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O que aconteceu com o corpo
de Jesus após a crucificação?
Vamos à Kardec (A Gênese, capítulo XV – Os milagres do Evangelho – Superioridade da Natureza de Jesus – Desaparecimento do corpo de Jesus):
Jesus esteve num corpo de carne como qualquer outro ser encarnado e ao ressurgir, o fez como uma aparição tangível; Kardec oferece várias exemplificações de aparições tangíveis, notadamente na Revista Espírita (exemplo: abril de 1860). No entanto, se Kardec não sugere como desapareceu o corpo de Jesus, é conclusivo quanto ao sepultamento de Jesus e sua ressurreição, deixando-nos a compreensão do desaparecimento do corpo de Jesus à luz do estágio de nosso entendimento e à confirmação geral dos Espíritos (CUEE) se um dia se der essa possibilidade.
No capítulo XIV – Os fluidos, de A Gênese, no item 14, temos: “Os espíritos agem sobre os fluidos espirituais… com o auxílio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para o espírito, aquilo que a mão é para o homem. Pelos pensamentos eles imprimem a tais fluidos esta ou aquela direção; eles o aglomeram, os combinam e os dispersam; formam com esses materiais, conjuntos que tenham uma aparência, uma forma, uma cor determinada; mudam suas propriedades como um químico altera as propriedades dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo determinadas leis. É a grande oficina do laboratório da vida espiritual. É assim, por exemplo, que um espírito se apresenta a um encarnado, sob as aparências que tinha na época em que se conheceram, mesmo que isso se dê depois de diversas encarnações: Apresenta-se com as roupas, os sinais exteriores, enfermidades, cicatrizes, membros amputados, etc. Na realidade, ele não conservou tais aparências (como espírito não é coxo, etc); mas seu pensamento, entrando em relação com a época em que isto se dava, seu perispírito toma instantaneamente aquela forma, a qual deixa também instantaneamente, desde que o pensamento cesse de agir. (…) Por um efeito análogo o pensamento do espírito cria, fluidicamente, os objetos dos quais tem o hábito de se servir: um militar terá suas armas, seus uniformes, etc. (…)
Já no item 6, do mesmo capítulo, temos:
(…) A matéria tangível, tendo por elemento primitivo o fluido cósmico etéreo, ao desagregar-se deve poder voltar ao estado de eterização, assim como o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatizar-se num gás impalpável. A solidificação da matéria, na realidade, não passa de um estado transitório do fluido universal, o qual deve voltar ao seu estado primitivo quando as condições de coesão cessam de existir. Quem sabe mesmo se, no estado de tangibilidade, a matéria não é suscetível de adquirir uma espécie de eterização que lhe confira propriedades particulares?
Certos fenômenos, que parecem ser autênticos, tenderiam a tal suposição. Ainda não possuímos senão as balizas do mundo invisível, e o futuro nos reserva sem dúvida o conhecimento de novas leis que nos permitirão compreender o que para nós ainda é um mistério.
No capítulo XV, temos:
65. (…) Após o suplício de Jesus, seu corpo ficou lá, inerte e sem vida; ele foi sepultado como os corpos ordinários e cada um pôde vê-lo e toca-lo. Após a ressurreição, quando ele quis deixar a Terra, ele não morre; seu corpo se eleva, se desvanece e desaparece sem deixar nenhum traço, prova evidente que seu corpo era de uma outra natureza que a que permaneceu na cruz, de onde é preciso concluir que se Jesus pôde morrer, é que ele tinha um corpo carnal.
67. Em que se transformou o corpo carnal? É um problema cuja solução não se pode deduzir, até nova ordem, salvo por hipóteses, falta de elementos suficientes para assegurar uma convicção. Esta solução, aliás, é de uma importância secundária e não juntaria nada aos méritos do Cristo nem aos fatos que atestam, de uma certa maneira bem contrariamente peremptória, sua superioridade e sua missão divina.
Não pode, pois, haver sobre a maneira na qual esse desaparecimento se operou senão opiniões pessoais que teriam valores apenas igualmente quanto as que fossem sancionadas por uma lógica rigorosa e pelo ensinamento geral dos Espíritos; ora, até o presente, nenhuma das que foram formuladas recebeu a sanção deste duplo controle.
Se os Espíritos ainda não resolveram a questão pela unanimidade de seus ensinamentos, é que, sem dúvida, o movimento da resolução não veio ainda ou que ainda falta conhecimentos em auxílio dos que possam resolvê-la por si própria. Em atentando, descarta-se a suposição de um rapto clandestino, poder-se-ia encontrar, por analogia, uma explicação provável na teoria do duplo fenômeno dos transportes e da invisibilidade. (Livro dos Médiuns, cap. IV e V).
Observação: o item 67 não consta da tradução de Victor Tollendal Pacheco, 17º edição LAKE, de outubro de 1990 de que nos servimos para o presente estudo. Para o item 67, utilizamos a tradução de Carlos de Brito Imbassahy, da 3ª edição de 1868, já próximo à desencarnação de Kardec. Consideramos o item 67 de vital importância para entendimento do assunto que nos propomos estudar.
Na tradução de Victor Tollendal Pacheco, o item 67 é o item 68 da tradução de Carlos de Brito Imbassahy.
Livros consultados:
A Gênese – Allan Kardec
Bíblia Sagrada – Tradução das línguas originais por João Ferreira de Almeida.
Estudos Espíritas do Evangelho – Therezinha Oliveira;
Elucidações Evangélicas – Sayão;
www.ceacs.wordpress.com - https://www.fraternal.net.br/noticia/278257/o-que-aconteceu-com-o-corpo-de-jesus
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