Naquele tempo, 35Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”. 36Ele perguntou: “O que quereis que eu vos faça?”
37Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!” 38Jesus então lhes disse: “Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” 39Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber, e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. 40Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”.
41Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. 42Jesus os chamou e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43Mas, entre vós, não deve ser assim; quem quiser ser grande, seja vosso servo; 44e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. 45Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”. — Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Catequese Bíblico-Missionária
As leituras de hoje nos ensinam como viver numa Comunidade cristã. Toda Comunidade deve ser um sinal do Reino de Deus, lugar onde as pessoas criam laços afetivos, vivendo a fraternidade. É viver a fé que professamos no Batismo. Numa Comunidade cristã não deveria haver títulos que separam e segregam as pessoas. Como diz Jesus, ninguém deveria aceitar ser chamado de mestre, nem de guia, nem de pai (cf. Mt 23,8-10). Ninguém deveria ser destacado por seu saber, pelas riquezas ou por suas posições dentro da sociedade.
Viver em fraternidade significa afirmar a igualdade de todos diante de Deus, superando o espírito de competição, de discórdia e de autoritarismo. Para que essa proposta seja possível, Jesus deixa um mandamento: entre vós, não deverá ser assim! Quem quiser ser grande ou o primeiro, seja servo de todos! Um mandamento difícil de ser observado.
O que sustenta uma Comunidade cristã é o serviço mútuo. Na proposta de Jesus, autoridade não significa mando, nem poder pessoal. Autoridade é serviço, partilha de qualidades e dons. Quem busca uma posição dentro da Comunidade deve se espelhar em Jesus, o modelo do verdadeiro servidor. “Eu estou no meio de vocês como aquele que serve” (Lc 22,27).
Na Primeira Leitura, do livro de Isaías, temos um trecho do quarto cântico do Servo. Desde o começo, a Comunidade cristã descobriu nesses cânticos o rosto do verdadeiro Messias. Jesus é esse Servo de Deus. Através da atuação do Servo, Deus manifesta sua justiça, vencendo todas as injustiças humanas. Mas a vitória de Deus não se fará sem o sofrimento do Servo, porque a injustiça humana é forte, traiçoeira e impiedosa.
No tempo de Jesus muita gente esperava um Messias. Mas um Messias dentro da mentalidade humana, um líder que viesse com força e poder. Ninguém esperava um Messias que fosse servidor, fraco e indefeso. O cântico do Servo vem nos lembrar que a força de Deus se manifesta na fraqueza humana. “Quando sou fraco, aí é que sou forte” (2Cor 12,10).
Só os pobres conseguem perceber esse recado de Deus. Jesus, instruído pelo Pai e pelos pobres, revelou o sentido verdadeiro do poder: o serviço a Deus e aos pobres. “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,45). Nossas Comunidades deveriam viver essa proposta de Jesus, acolhendo seu mandamento radical: quem quiser ser o maior que seja o servidor de todos. Não podemos reproduzir entre nós os valores da sociedade humana, onde reinam a força, o poder, as honrarias e a corrupção.
Francisco Orofino e Frei Carlos Mesters
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
— Amém.
ANÁLISE DO GNA - EVANGELHO
Analisar este Evangelho, é meditar profundamente, e inserir em nossas vidas que entrar no Reino Sagrado, nunca seria por pedir, implorar, e se manifestar até diante de Jesus, o Cristo, nosso Senhor ...
Tiago e João, filhos de Zebedeu, jamais entendeu o que significaria a missão de Jesus, e eles esqueceram que o Reino de Deus não virá por aparências externas, e sim internas. A cada dia, devemos encontrar razões para que este objetivo aconteça, pois se fosse assim, seria só pedir a Jesus, e tudo se realizaria. Devemos com nossas ações, e nelas se baseia a maior lei de todas que é a lei do mar, e nela está inserido Jesus, o caminho, a sua verdade e a conquista desta vida que todos almejam, e a maioria nem esforços para isto se permitem.
Não devemos confundir o que Jesus disse ao bom ladrão quando foi crucificado entre dois supostos ladrões, e o que ficou por nós conhecido também fez este pedido a Jesus, e todos sabem do que foi escrito, como hoje mesmo estarás comigo no paraíso. Os leigos irão pensar que Jesus utilizou dois pesos e duas medidas neste ato de pedir, embora o bom ladrão apenas pediu para se lembrar dele e não assentar-se ao lado no trono da glória, que é bem diferente. Estarás comigo no Paraíso, é entender que o paraíso como a palavra indica, uma lugar parecido com a Terra na época de Adão e Eva, ou mesmo um local de afinidades, aonde o mal não habita. Este paraíso, é na condição de estar em planos elevados, ou seja, em local aonde o pecado não existe e o bem triunfa ... seria, uma das moradas da Casa do Pai, neste sentido. Sentar -se no trono ou no local do Reino Sagrado, é se colocar na condição que eles não ostentavam, como ser enviado, ser filho único neste princípio, morrer por uma humanidade inteira e realizar obras de elevada condição espiritual como realizar milagres, curas e curar pecados.
Jesus deu as coordenadas, as condições, pois entrar em seu Reino não pode se considerar o maior, e sim ser o servidor. Ser um servidor e nunca se servir a si e esquecer o próximo. O mundo é um mundo de provas e expiações e isto quer dizer que primeiro devemos vencer as nossas próprias imperfeições e entre elas achar, ou acreditar que somos os primeiros ou os melhores.
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