centenas de milhares de vícios, nós, gente de bem, nós, que estamos limpos e perfumados, nós civis do primeiro mundo vestidos de marca, estamos tão cegos pelo materialismo que nem sequer sabemos reconhecer a podridão que há em nosso interior e que nos impede de ver a realidade.

Em troca hoje, aqui na Arca de Montevideo, percorremos velozmente o corredor que separa a humilde cozinha, das histórias de vida de gente se desesperada, que apesar de tudo consegue dar de presente sorrisos, possivelmente esquecendo-se por um instante, por um breve instante, de suas misérias, de suas histórias de violação, das violências, da total precariedade, das enfermidades, dos problemas mentais, da droga, da rua, da delinqüência, da sobrevivência. Percorremos velozmente esse corredor sorridentes e com um sentimento de tristeza no estômago, enquanto uma sensação de impotência se mescla com a prudente alegria do serviço. Ser instrumentos desses pobres sorrisos é a única coisa que podemos fazer. Enquanto isso, no curto tempo que demoramos para dar quinze passos, um pensamento fugaz atravessa nossa mente e, como um eco longínquo, nos diz que talvez os verdadeiros pobres sejamos nós. Mas é somente um momento, em seguida o pensamento desaparece da mesma forma que apareceu, dando passagem a uma emoção que não estamos acostumados a sentir: por uns instantes nos invade uma espécie de terror..., este mundo desconhecido não nos faz sentir só piedade, mas também medo. Por sua vez o terror dá passagem ao sentimento de culpa por ter tido medo. Em seguida chega a vez da tristeza e depois o da raiva. E desejamos que esta raiva possa alimentar nosso desejo de trabalhar para dar um pouco de luz às zonas de sombra que a este ponto fazem parte de nós. Nossas mãos apertam forte as bolsas que contêm os pratos quentes. A porta se abre ao exterior e imediatamente nos encontramos em meio de olhares vazios e magnéticos ao mesmo tempo, acompanhadas pelos gritos dos números: 4, 8, 12..., o número das porções que necessitam para poder sobreviver junto aos membros de suas famílias. Lhes oferecemos o que temos e as pessoas de rua levam tudo em alguns poucos segundos, com digna impaciência. A fome, a precariedade e a solidão são as térmites que carcomem o corpo e que pouco a pouco criam labirintos na mente até dissipar “o bem do intelecto”, diria Dante. O instinto de sobrevivência toma o controle das intenções que se manifestam nas atitudes, nos movimentos destes “miseráveis”, destes “intocáveis”. Entre os que esperam a comida há olhar de recíproca compaixão opacada pela amargura e a resignação. Certamente alguns sofrem de enfermidade mental, outros são drogados, há jovens mães e casais estranhos, há meninos de nossa idade: nossos olhares se cruzam sem saber o que dizer diante de absurda realidade. Certamente também há delinqüentes menores, outros são vagabundos e outros mais simplesmente são desempregados. Entre nossas mãos e as suas se produz um contato muito breve, nossos dedos logo que tocam os seus, enquanto nossas mãos entregam a comida em suas mãos. Esse toque é uma espécie de carícia tácita, um gesto de carinho secreto no qual se concentram poderosos resplendores astrais: instantes eternos de comovedora humanidade.

Enquanto isso, na Arca, na sala ao lado da cozinha, um grupo grande de jovens se dedica à preparação de espetáculos artísticos a favor da Liberdade e da Justiça. Seu entusiasmo atravessa as paredes e sem lugar a dúvidas sua alegria invade também a comida para os pobres. Por acaso este não é um símbolo? Por acaso não é um Sinal?

O EVANGELHO VIVENTE.

Nos contaram uma anedota muito significativa. Que não pertence aos jovens da Arca de Montevideo (que não é pessoa que gosta de exaltar-se), mas sim de um Ancião ao qual conhecemos nestes dias e que nos contou o seguinte:

Uma vez se cortou a luz na Arca de Montevideo. O destino quis que esse dia fora quinta-feira, dia no qual a Arca dar de comer aos pobres que comparecem à mesma sabendo que podem encontrar um prato quente que lhes encha o estômago e que os afaste por umas horas do desespero de sua cotidianidade. Sem eletricidade. Sem luz. É virtualmente impossível preparar comida quente para dar aos pobres. Então o que foi o que decidiram fazer os jovens da Arca? Pela única vez, pela primeira vez, resignaram-se diante da impossibilidade de cozinhar? Não, nada haver. Reuniram-se como todas as quintas-feiras e – SOB A LUZ DA VELA! – prepararam centenas de porções quentes como todas as quintas-feiras, entregando-as pontualmente aos pobres da rua.

Assistir a estas situações com nossos olhos europeus é algo que lhe faz se sentir pequeno, insignificante e quase vazio de consciência. Quando põe seus olhos nos olhos de quem padece fome e que vive na própria carne a injustiça, a precariedade e o abandono sente uma emoção de agressividade rebelde na boca do estômago, um sentimento que talvez possa chegar a acalmar-se unicamente ao fazer algo por eles, pelos famintos, e entregando sua vida para mudar as coisas através da Mensagem Universal e da ação altruísta cotidiana.

Ao escrever estas palavras, aqui, do Uruguai, sentimos determinadas emoções com uma intensidade inaudita.

E sentimos que nossa redenção está representada pelos Irmãos sul americanos que com dignidade, com grande evolução espiritual e com simples consciência, ficam a disposição de quem não tem nada. Apesar de que às vezes nem sequer tenham dinheiro para pagar os recibos, eles continuam “dando de comer aos famintos e de beber aos sedentos”, às pessoas da rua, com um sorriso e com o espírito de serviço de quem tem uma Fé verdadeira, tirando o pão da própria boca com o objetivo de ajudar a esse Cristo que está no meio de nós, ou, aos pobres, aos marginalizados e a todas aquelas pessoas que vivem em situações críticas.

Quantos dos que estão lendo esta crônica sabiam esta anedota exemplar? E este é um de muitos, de muitíssimos exemplos do que fazem as “Arcas” da América do Sul fundadas por Giorgio Bongiovanni! Estes grupos põem em prática a Palavra de Deus, sem fazer ruído, sem se autopromover, com abnegação, coerência e com sorriso nos lábios. Um grande exemplo que terá que se ter na mente todos os dias, cada vez que o sussurro daquele que nos influencia e nos deprime a alma com o medo de ficar sem dinheiro, ou de perder esses bens materiais que indevidamente a Irmã Morte nos arrancará das mãos no final de nossos dias terrestres, velozes como um sopro de vento. Realmente se trata de um modelo extraordinário no qual nos teríamos que nos inspirar..., a verdadeira linfa de nossa Grande Obra!

“Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde ladrões penetram e roubam; mas sim acumulem tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem destroem, e onde ladrões não penetram nem roubam, porque onde esteja seu tesouro, ali estará também seu coração” (Mateus 6, 19).

Com Amor,
Marco e Francesca.
Em 25 de Novembro de 2017.


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