Nossa Senhora no livro “Ignácio de Antioquia” -
Acabei de ler um livro incrível, perfeito para quem curte os romances que se passam na época de Jesus. Trata-se de “Ignácio de Antioquia – Episódios Históricos do Cristianismo Primitivo”, do espírito Theophorus e psicografado por Geraldo Lemos Neto, Editora Vinha de Luz. Em diversos capítulos Maria de Nazaré aparece, trazendo importantes esclarecimentos sobre sua vida após a crucificação do Cristo. Confira alguns trechos.
Capítulo XXIV – Mérito – Ano 48:
“Meus filhos, eis nossa mãe querida! Eis Maria de Nazareth, abnegada mãezinha de nosso Senhor Jesus Cristo!”
Instintivamente, como se agissem num só movimento de sintonia, com reverência e respeito profundos, Ignácio, Tito, Trófimo e Tíquico ajoelharam-se comovidos diante de Maria, osculando-lhe as mãos generosas.
Dir-se-ia que os súditos do reino dos céus prostravam-se humildes diante da majestade de uma de suas mais luminosas estrelas.
“Ora, ora, meus jovens queridos! Mas o que é isso? Levantem-se para abraçar esta humilde serva do Senhor, que os receberá doravante como filhos queridos do coração!”
A generosidade espontânea da digníssima matrona colocou todos mais à vontade.
Ignácio, contudo, tendo em vista o seu temperamento apaixonado e eloquente, emocionado até às lágrimas, curvou-se uma vez mais para oscular os pés daquele anjo celestial feito mulher na superfície do mundo.
Capítulo XXXI - Esclarecimento
Ali mesmo, em sua casa humilde e simples, a venerável Senhora recebia com extremos de bondade os peregrinos de todas as partes, notadamente os doentes, os tristes e os solitários de toda ordem, impondo-lhes suas mãos dadivosas e abençoando-lhes a existência em nome de seu filho Jesus. Inúmeras curas ali se processavam na surdina, porque a generosa matrona pedia aos seus assistidos que guardassem silencia sobre o ocorrido, exemplificando, por sua vez, comovente humildade.
Capítulo IX – Ressurreição
A grande alegria da volta de Jesus misturava-se à reprimenda e à dúvida de muitos:
“Mas como? O Senhor voltou da casa da morte para se mostrar a uma mulher reconhecidamente de má vida? Como pode ser isso? Como aceitar semelhante acontecimento sem reservas? Por que razão misteriosa Jesus escolheu Maria de Magdala para dar a notícia da ressurreição? Poderia a Boa Nova da vida eterna vir ao mundo pela boca de uma prostituta?”
Os ânimos se exaltavam.
Em breve, novos acontecimentos incendiaram os corações:
“Onde estaria o corpo de Jesus? Que teria sido feito dos despojos sagrados do Cristo?”
Em casa de Maria Marcos, a contenda também se instalara. Diversos amigos e seguidores do Nazareno ali acorriam em busca de notícias novas, sabedores de que Maria de Nazareth lá estava.
A serena Senhora atendia a todos com bondade e paciência.
No íntimo, rejubilava-se com a notícia de Maria de Magdala, compreendendo-lhe o sublime alcance. Nenhuma sombra de dúvida lhe enevoou o pensamento lúcido.
Seu coração não se enganava.
Seu filho adorado, Jesus, o Cristo de Deus, voltara da morte para o testemunho supremo da vida eterna.
A morte foi vencida para sempre na face da Terra.
Tinha grande alegria no coração ao sentir a verdade nas palavras de Madalena.
Sabia que aquela aparição de Jesus converter-se-ia em grande ensinamento para todos quantos se lhe aproximassem da mensagem de verdade e vida.
Madalena representaria para o mundo a quebra de todas as aparências e de todos os enganos.
As exterioridades do mundo dariam lugar às realidades do espírito.
A outrora pecadora perante os olhos do mundo converter-se-ia na mensageira da redenção.
Todos eram convocados à renovação espiritual com o Cristo, não importando jamais os erros e as culpas de enganos passados.
Maria meditava a grandeza da mensagem de seu Filho, que retornava do Além para a alegria de todos.
Enfim, compreendera que a mensagem do Evangelho era a grande notícia da vitória espiritual do homem sobre si mesmo, pela redenção final do espírito, em alegria, amor e luz!
Tudo isso entendera o coração magnânimo de Maria.