quarta-feira, 20 de setembro de 2017

PORTAL - GNA - 9499 - A MENSAGEM DE FÁTIMA E A DÍVIDA - GIORGIO BONGIOVANNI O ESTIGMATIZADO - POSTAGEM ESPIRITUAL - GNA

 DO CÉU À TERRA.
2017.
A MENSAGEM DE FÁTIMA E A DÍVIDA.



ESCREVI EM 17 DE SETEMBRO DE 2017:

MEU AMIGO E MESTRE FLAVIO CIUCANI ME MANDOU ESTE ARTIGO QUE PUBLICO.
COM ESTIMA E CARINHO.
G. B.
Sant’ Elpidio a Mare – Itália,
17 de Setembro de 2017.



A MENSAGEM DE FÁTIMA E A DÍVIDA
(Por Flavio Ciucani)

Quando se fala dos segredos, ou das mensagens de Fátima e de outras aparições Marianas, a mente se perde imediatamente em cenas apocalípticas. Este é o termo mais utilizado, apocalíptico, que deriva da palavra do famoso livro das visões de João o Apóstolo. De fato o livro começa assim: ποκάλυψις ησο Χριστο (Apokàlipsis Iesù Kristù)… Revelación de Jesús Cristo ”.
Portanto Apocalipse significa Revelação. E mais no caso do livro de João se ler que Jesus fez a revelação a João através de um anjo, e “A revelação de Jesus Cristo que Deus deu para mostrar a seus servos as coisas que devem acontecer breve; e as deu a conhecer, enviando-a por meio de seu anjo a seu servo João, o qual deu testemunho da palavra de Deus, do testemunho de Jesus Cristo e de tudo o que viu. Bem-aventurado o que ler e os que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas que estão escritas nela, porque o tempo está próximo” (Apocalipse. 1, 1-3). Acredito firmemente que o fato de que sejamos advertidos do que está por ocorrer, ou do que ocorrerá no futuro, não está mal, mas sim claramente é uma sorte que saibamos antecipadamente o que está por acontecer, já que nos dar todo o tempo para tratar de evitar eventuais “acidentes”, ou para nos preparar melhor aos acontecimentos nos quais nos veremos envolvidos. Jesus disse a João através do anjo, que são bem-aventurados aqueles que lêem as profecias porque por meio destas conhecem o futuro. Mas são bem-aventurados aqueles que escutam as profecias porque serão salvos. Escutar a palavra de Deus significa fazê-la própria e pô-la em prática. Os anjos proclamaram sobre a gruta de Presépio: “Gloria a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens nos quais Ele sente prazer”(Lucas 2, 14). As pessoas nas quais Deus sente prazer são aqueles que faz Sua vontade. “Porque qualquer um que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão e irmã e mãe” (Marcos 3, 35). Então por que ter medo das profecias se o fato de as conhecer é uma fortuna que nos leva a salvação?

Além disso, os que “ouviram” as profecias já foram julgados. De fato o Apóstolo João explica da seguinte forma: “Porque de tal maneira Deus amou o mundo, que deu o seu Filho unigénito para que todo aquele que acredita Nele, não se perca, mas tenha vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas sim para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita nele não é condenado; mas o que não acredita, já foi condenado, porque não acreditou no unigénito Filho de Deus. E este é o julgamento: que a Luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas que a Luz, pois suas ações foram más. Porque tudo o que faz o mau odeia a luz, e não vem à luz para que suas ações não sejam expostas. Mas o que pratica a verdade vem à luz, para que suas ações sejam manifestadas que foram feitas em Deus” (João 3, 16-21). Portanto a realização pessoal do homem radica na eleição: aceitar, ou rejeitar Cristo enviado pelo Pai por amor aos homens, para que todos pudessem si salvar. Este ato de amor não significa julgar o mundo, mas sim “iluminá-lo”, quer dizer, permitir ao mundo que realize uma escolha consciente para sua evolução social, política e espiritual, já que nos dar a possibilidade de conhecer a Verdade.

João expressa um conceito original que não é escatológico sobre o futuro da humanidade, e anuncia uma realidade que se pode alcançar através da simples aceitação dos valores evangélicos.
As expressões utilizadas pelo Evangelista: “Mas o que pratica a verdade vem à luz”, ou ao contrarioPorque tudo o que faz o mal, odeia a luz e não vem à luz”... dão a sensação de escolhas práticas de atividades humanas seguindo regras precisas, no negativo, ou no positivo. Não se prejudica no mínimo o livre-arbítrio, mas sim é um caminho humano no qual se utiliza a inteligência para examinar na prática o que se está fazendo, o que está se realizando. Unicamente através do uso do intelecto se pode tomar decisões conscientes e construir pouco a pouco um futuro melhor. Por conseguinte “o que pratica a verdade vem à luz”, alcança a consciência de uma fé que aponta a consolidar-se no conhecimento do cumprimento dos ditames evangélicos. Papías, discípulo de João o Apóstolo, nascido no ano 80 e que escreveu o Evangelho ditado pelo mesmo Apóstolo, afirma que seu mestre, ao lhe explicar os ditos do Senhor, que Jesus disse que o Reino de Deus se instauraria na Terra. Quer dizer que João indica um caminho que não se pode empreender simplesmente por um simples ato de fé, mas sim por um raciocínio científico sobre as leis que governam o espírito e a matéria, que se resume na capacidade humana de confrontar a realidade com Lógica, Discernimento e Fé.


Então as profecias das aparições Marianas passam a ser mensagens que recordam aos homens o oferecimento que fizera Jesus. É por isso que a Virgem repete constantemente o convite ao arrependimento: “Convertei-vos”! Que soa como um chamado de atenção para mudar de atitude no momento de conduzir a vida terrestre. Os que tem medo das profecias estão assustados pela mudança. Entretanto já sabíamos tudo, sem ir muito longe, desde 1846, quando na aparição de La Salette a Virgem anunciou: “Haverá guerras sangrentas e fome pestes e enfermidades contagiosas; Haverá chuvas de granizo e de animais espantosos; tempestades que arruinarão cidades; terremotos que engolirão países... As estações mudarão. A Terra não produzirá mais que maus frutos... Os governantes civis terão todos um mesmo plano, que será abolir e fazer desaparecer todo princípio religioso, para dar lugar ao materialismo, ao ateísmo, ao espiritismo e a toda classe de vícios”...

Estas profecias sempre foram ocultadas, minimizadas e não difundidas por parte de quem tinha a tarefa de as fazer públicas. Até inclusive se chegou a dizer que Mélanie Calvat a vidente de La Salette inventou tudo e, que sua carta em que estava escrito a mensagem, dirigida ao Papa Pio IX, jamais havia chegado a ele! Porem, em 1999 um sacerdote francês, Michel Corteville, encontrou a missiva no Arquivo da Congregação para a Doutrina da Fé, enquanto estava fazendo uma investigação. Alguns poderiam objetar que em um Estado laico, avalizar estas advertências do Céu implicaria tomar uma posição fideísta. Mas a eles terá que lhes recordar que o Estado da Igreja, sempre, desde seu nascimento, foi um Estado confessional e tem o direito/dever de difundir as verdades espirituais. Mas esta pareceria ser uma tarefa muito árdua dadas as relações entre o Estado e a Igreja, entre interesses espirituais e materiais, entre conveniências políticas e coerência religiosa, entre uma falsa honradez e um respeito recíproco. Mas tudo isto fica sem efeito se considerarmos as inumeráveis publicações científicas sobre a geopolítica, sobre o estado de saúde mundial, sobre as mudanças climáticas, sobre os efeitos da industrialização insensata, sobre a identificação selvagem, sobre a contínua mortandade de animais, sobre o derretimento das geleiras, sobre a mortal periculosidade da bomba atômica, sobre o indiscriminado desperdício dos recursos... Os governos contam com milhares de investigações científicas que teriam tido que processar as decisões para o bem da humanidade, apesar de não ter escutado as mensagens Marianas.



Acredito que este é o maior dos pecados da política e da humanidade em geral: não ter usado a Lógica e o Discernimento! Me vem à mente que os cristãos sempre rezaram: “Pai nosso, perdoa nossas dívidas assim como nós perdoamos a nossos devedores”. A dívida deriva do ter recebido algo, poderia ser uma devolução do dado, poderia representar o fato de efetuar uma operação prometida, simplesmente poderia significar o reconhecimento do que se obteve graças a uma doação. Portanto o pecado reside em não ter honrado o compromisso! “Porque de tal maneira Deus amou o mundo, que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que acredita Nele, não se perca, mas tenha vida eterna”. Eis aqui o presente: a vida eterna. A dívida consiste em acreditar naquele que o Pai enviou. A humanidade não pagou a dívida: “… a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas que a luz, pois suas ações eram más”. As decisões de quem governa os povos, os quais os seguiram como carneiros, sem raciocinar nem deduzir, foram contra a civilização, da evolução, da própria vida mesma. “Pai, perdoa nossas dívidas”!

Durante séculos se perpetrou um constante saque da Terra, da natureza, dos recursos naturais e econômicos que estavam a disposição de todos os homens em benefício de uma pequena minoria. Ricos e poderosos se enriqueceram em prejuízo da maioria da população, usurpando o poder de decidir leis econômicas que os tornasse cada vez mais ricos e poderosos.

O termo “economia” deriva das palavras gregas οίκος (oíkos: casa, família) e do νόμος (nómos: usanza, costumbre); portanto faria referência às coisas feitas segundo os costumes de casa, coisas que se faz na família. O pai, ou a mãe, vão trabalhar e trazem um salário para casa que serve para toda a família. Quando se cozinha é para dar de comer a toda a família. Dar o pão a todos os membros da família: quer dizer que economia significa dar, não tomar. Teria que ser distribuído a todos, quem deixa tudo para si mesmo está perpetrando um roubo, um furto. Francisco de Assis não era um economista, mas como homem iluminado que era, havia compreendido o mecanismo diabólico da economia, é por isso que considerava o dinheiro como o “esterco de Satanás”.

A mensagem de Fátima está chegando a seu cumprimento e deixa em evidência nossa incapacidade de desenvolver uma sociedade que não seja egoísta, destruidora, atéia e materialista, na qual quem difunde a Verdade são considerados personagens estranhos, hereges, incômodos e freqüentemente os que terá que se eliminar. Quer dizer que não pagamos a dívida do amor que recebemos, a vida eterna e a possibilidade de uma nova sociedade em que se destacam as obras construídas na verdade.

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