quarta-feira, 3 de maio de 2017

PORTAL - GNA - 8900 - DEDICADO A TODOS OS MENINOS DO MUNDO - LUZES DA VERDADE - DO CÉU A TERRA - GIORGIO BONGIOVANNI - POSTAGEM ESOTÉRICA - GNA

DO CÉU À TERRA.
2017.

OS FILHOS DA GALILEIA DOS GENTIS.


ESCREVI EM 30 DE ABRIL DE 2017:


CRESCEM E ADQUIREM CONSCIÊNCIA OS JOVENS QUE DESPERTARAM PARA A VERDADE. SIM, RENASCERAM HOJE, NESTE TEMPO, OS ANTIGOS AMIGOS DE CRISTO NA GALILEA DOS GENTIS. A TERRA LATINA BENTA POR DEUS.
SÃO ELES OS CHAMADOS QUE SE CONVERTERÃO EM ESCOLHIDOS E HERDEIROS DO REINO DE DEUS NA TERRA.
PATRÍCIO É UM DELES!
LEIAM, MEDITEM E DEDUZAM.
EM FÉ
G. B.

Palermo – Itália, 30 de Abril de 2017.

A LENDA DE UM MENINO – O RESSURGIMENTO
(Patrício Alod)

Uma sombra, minha vida é somente uma sombra.

Tudo o que vejo é nada, e um nada é minha vida, e eu sou nada.

A morte é o aroma de minhas noites, porque aqui não passam os dias, porque não existe o dia.

A fumaça de meus pulmões e o sangue de minhas veias são o veneno que me alimentam quando não há nada que comer e nunca há nada para comer.

Minha pele é de pó e de lixo, e a roupa que me cobre são refugos.

O som de minha vida é o silêncio, e minha vida é um silêncio e é nada. Eu sou nada. Sou um esquecimento.

O sol não sai onde eu estou, porque não há sol, só escuridão. E a eterna noite me acompanha e as estrelas não brilham, porque não há estrelas, só noite.

E o ar não é ar, é veneno, é a fumaça que traz a morte, a fumaça que pausa, que me asfixia, mas eu não morro.

Nada pode me tocar e eu não posso morrer, porque não pode morrer o que já está morto.

E o tempo não passa onde eu estou, porque não há tempo, não há princípio e não há fim, só existe o eterno hoje, que é somente sofrimento.

E sou invisível, embora todos possam me ver, não existo para ninguém embora todos me conhecem.

Tenho muitas lembranças porque sempre estive, sempre estou. Vou e venho, uma e outra vez.

Uma vez, há muito tempo, fui um menino armênio. Recordo a noite em que os soldados chegaram e junto a minha família nos levaram a um lugar muito longe de casa. Fomos abandonados em um deserto, com outras famílias, sem água e sem comida. Diziam que o problema era a guerra, que estávamos no lugar errado e no momento errado, mas meus papais o chamavam genocídio. Enquanto os dias passavam vi morrer muitos como eu. Os primeiros em ir-se foram meus irmãos. Ao final não pude mais e fui eu também.

Outra vez nasci em Uganda, lembro-me que fui um menino soldado. Recordo ainda mais as lágrimas na face de minha mãe quando vieram me buscar. Me bateram sem cessar, me fizeram passar frio e fome, disseram que isso me faria mais forte. Depois me deram uma arma e me ensinaram a utilizá-la. Diziam que tinha que matar para sobreviver. Nunca entendi porque todos brigavam por essas pedrinhas que chamavam diamante. Um dia enquanto fazia guarda nos atacaram, não me lembro o que aconteceu depois.

Uma vez, fui palestino. Recordo o dia dos protestos. Na televisão se podia ver a agitação e os enfrentamentos nas ruas, o chamavam a segunda intifada. Nesse dia fomos com papai a um leilão de automóveis. No caminho ficamos encerrados em um tiroteio. Nos escondemos detrás de um tubo de concreto mas uns soldados de uma esquina continuavam disparando contra nós. Recordo a papai gritando e pedindo que parassem. Como pôde, tratou de me proteger das balas, mas nem o tubo de concreto nem o corpo de papai foram suficientes. As primeiras balas me atingiram, e em seguida o papai.

A última vez, não faz muito, estive na Síria. Recordo o som das explosões que se escutava longe, o resplendor que iluminava o escuro horizonte da noite, o meu povoado sendo atacado e todas suas casas destruídas. Recordo aquele dia que viajávamos em um coletivo para a cidade de Alepo, fugíamos da guerra que nos perseguia. Paramos alguns minutos em um cruzamento antes de entrar em uma zona segura quando uma caminhonete que transportava ajuda alimentar se deteve junto a nós. Recordo a explosão, o fogo e os gritos. Nesse dia 68 como eu morremos.

Eu sei tudo o que terá que se saber deste mundo porque existo desde que o homem é homem, vivi as guerras, a violência, a escravidão e todos as torturas desta humanidade. Acusação com o peso dos enganos de outros e com a culpa de ter nascido menino em um mundo de adultos.

Meus olhos cansados gritam de dor, contam minha história para os que a querem escutar e embora tentem me calar, minha voz ressoa na memória de muitos que sem ser meninos, são como eu, esses que não me esqueceram e que ainda me levam em seu interior, que andam pelo mundo me buscando, me defendendo, me dando de comer e curando minhas feridas.

E apesar de que morra hoje, amanhã renascerei, porque não sou somente uma sombra, sou um menino cheio de vida, de amor. E embora 16.000 como eu se vão a cada dia deste mundo por culpa do homem, de seu ódio, sua indiferença e sua sede de sangue, muitos mais escolhemos retornar porque amamos, porque somos amor feito carne e não podemos ser outra coisa mais que amor. Voltamos porque este mundo necessita de nós, porque somos a luz nas trevas, somos a vida que renasce uma e outra vez como a fênix imortal.

Talvez algum dia não muito longínquo nossa história deixe de ser um conto de terror e seja um relato fantástico onde todos os meninos do mundo possam ser simplesmente felizes… sim somente isso, felizes. Pode parecer pouco, mas na realidade é tudo. Um pouco tão simples e maravilhoso para um mundo de meninos, mas extremamente complicado para este mundo de adultos.

Dedicado a todos os meninos do mundo.

Patrício Alod.

Em 28 de Abril de 2017.


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