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11 de abr de 2014 - PORTAL - GNA - GNA - JEOVA FALSO DEUS - LEIAM O LIVRO E ENTENDAM PORQUE JESUS NO EVANGELHO DE JOÃO AFIRMOU QUE ELE, JEOVÁ ERA O ...A BIOGRAFIA DE JEOVÁ
Cada sociedade ou indivíduo vê a figura de Deus à sua maneira. Para Einstein, ele era as leis que governam o tempo e o espaço , a natureza. Para os ateus, Deus é uma ilusão. Pontos de vista à parte, toda cultura humana já teve seu Deus. Seus deuses, na maioria dos casos seres divinos que interagiam entre si em mitologias de enredo farto, recheadas de brigas, lágrimas, reconciliações. Os deuses eram humanos.
Mas isso mudou. A imagem divina que se consolidou é bem diferente. Deus ganhou letra maiúscula na cultura ocidental. Os “vários” divinos acabaram. Deus tornou-se único. É O DEUS DA BÍBLIA, JEOVÁ, O CRIADOR DA HUMANIDADE. O “pai” de Jesus. Essa concepção, que hoje parece eterna, de tanto que a conhecemos, não nasceu pronta. Ela é fruto de fatos históricos que aconteceram antes de a Bíblia ter sido escrita por quem quer que seja. O próprio Jeová já foi uma divindade entre muitas. Fez parte de um panteão do qual não era nem o chefe. O fato de ele ter se tornado o Deus supremo, então, é marcante: Se fosse entre os deuses gregos, seria como se uma DIVINDADE DE BAIXO ESCALÃO, como o Cupido, tivesse ascendido a uma posição maior que a de Zeus. É essa história que vamos contar aqui. A história de Javé, a figura que começou como um pequeno deus do deserto e depois moldaria a forma como cada um de nós entende a ideia de Deus, não importando quem ou o que Deus seja para você.
Criança
No princípio, Ele não sabia falar. Só chorava, grunhia e balbuciava. Deus era uma criança. Uma não, muitas: Um deus era a chuva, outro deus, o Sol, mais outro, o trovão... Os deuses eram as forças por trás de uma natureza inexplicável para os primeiros humanos da Terra. Facetas de divindades borbulhavam em cachoeiras, galopavam com os cavalos selvagens, voavam com o vento, escondiam-se em cada rochedo, bosque ou duna do deserto. E do deserto veio a que daria origem ao Deus para valer.
Deuses nasceram do pôquer. A crença em divindades provavelmente vem da capacidade humana de detectar as intenções das outras pessoas. Somos muito bons nisso desde que surgimos, há 200 mil anos, e precisamos ser mesmo, porque o Homo sapiens sempre levou a vida social mais complicada do reino animal, sempre em comunidades cheias de intrigas, fingimentos, traições. Saber o que se passa na cabeça do outro era questão de sobrevivência, e até certo ponto ainda é.
E a melhor maneira de tentar se antecipar a um adversário nos jogos mentais do dia a dia é imaginar as intenções dele: "O que será que ele pensa que eu estou pensando?" NOSSO CÉREBRO É UMA MÁQUINA DE PÔQUER. Pesquisadores como o antropólogo francês Pascal Boyer defendem que esse sistema de detecção de intenções pode acabar aplicado a coisas que não têm intenções de nenhum tipo - como a chuva, ou o Sol. A ideia de que há espíritos de toda sorte da natureza seria, assim, um efeito colateral do nosso sistema de detecção de mentes, tão hiperativo.
Por esse ponto de vista, a espiritualidade faz parte dos nossos instintos. É QUASE TÃO NATURAL ACREDITAR EM DIVINDADES QUANTO COMER OU DORMIR. Cada fenômeno da natureza, então, representava as intenções de alguma divindade. É como ainda acontece nas tribos de caçadores-coletores de hoje. Entre os índios tupis, os trovões são a raiva do deus Tupã. E fim de papo.
Obras de arte de mais de 30 mil anos atrás dão outra pista sobre essa espiritualidade primitiva, que podemos chamar de "infância de Deus" (no caso, dos deuses). Elas mostram seres que misturam características humanas e animais - sujeitos com cabeça de leão ou de rena e corpo de gente, por exemplo.
Acredita-se que essas criaturas híbridas representem um tipo de crença que ainda é comum nas tribos indígenas: A de que não haveria separação rígida entre o mundo dos humanos, o dos animais e o dos espíritos. Seria possível transitar entre essas esferas se você possuísse o conhecimento correto, e, em tese, qualquer falecido, seja pessoa, seja bicho, pode ter um papel parecido com o que associamos normalmente a um deus.
Os deuses abandonam de vez as feições animais quando os bichos se tornam menos importantes no nosso cotidiano. Foi precisamente o que aconteceu quando a agricultura foi criada, há 10 mil anos, no Oriente Médio. Graças a ela, montamos as primeiras cidades. E a nossa espiritualidade progrediria junto: Acabaria bem mais centrada nas pessoas que na natureza selvagem.
Há sinais de que ancestrais mortos eram as grandes entidades com status divino nessas primeiras cidades. Um exemplo arqueológico vem de escavações em Jericó, uma das mais antigas aglomerações humanas, que hoje fica no território palestino da Cisjordânia. Os habitantes de Jericó enterravam o corpo de seus mortos, mas guardavam o crânio, que era recoberto com camadas de gesso e tinta, simulando o rosto humano. Assim preparada, a caveira talvez servisse de oráculo doméstico, uma espécie de deus particular para cada família.
Os artesãos de crânios de Jericó não tinham escrita aliás, passariam mais de 5 mil anos até que essa tecnologia fosse inventada. Quando isso finalmente aconteceu, em torno do ano 2000 A.C., os deuses ficaram bem mais sofisticados. Entraram em cena criaturas ao estilo dos habitantes do Olimpo na mitologia grega. Em parte, alguns deles até eram mesmo personificações das forças da natureza, mas agora eles ganhavam personalidades e biografias complexas.
É AÍ QUE ESTÁ A ORIGEM DO GRANDE PERSONAGEM DESTA HISTÓRIA: YHWH, JEOVÁ, UMA DIVINDADE QUE PROVAVELMENTE COMEÇOU COMO UM DEUS MENOR, CULTUADO POR NÔMADES. BEM ANTES DE A BÍBLIA SER ESCRITA.
Cabeça de leão
Estátuas e pinturas de povos caçadores, que viviam nas cavernas da Europa há 30 mil anos, mostram figuras que misturam formas de homens e de animais. Tudo indica que esses foram os primeiros deuses a habitar a mente humana.
Jovem
O rapaz era uma divindade dos desertos do sul. Junto com seus poucos súditos, chegaria à pulsante Canãa, domínio do deus El, o altíssimo. Ao lado do soberano, a mãe de divindades e homens, Asherah, senhora de tudo o que é fértil, e seu sucessor, Baal, o deus que dava chuvas àquelas paisagens áridas. Tudo na santa paz. Eles só não imaginavam que Jeová tramava a destruição deles.
Ele começou de baixo. Era só mais um deus entre vários outros de sua região. Só que na Bíblia Jeová é identificado como o “deus único”. Hoje, cogitar a existência de outras divindades que teriam convivido com o Senhor da Bíblia é um absurdo do ponto de vista religioso. Mas não do ponto de vista científico. Pesquisadores de várias áreas - arqueólogos, linguistas, teólogos - estão encontrando pistas sobre uma provável "vida pregressa" do deus Jeová. UMA VIDA MITOLÓGICA QUE ELE TEVE ANTES DE SEU NOME IR PARAR NA BÍBLIA COMO O DA ENTIDADE QUE CRIOU TUDO.
Onde pesquisar isso? A própria Bíblia é uma fonte. O Livro Sagrado não foi feito de uma vez. Trata-se de uma coleção de textos escritos ao longo de séculos. O Pentateuco, os 5 primeiros livros da Bíblia, foi finalizado por volta de 550 A.C. Mas há textos ali de 1000 a.C., ou de antes. E nada disso foi editado em ordem cronológica - em grande parte, A BÍBLIA É UMA JUNÇÃO DE TEXTOS INDEPENDENTES, CADA UM ESCRITO EM TEMPOS E REALIDADES DIFERENTES.
Como saber a que tempo e a que realidade cada um pertence? Pela linguagem. Pesquisadores analisam as expressões do texto original, em hebraico, e vão comparando com a de documentos encontrados em escavações arqueológicas, cuja datação é fácil de determinar. Com esse método, chegaram a uma descoberta reveladora. Alguns poemas da Bíblia dão a entender que Javé era uma divindade de lugares chamados Teiman ou Paran - dizendo literalmente que Deus veio dessas regiões. E esses textos estão justamente entre os mais antigos, se a língua do livro fosse o português moderno, eles estariam mais para Camões.
Teiman e Paran eram lugares desérticos fora das fronteiras onde viviam os homens que escreveram a Bíblia. Não se sabe exatamente que regiões eram essas, já que os nomes dos territórios vão mudando ao longo dos séculos. "Mas arqueólogos supõem que essa região seja no noroeste da atual Arábia Saudita", diz Mark Smith, professor de estudos bíblicos da Universidade de Nova York. E isso diz muito.
Os autores dos primeiros textos da Bíblia viviam na antiga Canaã, uma região do Oriente Médio onde hoje estão Israel, os territórios palestinos e partes da Síria e do Líbano. Ali se formaram algumas das primeiras civilizações da história, há 10 mil anos. E por volta de 1000 A.C., já era um território disputado (como nunca deixou de ser, por sinal). Estava dividido numa miríade de tribos, as dos israelitas, a dos hititas, a dos jebedeus...
Apesar das rivalidades, todas tinham culturas parecidas. Reverenciavam o mesmo panteão de deuses, por exemplo. Mas Jeová, pelo jeito, não era um deles. Teria sido importado das áreas mais desérticas do sul.
Outra evidência disso é a associação de seu nome com os chamados Shasu. Shasu é um termo egípcio que significa "nômade" ou "beduíno". Algumas inscrições egípcias mencionam um "Javé dos Shasu".
Uma possibilidade, então, é que nômades do deserto teriam se incorporado às tribos israelitas, trazendo o novo deus com eles. Essa divindade se embrenharia no meio da GRANDE MITOLOGIA DESSE POVO: O panteão de deuses cananeus. Mas quem eram essas divindades? As melhores pistas a esse respeito vêm de Ugarit, uma antiga cidade encontrada durante escavações arqueológicas na atual Síria. Ela foi destruída por invasores em 1200 A.C., quando os israelitas ainda eram um povo em formação.
As inscrições encontradas ali, então, servem como uma cápsula do tempo. Revelam o contexto cultural em que nasceu a mitologia israelita, mostra como era a mitologia dos antepassados dos escritores da Bíblia. E os deuses em que eles acreditavam seriam fundamentais para a BIOGRAFIA DE JEOVÁ. O panteão de Ugarit é bem grandinho, mas algumas figuras se destacam. Há o pai dos deuses e dos homens, o idoso, bondoso e barbudo El; sua esposa, Asherah, deusa da vegetação e da fertilidade; a filha dos dois, Anat, feroz deusa do amor; e o filho adotivo do casal, Baal, deus da guerra e da tempestade que morre, ressuscita e derrota as divindades malignas Yamm (o Mar) e Mot (a Morte).
Muitos estudiosos especulam que as tribos israelitas originalmente tinham El como seu deus supremo. Afinal, o nome do povo bíblico também termina com o elemento - El. "Esse tipo de nome próprio, conhecido como teofórico (‘portador de um deus’, em grego), costuma dar pistas sobre o ente divino que o dono do nome venera", diz Airton José da Silva, professor de Antigo Testamento da Arquidiocese de Ribeirão Preto.
Mas os indícios a respeito de El vão além da nomenclatura. O deus cananeu também tem uma relação especial com os chefes de clãs, prometendo-lhes uma vasta descendência - exatamente o que Deus faria depois na Bíblia ao selar uma aliança com os ancestrais dos israelitas, Abraão, Isaac e Jacó. "El é o deus desses patriarcas", diz Christine Hayes, professora de estudos judaicos de Yale.
Deus do deserto
Jeová pode ter sido uma divindade trazida do deserto por nômades que se embrenharam nas tribos israelitas, quando elas ainda estavam em formação na região de Canaã. Aí ele se junta aos deuses cananeus, como Baal e El, o altíssimo.
Adulto
"Israel é a minha herança", brada o impetuoso deus do deserto. Diante dele, a assembleia dos deuses de Canaã se sente cada vez mais intimidada. E, numa escalada de poder sem precedentes, o guerreiro chega a ser considerado idêntico ao próprio El como criador e governador do mundo. A própria esposa do antigo senhor dos deuses passa às mãos do novato.
Uma ameaça pairava sobre os deuses de Canaã. ERA A AMBIÇÃO DE JEOVÁ. O novo deus começou a buscar seu lugar entre as antigas divindades cananeias. E teve sucesso. Com sua personalidade forte, foi ganhando espaço dentro da mitologia israelita, tomando o terreno dos deuses criados pelos povos cananeus.
A maior prova disso está em outro texto poético dos mais antigos da Bíblia, o Salmo 82. Ele nos apresenta o chamado "conselho divino": Uma espécie de Câmara dos Deputados dos deuses, na qual eles se reúnem para discutir assuntos importantes, um indício de que o Salmo foi escrito antes do próprio início da Bíblia, que já começa apresentando Jeová como deus único. A ideia, ali, é que El preside o conselho e seus filhos ou subordinados discursam. Lá, Jeová aparentemente perde a paciência: "Deus se levanta no conselho divino,/em meio aos deuses ele julga:/"Até quando vocês julgarão injustamente,/sustentando a causa dos injustos? (...) "Eu declaro: Embora vocês sejam deuses,/e todos filhos do Altíssimo,/morrerão como qualquer homem". Trocando em miúdos menos rebuscados: "Quem manda aqui sou eu".
É difícil dizer a que período da história israelita corresponde esse momento em que, na Imaginação Religiosa Das Pessoas, Jeová começou a impor sua vontade perante os deuses cananeus. Talvez o fenômeno tenha a ver com a consolidação de Israel como povo distinto dos demais cananeus: A adoração a uma divindade unicamente israelita pode ter emergido como um elemento-chave nessa consciência "nacionalista" dos ancestrais dos judeus.
Para completar essa nova fase na vida do Senhor, que poderíamos chamar de começo da vida adulta, falta ainda um elemento crucial. Lembre-se do impetuoso deus guerreiro Baal. O que parece ocorrer, segundo Mark Smith e outros especialistas, é que JEOVÁ SE "BAALIZA", virando uma mistura de El e Baal, com ligeira predominância do segundo.
As evidências: Jeová e Baal estão associados a tempestades, vulcões, fogo e terremoto; ambos são guerreiros invencíveis que habitam o alto de montanhas (Baal vive no lendário monte Zafon, Jeová, no Sinai). E a semelhança fica ainda mais detalhada.
Na tradição mitológica de Canaã, quem tinha triunfado contra Yamm, o deus caótico do mar, era Baal, MAS OS TEXTOS DA BÍBLIA ATRIBUEM ESSA VITÓRIA - ADIVINHE SÓ - A JEOVÁ. Mais sugestivo ainda: Alguns Salmos parecem ter sido originalmente hinos a Baal que acabaram adaptados para o culto ao Senhor dos israelitas. Só que Jeová vai muito além das intervenções típicas de Baal no mundo. Na mitologia israelita, sua grande vitória não é contra o mar, mas, sim, usando o mar como arma contra o faraó que tinha escravizado o povo hebreu no Egito. Escolhendo o profeta Moisés como seu emissário, conforme conta o livro bíblico do Êxodo, o novo deus guerreiro puniu os egípcios com uma sucessão de pragas e, como grand finale, destruiu "carros de guerra e cavaleiros" do faraó afundando-os no mar, se glorificando na morte.
A diferença em relação a Baal é que o Senhor seria capaz de agir não só num passado mítico mas na própria história dos israelitas. Ele é literalmente "o Senhor dos Exércitos de Israel", aquele que promete a vitória em batalha em troca da fidelidade religiosa do povo. Daí em diante, Deus nunca deixa de ser, em grande medida, um guerreiro, ou melhor, um matador.
Além de herdar o trono de El na mitologia israelita, Jeová também pode ter levado Asherah, a mulher do velho deus. Eis aí uma possibilidade para a qual a Bíblia não prepara seus leitores. Os profetas bíblicos vivem chiando contra o fato de que os israelitas estariam se "prostituindo" (metaforicamente, e talvez literalmente também, via orgias rituais) nos altares de Asherah. Mas inscrições achadas ao longo do século 20, como as de Kuntillet Ajrud, um pit stop de caravanas no deserto do Sinai, poderiam indicar que o deus e a deusa não eram inimigos, e sim um casal.
As inscrições, datadas em torno do ano 800 A.C., dizem coisas como "a bênção para ti por Jeová de Teiman e sua Asherah". Seja como for, mesmo se o casamento ainda existisse, Jeová logo optaria por um divórcio - daqueles litigiosos, barra-pesada, nos quais o pai joga os filhos contra a mãe.
Casal maior
Inscrições do do século 9 A.C., dão a entender que Jeová tinha se casado com Asherah, a maior divindade feminina de Canaã. Era uma interpretação israelita da mitologia da região: O deus daquele povo tomava para si a esposa de El.
Homem feito
A última resistência da antiga assembleia divina parte de Baal. Sem pestanejar, Jeová o elimina. Asherah tem o mesmo destino trágico. Daqui por diante ele estará sozinho nos céus. E alcança a serenidade. HORA DE FAZER AS PAZES COM A HUMANIDADE. E UM SACRIFÍCIO.
Seu grande momento estava chegando. Era a hora da virada para Jeová. Ele deixaria de ser mais um deus. E viraria o Único. No mundo real, esse momento teve data: Foi a reforma religiosa introduzida por Josias (649 - 609 A.C.), rei de Judá. Antes, porém, um interlúdio político.
Àquela altura, a nação das tribos israelitas de Canaã tinha sido dividida em dois reinos. Um ao norte, o de Israel, e um ao sul, o de Judá. E o de cima havia sido derrotado e conquistado pelo Império Assírio.
Josias não queria o mesmo destino. E parte de seus esforços para fortalecer a unidade interna de Judá e resistir aos invasores foi uma maior centralização da vida religiosa do reino. Para isso, ele começou a transformar Jeová no único deus adorado por seus súditos. Por decreto, estruindo altares a outras divindades, como El, Baal... E Asherah. Esse foi o divórcio.
Também é possível que date do reinado de Josias o ataque final dos fiéis de Jeová ao culto a Baal, muito criticado pelos profetas dessa época. Para a maior parte dos israelitas, não era problema adorar a Javé e a Baal ao mesmo tempo. É que outra especialidade do antigo deus cananeu era a agricultura - ele mandava chuva para regar as colheitas. Até então, embora Jeová tivesse tomado conta das funções guerreiras de Baal, nada indicava que ele também pudesse bancar o regador de plantas. Mas os profetas israelitas passam, então, a afirmar que o mandachuva era ele.
Essa expulsão definitiva de Baal do panteão explica o episódio do bezerro de ouro durante a passagem dos israelitas pelo deserto. Para quem não se lembra, o povo de Deus, cansado de esperar que Moisés volte do monte Sinai, constrói uma estátua de ouro de um bezerro (emblema de Baal). Tanto Moisés quanto Jeová ficam enfurecidos, e milhares de israelitas morrem como punição pela infidelidade do povo.
AS IDEIAS DE JOSIAS MARCARIAM PARA SEMPRE A VISÃO QUE TEMOS DE DEUS. E mais ainda depois que esse rei acabou morto. Na geração dos filhos do monarca reformista, o reino de Judá seria riscado do mapa e Jerusalém, a capital, acabaria conquistada pela Babilônia. Mas a adversidade do povo teve o efeito oposto em sua fé. No mundo mitológico, Jeová se fortalecia como nunca. Com a nação agora indefesa militarmente, era a hora de reafirmar que o deus da nação, ao menos, era todo-poderoso. Nisso os profetas israelitas diziam que só Jeová tinha existência, vida e poder; os outros deuses eram meras imagens de pedra, metal ou madeira. Era nada menos que a INAUGURAÇÃO DO MONOTEÍSMO, um momento tão importante na história da espiritualidade quanto A ADOÇÃO DO CRISTIANISMO COMO RELIGIÃO OFICIAL DO IMPÉRIO ROMANO seria bem mais tarde. E ERA ESSE JEOVÁ ÚNICO QUE IRIA PARA A BÍBLIA. E se tornaria a imagem de Deus no mundo ocidental.
Um Deus, agora, não só dos israelitas. Mas da humanidade inteira. O Deus que criou o mundo, que fez o homem à sua imagem e semelhança. E que, de certa forma, era a imagem e semelhança do Jeová pré-Bíblia: O Deus guerreiro, militar, que pune com rigidez os erros de seus adoradores. O Velho Testamento está recheado de castigos divinos, dos mais leves, como transformar o fiel Jó, um milionário, em um mendigo, como um teste para sua fé, até o dilúvio universal, praticamente um restart no mundo depois de ter concluído que a humanidade não tinha mais jeito. A justificativa para tal comportamento está na própria história de Israel. A ideia era acreditar que os maus bocados pelos quais a nação passou nas mãos de assírios e babilônios eram provações divinas, que, se o povo mantivesse sua fé, tudo acabaria bem.
Mas Deus surge na Bíblia como algo mais complexo que um mero feitor. Usando os paralelos deste texto, seria como se Ele tivesse amadurecido depois que Josias e os profetas o aclamam Deus único. Jeová fica menos humano, menos falível. Passa a ser uma entidade transcendental de fato. Começa a afirmar aos seres humanos que "os meus caminhos não são os seus caminhos", a ideia hoje familiar de que Deus escreve certo por linhas tortas.
Mas o caráter divino só se completaria mesmo no século 1. O primeiro século depois de seu filho, quando o Novo Testamento foi escrito. É a metamorfose mais radical do guerreiro Jeová. Encarnado na figura de Jesus, Deus apresenta uma nova solução para a humanidade. Em vez de castigar ou destruir os homens mais uma vez, decide purgar os pecados dos mortais com outro sacrifício: O Dele próprio. Morre o corpo do Deus encarnado, não o espírito divino. Este, agora mais sereno, continuou zelando por nós. E assim será. Até o fim dos tempos. E acaba assim a nossa história, certo?
Claro que não. A saga de Jeová é só um dos reflexos de uma epopeia maior: A da HUMANIDADE BUSCANDO UM SENTIDO PARA A EXISTÊNCIA. Nesse aspecto, continuamos tão perdidos quanto os antigos que não sabiam por que o trovão trovejava ou o que as estrelas faziam pregadas no céu. Ainda não sabemos por que estamos aqui. E a única certeza é que vamos continuar buscando respostas. Seja o que Deus quiser.
Fonte: The Early History of God. Mark Smith, Wm. B. Eerdmans Publishing. / Deus, uma Biografia. Jack Miles, Companhia das Letras. Artigo publicado na Super Interessante
Conclusão
A conclusão que chegamos lendo este artigo, é que Jeová o deus famoso dos judeus é um mito, e o que os autores registraram no velho testamento são invenções exageradas. Jeová continua sendo o falso deus, pois é difícil de engolir um deus imutável se comportar de uma forma no passado, e no presente manda seu filho bonzinho, pra fazer sacrifício pelas cagadas dos homens. A bíblia é o livro mais contraditório do mundo, pois contém mentiras grosseiras, é um conjunto de livros de vários autores desconhecidos, e cada qual escreveu à sua maneira. Quem produz deuses é a mente humana. O fato é: Alguém criou o homem, e todo esse sistema de vida no qual estamos inseridos. As coisas não vem do nada.
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PRA JEOVÁ SUAS DESGRAÇAS SÃO MARAVILHAS
Introdução: O que significa a palavra maravilha? Pelo dicionário significa se espantar de algo extremamente admirável, de grande reconhecimento, como dizem: Às mil maravilhavas, algo de natureza boa.
A palavra "Aleluia" não existe na língua hebraica, é uma invenção humana. No hebraico são duas palavras: Hallel e Yah. Hallel quer dizer louvai, e Yah é uma abreviação do nome Javé ou Jeová, então aleluia significa louvai a Jeová. No novo testamento os tradutores uniram as duas palavras formando Aleluia, que só se encontra no livro de Apocalipse 19. Com as falsificações colocaram aleluia onde bem quiseram.
Quando Davi declara louvai a Jeová, significa Aleluia, vejamos alguns desses Salmos de Davi: Louvai (Aleluia) a YHWH, e invocai o seu nome; fazei conhecidas as suas obras entre os povos cantai-lhe salmos; falai de todas assuas maravilhas; Sl 105:1-2. Cantai louvores a Jeová, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos; Sl 9:11. Celebrar o nome de Jeová é derramara sangue de animais. Jeová ordenou também sacrifícios de louvor que não é só cantar: Esta é a lei do sacrifício pacífico que se oferecerá a Jeová: Se o oferecer por oferta de louvores, com o sacrifício de louvores, oferecerá bolos Asmos amassados com azeite; Lv 7.
Quando Davi declara louvai a Jeová, significa Aleluia, vejamos alguns desses Salmos de Davi: Louvai (Aleluia) a YHWH, e invocai o seu nome; fazei conhecidas as suas obras entre os povos cantai-lhe salmos; falai de todas assuas maravilhas; Sl 105:1-2. Cantai louvores a Jeová, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos; Sl 9:11. Celebrar o nome de Jeová é derramara sangue de animais. Jeová ordenou também sacrifícios de louvor que não é só cantar: Esta é a lei do sacrifício pacífico que se oferecerá a Jeová: Se o oferecer por oferta de louvores, com o sacrifício de louvores, oferecerá bolos Asmos amassados com azeite; Lv 7.
Jeová anuncia as maravilhas que devem ser apregoadas a todos os povos para aumentar a sua glória: Porque eu estenderei a minha mão, e ferirei o Egito com todas as minhas maravilhas; Ex 3:20. E Jeová disse mais: Eu, porém, endurecerei o coração de faraó, e multiplicarei no meio do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas; Ex 7:3. Porque Jeová endurecia o coração de faraó? Jeová mesmo deu a resposta através de Moisés: Então Jeováfará maravilhosas as suas pragas, e as pragas de tua semente, grandes e duradouras pragas, e enfermidades más e duradouras; Dt 28:59.
Desde quando pragas e enfermidades são coisas maravilhosas?
Desde quando pragas e enfermidades são coisas maravilhosas?
Os egípcios eram amigos dos hebreus pelas bênçãos recebidas através de José, havia amizade entre o Egito e Israel, estava tudo em paz, quem criou o problema foi Jeová, pois antes de mandar as pragas, Jeová mudou o coraçãodeles, para que odiassem a Israel: Então Israel entrou no Egito, e ele multiplicou sobremodo o povo, e o fez mais poderoso que os seus inimigos. Mudou o coração deles para que atormentasse o seu povo, para que tratassem astutamente aos seus servos; Sl 105:23-25. Jeová mudou o coração dos egípcios pra que? Simples, pra fazer o inferno acontecer e mandar todas aquelas pragas terríveis ao Egito, que Jeová chama de maravilhas.
Jeová ensina a cantarem aleluia pelas suas desgraças, é isso que diz o Salmos 105. O autor de êxodo escreveu: Ó Jeová, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu "glorificado em santidade", terrível em louvores, obrando maravilhas? Ex 15:11.
Veja como Davi recitava Salmos de louvores e Aleluias ao deus Jeová, exaltando as suas desgraças e suas pragas malignas que ele considera maravilhas. O Salmos 106 é um salmo de Aleluia e Davi declara: Louvai a Jeová (aleluia), porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre. Que bondade é essa? Que benignidade é essa? Analisemos a bondade de YHWH:
Veja como Davi recitava Salmos de louvores e Aleluias ao deus Jeová, exaltando as suas desgraças e suas pragas malignas que ele considera maravilhas. O Salmos 106 é um salmo de Aleluia e Davi declara: Louvai a Jeová (aleluia), porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre. Que bondade é essa? Que benignidade é essa? Analisemos a bondade de YHWH:
- As águas cobriram os egípcios e morreram todos mundo afogados, Aleluia!
- Abriu-se a terra, e engoliu a Datã, e cobriu a gente de Abirão. A terra os engoliu vivos. Aleluia!
- Jeová levantou a mão e matou Israel no deserto. Aleluia!
- Jeová humilha a descendência entre as nações, e os espalha entre as terras, seus próprios filhos. Jeová humilha, Aleluia!
- Provocaram-me à ira com suas ações; e a peste rebentou entre eles. Aleluia! Jeová arrebenta em pestes e doenças!
- O gloria! Quantas desgraças. Aleluia! O problema não é Davi, é Jeová.
Jeová habita entre os louvores e para se fazer conhecido dentre a nações e o seu método de maravilhas é o terror; Sl 22:3 / Ex 7:5. O velho testamento é recheado de desgraças vinda do deus Jeová, analisemos mais algumas; Jeová disse: Porque eu estenderei a minha mão, e ferirei ao Egito com todas as minhas maravilhas que farei no meio dele; depois vos deixará ir; Ex 3:20.
Jeová endureceu o coração de Faraó, justamente para derramar suas maravilhosas pragas. Mais uma prova pra não ficar dúvida que maravilhas pra Jeová são desgraças: E, aos nossos olhos, Jeová fez sinais e maravilhasgrandes e "penosas" contra o Egito, contra Faraó e contra toda a sua casa; Dt 6:22.
Jeová endureceu o coração de Faraó, justamente para derramar suas maravilhosas pragas. Mais uma prova pra não ficar dúvida que maravilhas pra Jeová são desgraças: E, aos nossos olhos, Jeová fez sinais e maravilhasgrandes e "penosas" contra o Egito, contra Faraó e contra toda a sua casa; Dt 6:22.
Resumo
Os autores do velho testamento achavam que maravilhas eram pragas, matanças e desgraças alheias. Criaram um deus a sua maneira e lhe atribuíram todas atrocidades possíveis, e ainda cantam aleluias. Uma musica funibre e perversa de se cantar, aleluia!
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Introdução: Recentemente um estudioso americano chamado Steve Wells , postou em seu blog a quantidade de pessoas que foram mort...
Introdução: Recentemente um estudioso americano chamado Steve Wells , postou em seu blog a quantidade de pessoas que foram mort...
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