APOCALIPSE - A VOZ DE BETHÂNIA - REVELAÇÃO A JACOB LORBER
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A Voz de Betânia
Outubro de 2015
Ano XXII – N.º 22
“E todos os que criam estavam juntos,
e tinham tudo em comum.” (Actos 2:44)
Neste número:
- O Apocalipse
- “Recados do Pai”
- Jesus explica quadros da Revelação de João
- A Minha Opinião
- Lugar à Poesia
O APOCALIPSE
O Apocalipse (Revelação) do apóstolo João deve ser o mais
controverso livro da Bíblia e aquele com maior número de
interpretações. Não vamos aventar mais uma, mas proporcionar-vos
a possibilidade de analisar esta revelação de Deus, segundo a Sua
própria interpretação; não uma interpretação mundana, mas
proveniente do Espírito Santo; portanto, uma interpretação do Céu.
O Senhor não analisa ponto por ponto, ou verso a verso, mas
apresenta uma panorâmica dos acontecimentos através da análise
dos principais quadros proféticos.
Esta interpretação da Escritura, feita pelo Senhor, segue as
Suas próprias orientações que em determinada altura transmitiu a
alguém que O interpelou sobre a forma de entender a Escritura. Diz
o Senhor: “Porque já antes da prisão babilónica havíeis perdido a antiga
ciência da interpretação espiritual das coisas; esta ciência só é dada às
pessoas que jamais vacilam na sua fé e confiança em Deus Único e
Verdadeiro, amando-O acima de tudo e ao próximo como a si mesmo. A
referida ciência é a escrita e a fala da alma, e do espírito dentro da
alma. Quem tiver perdido esta linguagem não entende a Escritura, e a sua
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linguagem lhe parece tolice, no seu conhecimento mundano; pois as relações
de vida do espírito e alma são mui diversas do corpo. (…) De sorte que a
acção e fala do espírito só podem ser entendidas por intermédio da antiga
ciência da interpretação. Quem tiver perdido esta ciência por culpa própria
ter-se-á excluído do convívio dos espíritos de todas as regiões e Céus, não
mais compreendendo o sentido espiritual da Escritura. Lê as palavras pela
pronúncia da letra morta, sem perceber que a simples letra é morta e não
pode vivificar; pois somente o sentido oculto, tudo vivifica, sendo a
própria vida. Por isso, tratai antes de tudo de renascerdes em espírito,
de contrário não escapareis de milhares de perigos que vos
ameaçam tragar.” [1]
No “Recado do Pai” deste boletim, é dito pelo Senhor: “Nada há
de mais concreto que o espírito e todos vós procurais a matéria.”
Infelizmente, assim é. Mesmo na leitura devocional da Escritura,
cada um de nós procura interpretá-la da melhor forma, mas quase
sempre somente segundo o sentido do texto (ou da letra) e não
consegue vislumbrar o manancial escondido detrás de cada palavra
enigmática ou de cada símbolo profético. O apóstolo Paulo confirma
isto, quando diz: ”O qual nos fez também capazes de ser ministros
de um novo testamento (ou pacto), não da letra, mas do espírito;
porque a letra mata, e o espírito vivifica.” [2]
O Senhor Jesus, quando transmitiu esta interpretação do
Apocalipse ao profeta Lorber, informou que grande parte dos
acontecimentos proféticos já haviam acontecido; não podemos
esquecer que estávamos em meados do século dezanove. Por esta
razão ficamos entristecidos, pois ao invés de a Humanidade se
voltar para Deus alertada pelos Seus muitos avisos, continua na
senda do mal e do afastamento do seu Criador. Eis a razão porque, a
certo passo, o Senhor diz: “Uns serão desolados, outros aguardarão
o fim cheios de fé e também a vitória da causa com resignação. A
maior parte da Revelação já passou, como cruz de evolução. Resta
apenas o pior.”
Desde a época da revelação transmitida a Lorber, não
decorreram mais de cem anos, para que surgissem duas guerras
mundiais que dizimaram milhões de pessoas, causaram estragos
materiais incalculáveis e deixaram feridas morais que ainda
perduram sem cicatrizar. Além destas confrontações entre os povos,
acresce que o homem colocou o seu saber científico ao serviço do
mal, permitindo o resultado que daí adviria: a deflagração de duas
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bombas atómicas que mataram milhares de pessoas e deixaram
marcas nos corpos e almas até aos dias de hoje.
Desde essa data, e até aos nossos dias, o homem continua a
arrastar-se na sua penúria. A par de um desenvolvimento científico
enorme, a humanidade se envolve cada vez mais na luta pelos bens
materiais, enterrando-se no lodaçal do pecado. Este é o tempo que se
enquadra nas palavras da Escritura: “Não há um justo, nem um
sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a
Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não
há quem faça o bem, não há nem um só.” [3]
Estes são realmente dias maus, mas ao mesmo tempo são dias
de redenção, pois o número dos escolhidos de Deus está
aumentando e por causa deles o tempo será abreviado, como disse
Jesus: “Porque haverá então grande aflição, como nunca houve
desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco há-de haver.
E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se
salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles
dias.” [4]
Que cada um de nós possa viver uma existência nova a cada
dia, na comunhão com o Pai e olhando sempre ao nosso redor,
buscando aquele que possa necessitar da nossa ajuda ou de uma
palavra amiga; desta forma seremos edificados espiritualmente,
pondo em prática a Doutrina de Jesus.
Aprendamos também a ‘ler’ os sinais ao nosso redor,
tornando-nos sábios para a Vida Eterna, como diz o Senhor: “A
Revelação (Apocalipse) de João é um quadro moral de todas as
épocas, desde a Minha Ascensão até à Minha Volta à vossa Terra.”
E ainda: “Só se dá valor à luz quando se entra nas trevas.”
Fraternalmente em Cristo Jesus
Pr. Egídio Silva
[1] O Grande Evangelho de João – IX – 93:1-8 [2] II Coríntios 3:6
[3] Romanos 3:10-12 [4] Mateus 24:21-22.
***
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RECADOS DO PAI
“Todos olham para o Universo com espanto e vislumbram a
Terra como obra magnífica, mas na verdade vos digo que o mais
difícil, o mais espantoso e maravilhoso é o pensamento que reside
em cada um, a cada segundo. O seu poder e amplitude não têm
limites. A sua beleza e complexidade variam do mais básico ao
mais elaborado. Eu sou pensamento, Eu sou Espírito e no Espírito
voa a Minha força e o Meu poder e nele reside a Minha presença
espiritual.
Nada há de mais concreto que o espírito e todos vós procurais
a matéria.
O Espírito, tudo pode, tudo dá e tudo tira; abençoa e regenera;
corrige e pune; mas o Espírito, tudo perdoa porque a Misericórdia
do seu Amor é infinita e eterna.
Em espírito Eu me faço presente, aqui, ali e além. Em todos
vós, no mesmo segundo, o Meu Espírito se revela e vos protege.
Quando um ciclo se fecha, repensa-se num novo, fortalecido e
revigorado; mais pleno e por vezes mais ponderado. Um ciclo se
fechou, um novo se abriu.
As comportas da barragem estão prestes a abrir, porque o
tempo urge e a Terra precisa da Minha água. Sem água não se
alimentam as sementes e sem alimento elas não crescem.
Reflectindo o orvalho da madrugada no Meu novo Sol, surge
um pacto renovado que em arco reflecte o Meu poder e protecção.
Vamos nascer de novo para um plano dos céus. Eu vos
ressuscito em Mim para um novo ciclo. Tudo vai começar de novo.
A prioridade são as pessoas, o Meu exército.
O caminho é a caridade e a salvação. O objectivo é alcançar a
vida eterna, salvando almas.
Só se dá valor à luz quando se entra nas trevas.
O mundo está em trevas e Eu sou a luz do mundo.
Preparai os vossos corações e em tudo o resto, na Minha paz,
esperai.
Eu em vós resido. Amém.”
***
JESUS EXPLICA QUADROS SIMBÓLICOS
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- Apocalipse -
(Os quadros simbólicos deste livro, revelados ao profeta Jakob
Lorber)
A Revelação de João é um quadro moral de todas as épocas,
desde a Minha Ascensão até à Minha Volta à vossa Terra. Esta
Revelação já foi por muitos explicada, analisada e desmembrada; no
entanto, ninguém até hoje encontrou a chave para poder abrir o livro dessas
palavras santas, nem julgar os acontecimentos e as épocas que tinham que
surgir após a Minha Passagem, enquanto o homem era um ser livre e dono
de suas atitudes.
Agora que estamos quase no fim de todas as profecias e a maior parte
já passou, vou explicar, passo a passo, esta Revelação. Então podereis vós
mesmos julgar o quanto todos estavam distantes do verdadeiro sentido,
porquanto queriam descobrir pela letra o que só podia ser explicado pela
interpretação.
Enquanto o homem não entender o sentido espiritual da
palavra, é inútil querer entender as Minhas palavras no seu objetivo
intrínseco. Até mesmo a grande quantidade de novas revelações que tendes
recebido disso dão prova. Quanto mais elas são lidas, tanto mais se
apresentam espirituais e muitas vezes até diferentes, tornando o
sentido mais claro.
Deveis partir do princípio que Eu – como Espírito Supremo – só
posso pensar e falar espiritualmente; e, além disso, era obrigado a enquadrar
pensamentos e ideias ao vosso espírito humano, em quadros receptivos. Por
isto, ainda nestas palavras, conforme agora as ledes, ainda não descobristes
a última interpretação. Foi este o motivo que Me levou a adaptar as Minhas
ideias à receptividade de João. Se Eu tivesse falado de outra maneira, ele não
Me teria entendido, ou teria interpretado erroneamente as Minhas
palavras, ou ainda, não teria coragem de anotá-las, com medo de ser vítima
de um embuste.
Deste modo, descobris nesta Revelação apenas quadros
simbólicos. Por exemplo: A Ira de Deus (Ap 6:16-17), as pragas (Ap
22:18) e outras tantas coisas que eram muito usadas na época dos profetas
não devem ser interpretadas literalmente.
Eu – Deus de Amor – não posso manifestar ira, ódio e vingança;
muito embora, como Deus, poderia, por uma súbita destruição ou por uma
obrigação moral, colocar tudo na sua devida ordem.
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Porventura deveria alterar-Me e aborrecer-Me por factos que Eu
Mesmo assim criei? Deveria talvez pronunciar uma maldição sobre
criaturas que tinham que cair no erro, a fim de que pudessem reconhecer as
grandes virtudes e o seu valor através do contraste?
Como apreciar a luz, se não houvesse sombra ou treva? Como sentir
a força benéfica do calor, se não existisse o frio? Como entender a tão
elevada virtude, a moral, caso não existissem os contrastes? Como entender
as ideias de um progresso espiritual, se não soubésseis o caminho que leva
para os erros?
Daí se deduz que em todas as Escrituras do Velho e Novo
Testamento existem coisas que não devem ser interpretadas
literalmente, muito embora contenham por toda a eternidade a grande
semente do espírito. Por este motivo, os espíritos mais elevados, inclusive os
arcanjos, hão-de encontrar cada vez maiores revelações, à medida que
evoluem e aumentam a sua compreensão espiritual.
Assim, todas as Minhas Palavras são um tesouro espiritual
que jamais pode ser esgotado, porquanto sou um Espírito Infinito e só
posso pensar infinitamente e falar de acordo com a Minha índole.
Começaremos então com os capítulos:
Os primeiros capítulos tratam, após a Minha partida, das sete
comunidades (igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes,
Filadélfia e Laodiceia – Ap 1 a 3) que serviam como melhores bases para
conter a minha religião ou a explicação do culto religioso judaico.
Deveriam demostrar como se deve passar, aos poucos, do externo e
cerimonioso para o entendimento espiritual, a fim de devolver as verdades
básicas dentro da religião judaica.
Essas comunidades que consistem apenas de pessoas escolhidas, eram
principiantes, portanto sujeitas a erros e interpretações erróneas das
Minhas Palavras. Eis o porquê do simbolismo. Os membros das
comunidades deveriam manter-se ao lado dos seus pastores que, como
estrelas (anjos/mensageiros) ou luzes, haviam de lhes mostrar os caminhos
a seguir. Deste modo, as próprias comunidades, em união com os seus
orientadores, também se tornariam orientadores espirituais para aqueles
que ainda estavam nas trevas.
Nos capítulos seguintes seguem as advertências, como todos
conhecem. Surgiam falsos profetas, divulgadores zelosos e muitos erros do
coração humano, porquanto o entendimento do Meu Verbo é interpretado
diferentemente, por pessoas diferentes. Além do mais, essas comunidades
não estavam todas nas mesmas condições entre si, mesmo com aqueles que
eram obrigadas a conviver. Encontrareis as mais diversas condições de
vida, por exemplo: o seguimento fervoroso de uma religião, assim como a
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queda da mesma; o mal-entendido; o vai-vem entre a condição espiritual e a
humana. Repete-se o mesmo convosco que também formais uma
comunidade, sabendo que também deveis considerar o frio e o quente, tanto
quanto ele foi compreendido há mil anos atrás. Haverá discussão à medida
que pretendeis seguir a Minha Doutrina, porquanto as vossas atitudes
estão em contraste com o mundo externo.
O número sete é importante como símbolo espiritual, e tenho
que chamar a atenção aos ímpares. Analisando o sete e o três,
percebereis que podem ser separados, três à direita, três à esquerda e um no
centro.
No sentido espiritual só existe harmonia pela presença de um
ponto central, em torno do qual tudo se movimenta, depende e se
apoia.
Considerando as Minhas Sete Virtudes, encontrareis a Ordem no
centro; sem a Ordem nada pode substituir, sendo o tronco básico da
Criação. Muito embora ela tenha surgido do Amor, Sabedoria e Vontade,
a Ordem tem que ser o fundamento do Rigor, Paciência e Misericórdia.
Tomando as três primeiras virtudes: Amor, Sabedoria e Vontade, a
Sabedoria é a base das demais. Analisando as três últimas, a Paciência é o
factor principal entre sete dons, igualmente interpretações materiais dos
Meus atributos.
O seguinte capítulo apresenta o Senhor e Criador dos Céus sentado
num trono, rodeado de patriarcas e anciãos ornamentados com coroas de
ouro (Ap 4). Tive de usar a inteligência de João para Me tornar
compreensível. O número vinte e quatro – os anciãos - era mantido pelos
sacerdotes, em que o vigésimo quinto (o sumo-pontífice) completava o
conselho.
Quanto aos quatro animais e o mar de vidro, nada mais são do
que atributos corporativos do Meu Próprio Eu: o leão, como força ou
omnipotência; o bezerro, o quadro da meiguice; o homem como potência
espiritual; a águia como regente do éter universal. Estes animais foram
ornamentados com muitos olhos e asas que representam nada mais que o
domínio geral sobre a Terra e Céus. O mar de vidro representa a
omnisciência, pois diante dos Olhos de Deus tudo se torna transparente e,
com a velocidade de uma águia, os Seus olhos percorrem todo o Universo.
Com a força de um leão ele rege tudo. Com a meiguice de um bezerro ele
apaga todas as situações negativas, e com o espírito apresentado por um
homem – a Sua própria imagem sublimada e espiritualizada – ele enobrece e
espiritualiza tudo, a fim de que a matéria volte de onde partiu. A História
da Humanidade é a volta daquilo que Ele projectou, e Ele está esperando
esta volta que tem que se tornar consciente.
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Depois que todas as forças da Criação, conscientes ou inconscientes,
se curvavam diante do Todo-Poderoso, também os patriarcas caiam de
joelhos, a fim de trazer ao Criador o devido louvor que Ele merece, pois eles
representam o grande mundo espiritual no Além.
Assim, João teve a imagem da majestade de um Deus, antes que ele
fosse capaz de entender quem era Aquele que Ele mesmo fez descer à Terra,
a fim de salvar os homens da sua perda total e da sua dignidade espiritual.
Eis o princípio do grande processo da purificação, iniciada espiritualmente
nesta Terra, a fim de que a Doutrina mais pura fosse fundada e merecedora
de que o Senhor, como filho do homem, através do Seu máximo aviltamento,
transmitisse aos habitantes do mundo a máxima dignidade humana.
Os próximos capítulos falam do que acontece no decorrer dos
tempos e o resultado de tudo.
O Divino foi primeiro elevado pelos homens e depois aviltado, mas no
fim há uma vitória espiritual sobre a matéria e um reino efetivo de paz e de
serenidade.
No próximo capítulo é mostrado a João um livro escrito por
dentro e por fora e lacrado com sete selos (Ap 5). Representa ele a
Minha Única Doutrina verdadeira que transmiti aos homens em dois
mandamentos de fácil compreensão. A Revelação pelo Filho do homem,
como cordeiro, quadro simbólico da inocência e submissão, quer dizer, a
abertura deste livro através dos Meus sete espíritos, de sorte que todos os
homens da Terra e inclusive de todo o Universo deveriam sabê-lo.
O primeiro selo representa o quadro de um cavalo branco que
surge como Meu Amor total, criado por todas as outras virtudes e com o
arco, a fim de ferir os corações mais endurecidos, dissolvendo tudo no final
pelo amor (Ap 6:1-2). O mundo foi criado por amor. Por amor desci à
Terra. E por amor devo constituir a pedra fundamental que é
indispensável, quando dois extremos se defrontam.
O segundo selo representa um cavalo vermelho, símbolo da
Sabedoria ou, humanamente falando, do intelecto, da força racional que
tudo pretende criticar. Ela há-de comparar a Doutrina Divina com o ser
material, e com isto surgirão as diferenciações. Não haverá paz, mas
contendas provando as paixões humanas, que entram em conflito com o
homem espiritual, do qual então surgem fanatismos de ambos os lados,
guerras religiosas no exterior e lutas no íntimo de cada um, como
consequência indispensável quando dois extremos se defrontam (Ap 6:3-4).
O terceiro selo representa um cavalo negro com uma balança
na mão. Era a vontade segura e justa que pretendia seguir a sua finalidade
através dos maiores impedimentos. A Vontade também corresponde à
Justiça que pesa os actos quando os bons se pagam por si mesmos e os maus
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se castigam. A Justiça deveria existir em toda a parte, tanto em questão de
fé, como na vida social.
Eu, como Cristo, ensinei os homens a entenderem melhor a Doutrina.
Ensina-lhes o amor e a sabedoria, a tolerância ou a justiça com todos, de
sorte que estes três selos são a chave de como a Minha Doutrina há-de se
espalhar, se ela pretende enobrecer o género humano (Ap 6:5-6).
O quarto selo mostra um cavalo pardo, de cor indefinida, nem
frio nem quente, ou, como se pode dizer, a morte. Porquanto a morte não
determina o cessar de tudo e sim apenas a transformação através da Minha
Doutrina, subindo ou descendo. Subindo, para a espiritualização maior,
pela sua aceitação; descendo, para o animalismo de todas as qualidades
nobres que Eu havia depositado, como Criador, no coração humano. Esse
selo corresponde também à ordem e ao desenrolar de tudo que foi criado (Ap
6:7-8).
Surge daí a explicação do quinto selo, onde as oferendas demostram
como o homem, por amor à Doutrina, se desfaz de todas as paixões.
Também aponta a vitória de cada um que oferece a sua natureza e o seu
corpo ao sacrifício. Deste modo, assim como a balança era a Justiça, agora é
a recompensa e as maiores alegrias pertencentes àqueles que, em sua luta
tremenda, não deixam de manter a Bandeira de Deus e da Sua Doutrina
(Ap 6:9-11).
O sexto selo aponta uma revolução total em todo o orbe; quer dizer,
a tendência para a Doutrina espiritual há-de transformar todas as
condições sociais. O ímpeto de atingi-la fará com que os oponentes também
se apressem. Surgirão guerras e destruição no íntimo e externamente. Os
potentados hão-de atacar os povos fracos, e os pobres hão-de guerrear os
fortes quando se virem muito prejudicados nos seus direitos. Deste modo, a
religião do Amor, da Paz e da Concórdia só despertará o contrário, e estas
forças hão-de guerrear-se, até que o espírito venha a vencer. Portanto, este
selo corresponde à Paciência, ou seja, toda e qualquer coisa contrária à
Verdade é fútil. Quando Deus pretende fazer valer os Seus direitos
Divinos, até mesmo as pedras têm que ceder, pois o Seu Reino é a Justiça, é
a Glória em Eternidade (Ap 6:12-17).
Os que foram marcados na testa (144 mil selados) superaram as
suas fraquezas e receberam as bem-aventuranças das quais Eu dissera:
Quem crer em Minha Palavra e agir de acordo, há-de saborear bemaventuranças
das quais ninguém jamais viu, nem ouviu.
Tais bem-aventuranças são comparáveis a uma veste branca,
correspondente à inocência. Os marcados hão-de receber o prémio por todo
o sofrimento que passaram por Minha causa e pela Minha Doutrina. O
quadro se desenrolará automaticamente, pois partindo da primeira palavra
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de amor, até às guerras de religião, perseguição e fanatismo religioso,
representa toda a história da Minha Doutrina, em várias épocas (Ap 7).
A revelação do sétimo selo ou o fim deste processo de evolução,
onde, não obstante todas as pragas e terrores, somente a Misericórdia
aplaca a Sua Obra, é representada pelas trombetas e as pragas, como meio
de purificação para reconduzir os homens para melhor. Os clamores das
trombetas (Ap 8 a 11) são a interpretação das modificações morais e
espirituais que se passam na alma humana quando a espada de dois gumes
começa a agir através da dúvida, e a suspeita tange a incredulidade como
um açoite.
Deste modo, a oferenda do altar do amor se torna uma praga para a
humanidade egoísta. Como tudo resseca, o próprio homem trancou o seu
coração a todas as condições de nobreza, não querendo saber de religião
alguma em que existisse um sacrifício e que pretendesse pôr um fim às suas
paixões terrenas.
Assim como o fogo tudo destrói, as paixões egoístas destroem todo o
bem. Perseguições tomaram o lugar da tolerância em questões de fé.
Procurou-se apagar com sangue o que era apenas possível através de uma
natureza espiritual. Isto já se dava na época dos romanos, quando práticas
de religiosos fanáticos inventavam toda a espécie de castigos, aos quais
finalmente impunham uma elevação espiritual. O que ocorreu em
particular, posteriormente se estendeu sobre todas as massas. À medida que
os fiéis cresciam, tanto maiores eram as perseguições. Quanto maior o zelo
pela Doutrina pura, tanto maiores os sacrifícios das mortes de mártires.
Deste modo surgiram, após a queda do reino Romano, dois bispos num
trono, um em Bizâncio outro em Roma, nunca unidos. Ambos
aproveitavam a desarmonia em seu próprio benefício. Assim como
antigamente havia perseguição dos cristãos entre os pagãos, agora os papas
perseguiam os homens que não acreditavam naquilo que eles achavam
justo, ou que lhes convinha naquele momento.
A partir do tempo da divisão do reino Romano, quando do bispo se
formou um papa em Roma, surgiram as guerras de religião, as discussões e
concílios, as perseguições através de inquisições eclesiásticas, o domínio dos
reis através dos papas, e finalmente as cruzadas. Posteriormente, os esforços
da Reforma e as suas consequências sanguíneas, bem como a mescla das
raças humanas, o desenvolvimento de várias moléstias, como a peste. Tudo
isto é representado através do som das trombetas.
E também o quadro espiritual da “luta da mulher com o dragão”
(Ap 12) representa a luta das paixões humanas e dos interesses humanos
com o progresso espiritual da Doutrina de Amor. Finalmente, as dores do
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parto, a fim de levar a Obra iniciada ao seu dom, como também a discórdia
tenaz, que mal instigava todos aqueles que se dirigiam para o espírito.
Todos estes quadros vistos por João nada mais representam senão a
reacção violenta que a Minha Doutrina tinha que despertar, e, além disto, o
progresso natural entre o bem e o mal, onde finalmente o bem há-de vencer.
Não deve haver choque com as formas dos quadros. Eram de acordo com a
época e com a maneira de escrever. Não era possível influenciar a
humanidade por muitos séculos de uma maneira diferente, pois ela não
conhecia o amor, mas somente cedia ao medo.
Se Eu tivesse ditado o processo total da evolução até ao dia de hoje
numa linguagem comum a vós, como Deus de Amor, as palavras ter-se-iam
perdido e ninguém se incomodaria com o sentido espiritual.
Os escorpiões, os dragões com sete cabeças, os dez cornos e as
coroas douradas significam a interpretação diversa da Minha Doutrina,
porquanto às vezes se obrigava os homens, por meio do poderio humano, a
aceitar certos dogmas e cerimónias, dos quais nasceram muitas seitas
religiosas.
Existe a demonstração da história do domínio da Igreja e os recursos
usados para atingi-lo. Muitas criaturas tombaram, vítimas do fanatismo da
Igreja Romana e da sua Inquisição.
A descrição posterior traduz a desistência temporária de uma
tendência religiosa, e aparentemente a matéria leva a melhor, sendo que o
ouro e prata são mais procurados do que o tesouro espiritual. Tudo isto
pode ser lido nos próximos capítulos: A ascensão vitoriosa do mal sob o
manto do culto religioso, bem como as descobertas das ciências, trazendo a
queda do primeiro factor, mas também a queda de toda religiosidade e o
ingresso no materialismo. Prenuncia-se nestes quadros, portanto, a queda
da Igreja Romana, não como se Eu a tivesse condenado; mas ela mesma
provocou a sua queda, colhendo o seu prémio de acordo com as suas obras.
Os profetas assassinados apontam o martírio dos tempos passados,
em que muitos homens apaixonados pela causa espiritual tinham que subir
o cadafalso ou fogueira. Não se passava um século em que Eu não
preparasse pessoas que profetizavam, a fim de que a humanidade não
caísse num sono espiritual total.
As taças da ira e os seus efeitos diversos representam as moléstias e
guerras provocadas pela humanidade através da sua vida artificial e que às
vezes também provocava terrores propositados (Ap 15). Ainda hoje podeis
perceber como os efeitos do egoísmo, do materialismo, das paixões
desenfreadas na sua totalidade, bem como no indivíduo, despertaram o
seguinte: desastres no mar e na terra provocados pelos elementos telúricos;
a má conduta da economia dos homens, prejudicando o solo; os suicídios e
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os assassínios de todas as formas, como resultado da falta de um sentimento
religioso, da fé num outro mundo.
Juntai isto tudo, usai a linguagem simbólica do Oriente, como fez o
Meu discípulo João, e facilmente podereis ajuntar outras tantas taças da ira,
para poderdes relatar os estados actuais.
Deste modo, a Minha Doutrina passou por todas as fases que
uma alma humana é capaz de sentir, partindo da Piedade mais pura
à mais crassa falta de fé e à perda de tudo o que lhe foi dado. Passou
pela aceitação rigorosa do Meu mandamento, à interpretação pedante das
Minhas palavras, chegando ao total desleixo por milhares de vozes ditas
pela Natureza, visíveis e invisíveis. Eis o quadro espiritual daquela
descrição. Foi dada em forma de chamadas de advertência, cuja nãoaceitação
pedia o castigo. As taças da ira, símbolo de que a falta de
moralidade e o desrespeito psíquico se castigam a si próprios. Eis os Meus
sete predicados que instigam para a melhoria, muito embora a natureza
livre do homem se oponha, provocando apagar as Minhas Palavras da
humanidade, e a situação pior ainda consegue a melhoria de tudo.
A luta constante do dragão com o Céu; a perseguição da
mulher com o seu filhinho; Cristo, como defensor da paz; tudo isso está
diante dos vossos olhos. Haveis de compreender que neste vai-vem
constante tem de surgir uma decisão que defina claramente quem é o
vencedor e quem é o vencido. Estais marchando para esta época. Ela se
apresenta sob o símbolo do Reino dos Mil Anos, como vida da paz
espiritual, daqueles que trazem o sinal de Deus em vez do animal (Ap 20:1-
10).
Antes da Minha encarnação, já havia uma luta espiritual entre o
espírito e a matéria, em formas suaves. Mas depois da Minha partida, este
processo tinha que ser levado ao ponto final, de sorte que agora, depois da
luta de mais de mil anos, tem que aparecer uma época de paz. Os homens
voltarão a ser homens como Eu os criei e quis, se pretendem ser
Meus filhos. Esta será a época do julgamento, em que o espírito vencerá a
matéria. O homem, como cidadão entre dois mundos, há-de se sentir
tão bem nos dois, a fim de que finalmente as Minhas palavras sejam
entendidas e a Minha descida ao vosso planeta seja apreciada e aceite com
amor. Será a época em que o dragão será abatido e preso, e os dez
mandamentos de Moisés e os Meus dois únicos mandamentos serão
entendidos em toda a sua acepção. Nessa época de paz e de calma, o
Meu Reino espiritual também participará, a fim de que aqueles que ficaram
para trás possam progredir pelo exemplo dos homens vivos, muito melhor
do que até então.
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Esta época é designada na Revelação como o Reino dos Mil
Anos, ou seja, a Nova Jerusalém (Ap 21:9-27. Antigamente, Jerusalém
era o lugar onde se conservava a Arca no Templo, na qual ardia o fogo
eterno e se anunciava apenas os salmos e os incensos nos altares de
sacrifício como ofício puro para Jeová. Esta Jerusalém, maculada e
ultrajada pelos seus próprios sacerdotes através da Minha morte como
homem, em vez de trazer a benção conseguiu a maldição sobre si; esta
Jerusalém, cuja queda foi anunciada pelos profetas e confirmada por Mim,
há-de descer espiritualmente sobre o vosso planeta. Hão-de voltar, como no
seu início, a paz e a calma para os que as aceitam Naquele que pregou,
Naquele que sofreu, foi crucificado, porém também ressuscitou. Esta
cidade, como símbolo da primeira comunidade do Criador com Suas
criaturas, descerá com a palma da paz conquistada pela filiação
divina, após luta e sofrimento. Assim como naquele tempo os judeus
conheciam apenas uma Jerusalém, também haverá posteriormente apenas
uma Igreja, haverá um Pastor e um rebanho. As seitas religiosas
desaparecerão. Deus, o Criador e Senhor, que caminhou sobre o vosso
planeta, será reconhecido como Aquele que Foi, É e Será eternamente vosso
Guia e Pai de todos.
A comunidade do mundo espiritual ainda levará um acréscimo
para a Minha Vinda Pessoal entre os Meus filhos, a fim de consolá-
los e provar-lhes definitivamente que tudo aquilo que Eu disse e que
escreveram os Meus apóstolos e o que João disse em sua Revelação
se cumprirá.
Quando terminarem todas as guerras espirituais e materiais,
facilmente Eu serei compreendido e o Meu mandamento seguido de modo
espontâneo, que começa com o amor ao próximo e termina com o amor a
Deus.
Ainda assim, há-de seguir ao Reino dos Mil Anos uma época
em que a natureza animal dos homens fará um esforço tremendo,
aliás, o último em que o grande espírito caído (Lúcifer) há-de querer
arregimentar as suas falanges. O seu esforço será em vão e ele mesmo
terá que se defrontar com a pergunta: para a frente ou para trás? – o que
definirá o seu ser ou não ser.
Eis o escopo básico da Revelação de João; dado em símbolos,
mas lido com olhos e linguagem espiritual, demostrará claramente como
esta florzinha do amor que Eu depositei no coração dos homens jamais
poderá ser arrancada, não obstante todos os planos dos regentes no sentido
material e espiritual. Esta semente de origem divina jamais poderá ser
destruída.
14
O amor é o Meu Predicado Original e foi o motivo pelo qual
Eu criei o Universo. Por acaso seria possível que esta chama se perdesse
ou fosse destruída? Em vão todos procuraram abalar esta construção e
também as criaturas tentaram a interpretação errónea das Minhas
palavras. Todo o erro caiu sobre elas, sendo obrigadas a colher o que tinham
semeado. Deste modo, podemos ver aos poucos como todas as explicações
científicas e os argumentos sinuosos contra a Palavra de amor da Escritura
Sagrada se derreterão como neve diante do sol da Verdade.
Quanto maior for a resistência de um lado, tanto mais rápido
será o processo do outro lado. O resultado final de todas essas
maquinações há-de incentivar a Minha Doutrina, levando-a a uma luz
justa, preparando o ingresso para o Reino dos Mil Anos. A Nova
Jerusalém será o templo simbólico da Paz e da União entre Mim, a
humanidade e o mundo espiritual, no qual não haverá mais
consequências e taças da ira, mas sim os seres que vivem neste planeta,
tanto na flora como na fauna, aceitarão o mesmo tipo de amor como ele é
produzido dentro de cada um. A humanidade total, sustentada pelos laços
do amor, há-de ajudar a todos, onde não haverá senhor, nem servo, e
somente o amor de irmãos, unindo todos os povos, fazendo
desaparecer os limites territoriais, e os regentes e os papas não
poderão mais influenciar, física e espiritualmente (Ver – Hebreus
12:22-29).
No seu íntimo, através de uma religião racional, hão-de
ouvir as orientações de outros espíritos e a Minha própria voz lhes
despertará a verdadeira fé. Deste modo, o intercâmbio com o mundo
espiritual se tornará um meio de união pelo qual foi banida a morte com os
seus pavores e apresentado o outro mundo, tal qual ele é. Eis a explicação
espiritual e total de João, não como o mundo a espera de Mim, mas
como deveria entendê-la, caso fosse capaz de ler com os olhos do
espírito. Símbolos serão sempre símbolos, mas cada símbolo contém um
pensamento que procura se expressar individualmente. Não deveis
procurar entender literalmente os quadros do Apocalipse, porque deste
modo haveis de chegar a muitos contra-sensos. Além do mais, é preciso
aceitar que no reino dos espíritos existe uma outra associação de ideias e
pensamentos que entre vós. As visões transmitidas a João devem ter um
outro carácter do que a vossa ordenada linguagem actual. Em outras
épocas, a expressão de um pensamento não era transmitida por palavras,
mas por quadros simbólicos. Ainda hoje as línguas orientais usam os
quadros simbólicos. Eis uma reminiscência de um tempo passado, no qual a
humanidade estava mais próxima da sua origem, portanto, mais próxima
também do mundo espiritual.
15
Todas essas provas demonstram que após se entrar numa vida
espiritual, segundo o grau de crescimento, a linguagem e a transmissão
entre espíritos é outra que a palavra demorada e cansativa que usais para
transmitir apenas um pensamento. Toda a Minha Criação nada mais é
do que uma linguagem espiritual, e ela continuará assim, até que
possais entender o porquê mais profundo que provocou a sua
criação.
Assim como tendes a vossa linguagem e a Minha na natureza visível,
também os espíritos das regiões superiores usam a sua linguagem que,
aparentemente, não transmite aquilo que ela oculta. Eis o porquê do esforço
inútil dos vossos filósofos, em querer enquadrar imagens de natureza
espiritual em palavras humanas. Também é o motivo das Minhas
actuais revelações, a fim de levar-vos à explicação da grande
Revelação ao lado de Minha Criação espiritual. Deixarei ao vosso
critério o entendimento destes quadros pacíficos, explicando somente os
mais rigorosos, nos quais aparentemente só regiam a Ira Divina e o
Julgamento, a fim de que não menosprezeis a Deus, que é apenas Amor.
Está-se aproximando uma época em que o vento espiritual se
torna mais forte. Hão-de surgir falsos profetas, conforme consta na Bíblia.
Abusos serão feitos contra a Minha Doutrina Pura, com a contribuição de
espíritos; enfim, com tudo aquilo que possa servir à satisfação das paixões
humanas. Antes que o Reino da Paz se aproxime, os próprios homens hãode
derramar as taças da ira, porquanto os partidos espirituais e materiais se
enfrentarão cada vez mais tenazmente, à medida que o tempo chega ao fim.
Através desta luta se cumprirão as últimas taças da ira para aqueles que
confessam que todo o esforço contrário e toda a depressão e miséria são a
causa do choro e ranger de dentes. Uns serão desolados, outros
aguardarão o fim cheios de fé e também a vitória da causa com
resignação. A maior parte da Revelação já passou, como cruz de evolução.
Resta apenas o pior.
Paciência e confiança em Mim. Se quiserdes ser ou tornar-vos Meus
filhos, mostrai-vos dignos desse nome, que a palma da vitória não vos
faltará. Preparai-vos para tudo. Não sou Eu, mas a natureza humana. A
descrença artificialmente construída pelos homens, o incontido domínio e a
ganância pelo dinheiro, cumprirão também o quadro das taças da ira e de
advertência. Há-de dar-se um processo de purificação antes que Eu
volte a pisar o vosso ambiente; assim como uma tempestade purifica o
ar do mormaço, atraindo para o solo todas as vibrações nocivas, para que
volte a soprar uma brisa pura. O mesmo se dá com um processo espiritual:
como a reacção é forte, surgirão rompimentos fortes, sem os quais não
haverá uma definição.
16
Na Terra toda a luta há-de terminar da seguinte maneira:
Todos os partidos hão-de reconhecer a sua inaptidão e a Minha
omnipotência, contra a qual não há resistência. Aceitai esta explicação da
Revelação, como um quadro que representa todas as fases que uma ideia de
Deus teve de passar, a fim de chegar ao seu verdadeiro valor. É um
simbolismo que demonstra o quanto custa, para que o bem venha a vencer o
mal.
Como pensadores espirituais, aceitai estes quadros como prenúncios
interpretadores. Assim como João previu este processo no
Cristianismo, espiritualmente, também da mesma forma ele ocorre
na vida de cada um, como processo espiritual e material.
Hão-de ser despejadas lutas e taças da ira sobre as ideias. Feliz aquele
que, aproveitando o pior, consegue absorver algo de salutar para si. O
processo da purificação e evolução em toda a parte é o processo do
espírito contra a natureza animal, sacrifício de si mesmo e
tolerância para com os outros.
Que cada um analise a sua vida, podendo então decifrar a sua
história nestes quadros da Nova Revelação.
***
A MINHA OPINIÃO
VIRTUDE
Como filhos de Deus e mordomos de Cristo, um ser humano
que tenta ser “virtuoso” é todo aquele que, inspirado pela excelência
moral, vive focado em Deus.
Quererá o Senhor chamar a nossa atenção para a importância
da “virtude” nas nossas vidas?
Necessitamos de força interior para lutar pela integridade das
nossas convicções com fé, agindo com prudência; orando para que
possamos trilhar o caminho certo no temor do Senhor, procurando
levar uma vida justa e moderada. E, fundamentados nas Escrituras,
devemos declarar com toda a certeza: “Aquele que habita no
esconderijo do Altíssimo, à sombra do Omnipotente descansará.”
(Salmo 90:1) Devemos viver com a disposição natural para a prática
do bem; em tudo activos na esperança e na caridade, e não apenas
17
reconfortados numa fé árida de expressões de amor ao próximo. Só
assim poderemos viver em estado de graça e paz interior; adorando
o Pai através de uma vivência diária, encarando a vida como a
bênção que ela é.
Existe uma expressão conhecida e pronunciada
religiosamente: “Na unidade do Espírito Santo”, o mesmo que na
Unidade de Deus. Essa unidade é algo tão maravilhoso, que todo
aquele que consegue a graça de poder experienciá-la (com maior ou
menos percepção), acaba por sentir-se transformado, notando que os
seus sentidos se tornam mais despertos, através da revelação do
Alto, apercebendo-se da necessidade do outro, sem que este precise
falar; em suma, acede-se a um conhecimento transmitido ao coração
de forma natural, através do Espírito Santo.
Vivenciando a comunhão com o Senhor numa união sem
barreiras de espécie alguma, o que parece ser impossível torna-se
possível no Amor do Pai, que tudo pode e dá sem reservas,
conquanto os Seus filhos estejam preparados para O receber, com
humildade e sinceridade de espírito.
E a virtude faz-se presente – caminhando no mundo como se
não pisássemos a terra, com o corpo aqui, e o coração em comunhão
plena com Deus.
Aí, não há nem ricos nem pobres, analfabetos ou eruditos,
primitivos ou civilizados. Não há diferença de raças, costumes ou
ideologias. Somos todos absolutamente iguais, sentindo-nos felizes
que assim seja. Pois tudo o que é material é vã ilusão, sem valia nem
benefício que nos traga algum proveito na eternidade. Quando um
espírito alcança um laivo de entendimento e discernimento no temor
do Senhor, começa a reconhecer onde reside a vaidade e frivolidade
exteriores, que pretendem separar o inseparável com distracções
banais.
Ao longo da vida, vamos compondo “a nossa coroa”, a única
coisa que levamos connosco e que não sucumbe com a nossa morte
física. Cada acto e gesto de amor incondicional é o entretecer terno e
contínuo dessa “coroa” que nos identifica como filhos de Deus.
O aperfeiçoamento da alma e uma vida de virtude
contribuirão para que essa coroa, no futuro, seja a nossa “coroa de
glória” na vida eterna. Ou seja, o que determinará quão perto ou
distantes estaremos da Verdadeira Luz e do Trono da Graça do
Altíssimo. Depende das opções que cada um de nós tomar, aqui e
agora, o mesmo que dizer, todos os dias da nossa vida.
18
Que diremos pois?
Alguém dirá: “Eu acredito; oro, jejuo, leio a Bíblia e glorifico a
Deus. Em suma, faço tudo direitinho de acordo com as Sagradas
Escrituras, mas quanto ao resto, o meu dia é muito ocupado e o
tempo é curto …”
Ou ao invés, deveríamos pedir a Deus num murmúrio:
“Senhor, ensina-me cada dia a suplantar-me a mim próprio em
amor, graça, bondade, misericórdia, carinho e fé, espalhando o bem
ao meu redor, para sentir a Tua presença no mais íntimo do meu ser,
e ser um testemunho vivo de que habitas em mim.”
Queiramos pois ter em nós o Deus dos milagres, esforçandonos
por caminhar pelo caminho estreito que nos foi proposto por
Jesus.
E assim, reconheceremos que somos mais do que um corpo
que deperece. Não há que temer a morte quando sabemos o que nos
espera do outro lado. Somos um espírito eterno, criado desde o
início dos tempos para vivermos para sempre com o nosso Criador –
Deus e Pai.
Deus Todo-Poderoso é o Virtuoso Supremo e Excelso. Ele é o
Sublime Maestro do Universo Infinito. Ele é o Todo, O Grande “Eu
Sou”.
Que a virtude habite nos nossos corações, para que um dia,
quando chegar a hora de nos apresentarmos diante do Senhor,
possamos humildemente colocar a Seus pés, a nossa pequenina
“coroa”.
Procuremos aperfeiçoar a nossa “coroa” para que cada dia se
torne mais bela e perfeita. Se gostamos de oferecer coisas bonitas ao
nosso pai terreno, quanto mais nos devemos esforçar para que a
nossa pureza espiritual seja o que de melhor possamos entregar ao
nosso Pai Eterno.
Que o amor e a virtude passem a ser uma realidade nas nossas
vidas, até esse dia chegar.
Que assim seja!
Irmã Manuela Diniz
***
19
NOTÍCIAS DE BETÂNIA
O Novo sítio na Internet já foi instalado. Mostra toda a nossa
actividade e é fácil de pesquisar. Visite-nos em –
www.refugiobetania.org e dê-nos a sua opinião para melhorarmos a
apresentação.
***
MOVIMENTO DA TESOURARIA
Receita de Setembro de 2015
Contribuições dos Associados do Refúgio Betânia(1€/dia). 390,00 €
Ofertas diversas para a Caridade ………………………… 103,00 €
Total da Receita ….………………………………………… 493,00 €
***
LUGAR À POESIA
A VIDA
Afundamos o barco no caminho
Da nossa travessia pela vida.
Mas afundemo-lo devagarinho,
Para que a alma não fique perdida.
A alma, essa, não a percamos
No mar da nossa vida desvairada.
Porque depois, se não a encontrarmos,
Da nossa vida não restou mais nada.
Ó meu pai, minha mãe, filhos, irmãos;
Ó família, ó meus doces amigos,
Abraçai-me, pegai nas minhas mãos,
Deixai que eu perca todos os sentidos.
Que de mim não reste mesmo nada,
Senão o amor que eu tenho para vos dar.
Para não me sentir abandonada
No mar alto, sobre as ondas do mar,
Neste barco que mesmo de mansinho,
Num dia triste se vai afundar …
Mas Jesus Cristo o virá resgatar.
Irmã Maria Gabriela
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Leia a Bíblia e ‘O Grande Evangelho de João’
“A Luz Completa”
“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele
vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si
mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos
anunciará o que há-de vir.” (Evangelho de João 16:13)
“Eis a razão, porque agora transmito a Luz
Completa, para que ninguém venha a desculpar-se
numa argumentação errónea de que Eu, desde a minha
presença física nesta terra, não Me tivesse preocupado
com a pureza integral de Minha doutrina e de seus
aceitadores.
Quando voltar novamente, farei uma grande
selecção e não aceitarei quem vier escusar-se. Pois
todos os que procurarem com seriedade acharão a
verdade.” (O Grande Evangelho de João – volume I – 91:19-20)
Rua do Padre Alexandre, 6
4100-036 PORTO – PORTUGAL
www.refugiobetania.org
refugiobetania@gmail.com
NIF: 510 601 960
NIB: 0036 0188 99100037251 13
IBAN: PT50 0036 0188 99100037251 13
SWIFT: MPIOPTPL
(Distribuição gratuita)
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