quinta-feira, 14 de julho de 2016

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APOCALIPSE - A VOZ DE BETHÂNIA - REVELAÇÃO A JACOB LORBER




1 A Voz de Betânia Outubro de 2015 Ano XXII – N.º 22 “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.” (Actos 2:44) Neste número: - O Apocalipse - “Recados do Pai” - Jesus explica quadros da Revelação de João - A Minha Opinião - Lugar à Poesia O APOCALIPSE O Apocalipse (Revelação) do apóstolo João deve ser o mais controverso livro da Bíblia e aquele com maior número de interpretações. Não vamos aventar mais uma, mas proporcionar-vos a possibilidade de analisar esta revelação de Deus, segundo a Sua própria interpretação; não uma interpretação mundana, mas proveniente do Espírito Santo; portanto, uma interpretação do Céu. O Senhor não analisa ponto por ponto, ou verso a verso, mas apresenta uma panorâmica dos acontecimentos através da análise dos principais quadros proféticos. Esta interpretação da Escritura, feita pelo Senhor, segue as Suas próprias orientações que em determinada altura transmitiu a alguém que O interpelou sobre a forma de entender a Escritura. Diz o Senhor: “Porque já antes da prisão babilónica havíeis perdido a antiga ciência da interpretação espiritual das coisas; esta ciência só é dada às pessoas que jamais vacilam na sua fé e confiança em Deus Único e Verdadeiro, amando-O acima de tudo e ao próximo como a si mesmo. A referida ciência é a escrita e a fala da alma, e do espírito dentro da alma. Quem tiver perdido esta linguagem não entende a Escritura, e a sua 2 linguagem lhe parece tolice, no seu conhecimento mundano; pois as relações de vida do espírito e alma são mui diversas do corpo. (…) De sorte que a acção e fala do espírito só podem ser entendidas por intermédio da antiga ciência da interpretação. Quem tiver perdido esta ciência por culpa própria ter-se-á excluído do convívio dos espíritos de todas as regiões e Céus, não mais compreendendo o sentido espiritual da Escritura. Lê as palavras pela pronúncia da letra morta, sem perceber que a simples letra é morta e não pode vivificar; pois somente o sentido oculto, tudo vivifica, sendo a própria vida. Por isso, tratai antes de tudo de renascerdes em espírito, de contrário não escapareis de milhares de perigos que vos ameaçam tragar.” [1] No “Recado do Pai” deste boletim, é dito pelo Senhor: “Nada há de mais concreto que o espírito e todos vós procurais a matéria.” Infelizmente, assim é. Mesmo na leitura devocional da Escritura, cada um de nós procura interpretá-la da melhor forma, mas quase sempre somente segundo o sentido do texto (ou da letra) e não consegue vislumbrar o manancial escondido detrás de cada palavra enigmática ou de cada símbolo profético. O apóstolo Paulo confirma isto, quando diz: ”O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento (ou pacto), não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, e o espírito vivifica.” [2] O Senhor Jesus, quando transmitiu esta interpretação do Apocalipse ao profeta Lorber, informou que grande parte dos acontecimentos proféticos já haviam acontecido; não podemos esquecer que estávamos em meados do século dezanove. Por esta razão ficamos entristecidos, pois ao invés de a Humanidade se voltar para Deus alertada pelos Seus muitos avisos, continua na senda do mal e do afastamento do seu Criador. Eis a razão porque, a certo passo, o Senhor diz: “Uns serão desolados, outros aguardarão o fim cheios de fé e também a vitória da causa com resignação. A maior parte da Revelação já passou, como cruz de evolução. Resta apenas o pior.” Desde a época da revelação transmitida a Lorber, não decorreram mais de cem anos, para que surgissem duas guerras mundiais que dizimaram milhões de pessoas, causaram estragos materiais incalculáveis e deixaram feridas morais que ainda perduram sem cicatrizar. Além destas confrontações entre os povos, acresce que o homem colocou o seu saber científico ao serviço do mal, permitindo o resultado que daí adviria: a deflagração de duas 3 bombas atómicas que mataram milhares de pessoas e deixaram marcas nos corpos e almas até aos dias de hoje. Desde essa data, e até aos nossos dias, o homem continua a arrastar-se na sua penúria. A par de um desenvolvimento científico enorme, a humanidade se envolve cada vez mais na luta pelos bens materiais, enterrando-se no lodaçal do pecado. Este é o tempo que se enquadra nas palavras da Escritura: “Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.” [3] Estes são realmente dias maus, mas ao mesmo tempo são dias de redenção, pois o número dos escolhidos de Deus está aumentando e por causa deles o tempo será abreviado, como disse Jesus: “Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco há-de haver. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.” [4] Que cada um de nós possa viver uma existência nova a cada dia, na comunhão com o Pai e olhando sempre ao nosso redor, buscando aquele que possa necessitar da nossa ajuda ou de uma palavra amiga; desta forma seremos edificados espiritualmente, pondo em prática a Doutrina de Jesus. Aprendamos também a ‘ler’ os sinais ao nosso redor, tornando-nos sábios para a Vida Eterna, como diz o Senhor: “A Revelação (Apocalipse) de João é um quadro moral de todas as épocas, desde a Minha Ascensão até à Minha Volta à vossa Terra.” E ainda: “Só se dá valor à luz quando se entra nas trevas.” Fraternalmente em Cristo Jesus Pr. Egídio Silva [1] O Grande Evangelho de João – IX – 93:1-8 [2] II Coríntios 3:6 [3] Romanos 3:10-12 [4] Mateus 24:21-22. *** 4 RECADOS DO PAI “Todos olham para o Universo com espanto e vislumbram a Terra como obra magnífica, mas na verdade vos digo que o mais difícil, o mais espantoso e maravilhoso é o pensamento que reside em cada um, a cada segundo. O seu poder e amplitude não têm limites. A sua beleza e complexidade variam do mais básico ao mais elaborado. Eu sou pensamento, Eu sou Espírito e no Espírito voa a Minha força e o Meu poder e nele reside a Minha presença espiritual. Nada há de mais concreto que o espírito e todos vós procurais a matéria. O Espírito, tudo pode, tudo dá e tudo tira; abençoa e regenera; corrige e pune; mas o Espírito, tudo perdoa porque a Misericórdia do seu Amor é infinita e eterna. Em espírito Eu me faço presente, aqui, ali e além. Em todos vós, no mesmo segundo, o Meu Espírito se revela e vos protege. Quando um ciclo se fecha, repensa-se num novo, fortalecido e revigorado; mais pleno e por vezes mais ponderado. Um ciclo se fechou, um novo se abriu. As comportas da barragem estão prestes a abrir, porque o tempo urge e a Terra precisa da Minha água. Sem água não se alimentam as sementes e sem alimento elas não crescem. Reflectindo o orvalho da madrugada no Meu novo Sol, surge um pacto renovado que em arco reflecte o Meu poder e protecção. Vamos nascer de novo para um plano dos céus. Eu vos ressuscito em Mim para um novo ciclo. Tudo vai começar de novo. A prioridade são as pessoas, o Meu exército. O caminho é a caridade e a salvação. O objectivo é alcançar a vida eterna, salvando almas. Só se dá valor à luz quando se entra nas trevas. O mundo está em trevas e Eu sou a luz do mundo. Preparai os vossos corações e em tudo o resto, na Minha paz, esperai. Eu em vós resido. Amém.” *** JESUS EXPLICA QUADROS SIMBÓLICOS 5 - Apocalipse - (Os quadros simbólicos deste livro, revelados ao profeta Jakob Lorber) A Revelação de João é um quadro moral de todas as épocas, desde a Minha Ascensão até à Minha Volta à vossa Terra. Esta Revelação já foi por muitos explicada, analisada e desmembrada; no entanto, ninguém até hoje encontrou a chave para poder abrir o livro dessas palavras santas, nem julgar os acontecimentos e as épocas que tinham que surgir após a Minha Passagem, enquanto o homem era um ser livre e dono de suas atitudes. Agora que estamos quase no fim de todas as profecias e a maior parte já passou, vou explicar, passo a passo, esta Revelação. Então podereis vós mesmos julgar o quanto todos estavam distantes do verdadeiro sentido, porquanto queriam descobrir pela letra o que só podia ser explicado pela interpretação. Enquanto o homem não entender o sentido espiritual da palavra, é inútil querer entender as Minhas palavras no seu objetivo intrínseco. Até mesmo a grande quantidade de novas revelações que tendes recebido disso dão prova. Quanto mais elas são lidas, tanto mais se apresentam espirituais e muitas vezes até diferentes, tornando o sentido mais claro. Deveis partir do princípio que Eu – como Espírito Supremo – só posso pensar e falar espiritualmente; e, além disso, era obrigado a enquadrar pensamentos e ideias ao vosso espírito humano, em quadros receptivos. Por isto, ainda nestas palavras, conforme agora as ledes, ainda não descobristes a última interpretação. Foi este o motivo que Me levou a adaptar as Minhas ideias à receptividade de João. Se Eu tivesse falado de outra maneira, ele não Me teria entendido, ou teria interpretado erroneamente as Minhas palavras, ou ainda, não teria coragem de anotá-las, com medo de ser vítima de um embuste. Deste modo, descobris nesta Revelação apenas quadros simbólicos. Por exemplo: A Ira de Deus (Ap 6:16-17), as pragas (Ap 22:18) e outras tantas coisas que eram muito usadas na época dos profetas não devem ser interpretadas literalmente. Eu – Deus de Amor – não posso manifestar ira, ódio e vingança; muito embora, como Deus, poderia, por uma súbita destruição ou por uma obrigação moral, colocar tudo na sua devida ordem. 6 Porventura deveria alterar-Me e aborrecer-Me por factos que Eu Mesmo assim criei? Deveria talvez pronunciar uma maldição sobre criaturas que tinham que cair no erro, a fim de que pudessem reconhecer as grandes virtudes e o seu valor através do contraste? Como apreciar a luz, se não houvesse sombra ou treva? Como sentir a força benéfica do calor, se não existisse o frio? Como entender a tão elevada virtude, a moral, caso não existissem os contrastes? Como entender as ideias de um progresso espiritual, se não soubésseis o caminho que leva para os erros? Daí se deduz que em todas as Escrituras do Velho e Novo Testamento existem coisas que não devem ser interpretadas literalmente, muito embora contenham por toda a eternidade a grande semente do espírito. Por este motivo, os espíritos mais elevados, inclusive os arcanjos, hão-de encontrar cada vez maiores revelações, à medida que evoluem e aumentam a sua compreensão espiritual. Assim, todas as Minhas Palavras são um tesouro espiritual que jamais pode ser esgotado, porquanto sou um Espírito Infinito e só posso pensar infinitamente e falar de acordo com a Minha índole. Começaremos então com os capítulos: Os primeiros capítulos tratam, após a Minha partida, das sete comunidades (igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia – Ap 1 a 3) que serviam como melhores bases para conter a minha religião ou a explicação do culto religioso judaico. Deveriam demostrar como se deve passar, aos poucos, do externo e cerimonioso para o entendimento espiritual, a fim de devolver as verdades básicas dentro da religião judaica. Essas comunidades que consistem apenas de pessoas escolhidas, eram principiantes, portanto sujeitas a erros e interpretações erróneas das Minhas Palavras. Eis o porquê do simbolismo. Os membros das comunidades deveriam manter-se ao lado dos seus pastores que, como estrelas (anjos/mensageiros) ou luzes, haviam de lhes mostrar os caminhos a seguir. Deste modo, as próprias comunidades, em união com os seus orientadores, também se tornariam orientadores espirituais para aqueles que ainda estavam nas trevas. Nos capítulos seguintes seguem as advertências, como todos conhecem. Surgiam falsos profetas, divulgadores zelosos e muitos erros do coração humano, porquanto o entendimento do Meu Verbo é interpretado diferentemente, por pessoas diferentes. Além do mais, essas comunidades não estavam todas nas mesmas condições entre si, mesmo com aqueles que eram obrigadas a conviver. Encontrareis as mais diversas condições de vida, por exemplo: o seguimento fervoroso de uma religião, assim como a 7 queda da mesma; o mal-entendido; o vai-vem entre a condição espiritual e a humana. Repete-se o mesmo convosco que também formais uma comunidade, sabendo que também deveis considerar o frio e o quente, tanto quanto ele foi compreendido há mil anos atrás. Haverá discussão à medida que pretendeis seguir a Minha Doutrina, porquanto as vossas atitudes estão em contraste com o mundo externo. O número sete é importante como símbolo espiritual, e tenho que chamar a atenção aos ímpares. Analisando o sete e o três, percebereis que podem ser separados, três à direita, três à esquerda e um no centro. No sentido espiritual só existe harmonia pela presença de um ponto central, em torno do qual tudo se movimenta, depende e se apoia. Considerando as Minhas Sete Virtudes, encontrareis a Ordem no centro; sem a Ordem nada pode substituir, sendo o tronco básico da Criação. Muito embora ela tenha surgido do Amor, Sabedoria e Vontade, a Ordem tem que ser o fundamento do Rigor, Paciência e Misericórdia. Tomando as três primeiras virtudes: Amor, Sabedoria e Vontade, a Sabedoria é a base das demais. Analisando as três últimas, a Paciência é o factor principal entre sete dons, igualmente interpretações materiais dos Meus atributos. O seguinte capítulo apresenta o Senhor e Criador dos Céus sentado num trono, rodeado de patriarcas e anciãos ornamentados com coroas de ouro (Ap 4). Tive de usar a inteligência de João para Me tornar compreensível. O número vinte e quatro – os anciãos - era mantido pelos sacerdotes, em que o vigésimo quinto (o sumo-pontífice) completava o conselho. Quanto aos quatro animais e o mar de vidro, nada mais são do que atributos corporativos do Meu Próprio Eu: o leão, como força ou omnipotência; o bezerro, o quadro da meiguice; o homem como potência espiritual; a águia como regente do éter universal. Estes animais foram ornamentados com muitos olhos e asas que representam nada mais que o domínio geral sobre a Terra e Céus. O mar de vidro representa a omnisciência, pois diante dos Olhos de Deus tudo se torna transparente e, com a velocidade de uma águia, os Seus olhos percorrem todo o Universo. Com a força de um leão ele rege tudo. Com a meiguice de um bezerro ele apaga todas as situações negativas, e com o espírito apresentado por um homem – a Sua própria imagem sublimada e espiritualizada – ele enobrece e espiritualiza tudo, a fim de que a matéria volte de onde partiu. A História da Humanidade é a volta daquilo que Ele projectou, e Ele está esperando esta volta que tem que se tornar consciente. 8 Depois que todas as forças da Criação, conscientes ou inconscientes, se curvavam diante do Todo-Poderoso, também os patriarcas caiam de joelhos, a fim de trazer ao Criador o devido louvor que Ele merece, pois eles representam o grande mundo espiritual no Além. Assim, João teve a imagem da majestade de um Deus, antes que ele fosse capaz de entender quem era Aquele que Ele mesmo fez descer à Terra, a fim de salvar os homens da sua perda total e da sua dignidade espiritual. Eis o princípio do grande processo da purificação, iniciada espiritualmente nesta Terra, a fim de que a Doutrina mais pura fosse fundada e merecedora de que o Senhor, como filho do homem, através do Seu máximo aviltamento, transmitisse aos habitantes do mundo a máxima dignidade humana. Os próximos capítulos falam do que acontece no decorrer dos tempos e o resultado de tudo. O Divino foi primeiro elevado pelos homens e depois aviltado, mas no fim há uma vitória espiritual sobre a matéria e um reino efetivo de paz e de serenidade. No próximo capítulo é mostrado a João um livro escrito por dentro e por fora e lacrado com sete selos (Ap 5). Representa ele a Minha Única Doutrina verdadeira que transmiti aos homens em dois mandamentos de fácil compreensão. A Revelação pelo Filho do homem, como cordeiro, quadro simbólico da inocência e submissão, quer dizer, a abertura deste livro através dos Meus sete espíritos, de sorte que todos os homens da Terra e inclusive de todo o Universo deveriam sabê-lo. O primeiro selo representa o quadro de um cavalo branco que surge como Meu Amor total, criado por todas as outras virtudes e com o arco, a fim de ferir os corações mais endurecidos, dissolvendo tudo no final pelo amor (Ap 6:1-2). O mundo foi criado por amor. Por amor desci à Terra. E por amor devo constituir a pedra fundamental que é indispensável, quando dois extremos se defrontam. O segundo selo representa um cavalo vermelho, símbolo da Sabedoria ou, humanamente falando, do intelecto, da força racional que tudo pretende criticar. Ela há-de comparar a Doutrina Divina com o ser material, e com isto surgirão as diferenciações. Não haverá paz, mas contendas provando as paixões humanas, que entram em conflito com o homem espiritual, do qual então surgem fanatismos de ambos os lados, guerras religiosas no exterior e lutas no íntimo de cada um, como consequência indispensável quando dois extremos se defrontam (Ap 6:3-4). O terceiro selo representa um cavalo negro com uma balança na mão. Era a vontade segura e justa que pretendia seguir a sua finalidade através dos maiores impedimentos. A Vontade também corresponde à Justiça que pesa os actos quando os bons se pagam por si mesmos e os maus 9 se castigam. A Justiça deveria existir em toda a parte, tanto em questão de fé, como na vida social. Eu, como Cristo, ensinei os homens a entenderem melhor a Doutrina. Ensina-lhes o amor e a sabedoria, a tolerância ou a justiça com todos, de sorte que estes três selos são a chave de como a Minha Doutrina há-de se espalhar, se ela pretende enobrecer o género humano (Ap 6:5-6). O quarto selo mostra um cavalo pardo, de cor indefinida, nem frio nem quente, ou, como se pode dizer, a morte. Porquanto a morte não determina o cessar de tudo e sim apenas a transformação através da Minha Doutrina, subindo ou descendo. Subindo, para a espiritualização maior, pela sua aceitação; descendo, para o animalismo de todas as qualidades nobres que Eu havia depositado, como Criador, no coração humano. Esse selo corresponde também à ordem e ao desenrolar de tudo que foi criado (Ap 6:7-8). Surge daí a explicação do quinto selo, onde as oferendas demostram como o homem, por amor à Doutrina, se desfaz de todas as paixões. Também aponta a vitória de cada um que oferece a sua natureza e o seu corpo ao sacrifício. Deste modo, assim como a balança era a Justiça, agora é a recompensa e as maiores alegrias pertencentes àqueles que, em sua luta tremenda, não deixam de manter a Bandeira de Deus e da Sua Doutrina (Ap 6:9-11). O sexto selo aponta uma revolução total em todo o orbe; quer dizer, a tendência para a Doutrina espiritual há-de transformar todas as condições sociais. O ímpeto de atingi-la fará com que os oponentes também se apressem. Surgirão guerras e destruição no íntimo e externamente. Os potentados hão-de atacar os povos fracos, e os pobres hão-de guerrear os fortes quando se virem muito prejudicados nos seus direitos. Deste modo, a religião do Amor, da Paz e da Concórdia só despertará o contrário, e estas forças hão-de guerrear-se, até que o espírito venha a vencer. Portanto, este selo corresponde à Paciência, ou seja, toda e qualquer coisa contrária à Verdade é fútil. Quando Deus pretende fazer valer os Seus direitos Divinos, até mesmo as pedras têm que ceder, pois o Seu Reino é a Justiça, é a Glória em Eternidade (Ap 6:12-17). Os que foram marcados na testa (144 mil selados) superaram as suas fraquezas e receberam as bem-aventuranças das quais Eu dissera: Quem crer em Minha Palavra e agir de acordo, há-de saborear bemaventuranças das quais ninguém jamais viu, nem ouviu. Tais bem-aventuranças são comparáveis a uma veste branca, correspondente à inocência. Os marcados hão-de receber o prémio por todo o sofrimento que passaram por Minha causa e pela Minha Doutrina. O quadro se desenrolará automaticamente, pois partindo da primeira palavra 10 de amor, até às guerras de religião, perseguição e fanatismo religioso, representa toda a história da Minha Doutrina, em várias épocas (Ap 7). A revelação do sétimo selo ou o fim deste processo de evolução, onde, não obstante todas as pragas e terrores, somente a Misericórdia aplaca a Sua Obra, é representada pelas trombetas e as pragas, como meio de purificação para reconduzir os homens para melhor. Os clamores das trombetas (Ap 8 a 11) são a interpretação das modificações morais e espirituais que se passam na alma humana quando a espada de dois gumes começa a agir através da dúvida, e a suspeita tange a incredulidade como um açoite. Deste modo, a oferenda do altar do amor se torna uma praga para a humanidade egoísta. Como tudo resseca, o próprio homem trancou o seu coração a todas as condições de nobreza, não querendo saber de religião alguma em que existisse um sacrifício e que pretendesse pôr um fim às suas paixões terrenas. Assim como o fogo tudo destrói, as paixões egoístas destroem todo o bem. Perseguições tomaram o lugar da tolerância em questões de fé. Procurou-se apagar com sangue o que era apenas possível através de uma natureza espiritual. Isto já se dava na época dos romanos, quando práticas de religiosos fanáticos inventavam toda a espécie de castigos, aos quais finalmente impunham uma elevação espiritual. O que ocorreu em particular, posteriormente se estendeu sobre todas as massas. À medida que os fiéis cresciam, tanto maiores eram as perseguições. Quanto maior o zelo pela Doutrina pura, tanto maiores os sacrifícios das mortes de mártires. Deste modo surgiram, após a queda do reino Romano, dois bispos num trono, um em Bizâncio outro em Roma, nunca unidos. Ambos aproveitavam a desarmonia em seu próprio benefício. Assim como antigamente havia perseguição dos cristãos entre os pagãos, agora os papas perseguiam os homens que não acreditavam naquilo que eles achavam justo, ou que lhes convinha naquele momento. A partir do tempo da divisão do reino Romano, quando do bispo se formou um papa em Roma, surgiram as guerras de religião, as discussões e concílios, as perseguições através de inquisições eclesiásticas, o domínio dos reis através dos papas, e finalmente as cruzadas. Posteriormente, os esforços da Reforma e as suas consequências sanguíneas, bem como a mescla das raças humanas, o desenvolvimento de várias moléstias, como a peste. Tudo isto é representado através do som das trombetas. E também o quadro espiritual da “luta da mulher com o dragão” (Ap 12) representa a luta das paixões humanas e dos interesses humanos com o progresso espiritual da Doutrina de Amor. Finalmente, as dores do 11 parto, a fim de levar a Obra iniciada ao seu dom, como também a discórdia tenaz, que mal instigava todos aqueles que se dirigiam para o espírito. Todos estes quadros vistos por João nada mais representam senão a reacção violenta que a Minha Doutrina tinha que despertar, e, além disto, o progresso natural entre o bem e o mal, onde finalmente o bem há-de vencer. Não deve haver choque com as formas dos quadros. Eram de acordo com a época e com a maneira de escrever. Não era possível influenciar a humanidade por muitos séculos de uma maneira diferente, pois ela não conhecia o amor, mas somente cedia ao medo. Se Eu tivesse ditado o processo total da evolução até ao dia de hoje numa linguagem comum a vós, como Deus de Amor, as palavras ter-se-iam perdido e ninguém se incomodaria com o sentido espiritual. Os escorpiões, os dragões com sete cabeças, os dez cornos e as coroas douradas significam a interpretação diversa da Minha Doutrina, porquanto às vezes se obrigava os homens, por meio do poderio humano, a aceitar certos dogmas e cerimónias, dos quais nasceram muitas seitas religiosas. Existe a demonstração da história do domínio da Igreja e os recursos usados para atingi-lo. Muitas criaturas tombaram, vítimas do fanatismo da Igreja Romana e da sua Inquisição. A descrição posterior traduz a desistência temporária de uma tendência religiosa, e aparentemente a matéria leva a melhor, sendo que o ouro e prata são mais procurados do que o tesouro espiritual. Tudo isto pode ser lido nos próximos capítulos: A ascensão vitoriosa do mal sob o manto do culto religioso, bem como as descobertas das ciências, trazendo a queda do primeiro factor, mas também a queda de toda religiosidade e o ingresso no materialismo. Prenuncia-se nestes quadros, portanto, a queda da Igreja Romana, não como se Eu a tivesse condenado; mas ela mesma provocou a sua queda, colhendo o seu prémio de acordo com as suas obras. Os profetas assassinados apontam o martírio dos tempos passados, em que muitos homens apaixonados pela causa espiritual tinham que subir o cadafalso ou fogueira. Não se passava um século em que Eu não preparasse pessoas que profetizavam, a fim de que a humanidade não caísse num sono espiritual total. As taças da ira e os seus efeitos diversos representam as moléstias e guerras provocadas pela humanidade através da sua vida artificial e que às vezes também provocava terrores propositados (Ap 15). Ainda hoje podeis perceber como os efeitos do egoísmo, do materialismo, das paixões desenfreadas na sua totalidade, bem como no indivíduo, despertaram o seguinte: desastres no mar e na terra provocados pelos elementos telúricos; a má conduta da economia dos homens, prejudicando o solo; os suicídios e 12 os assassínios de todas as formas, como resultado da falta de um sentimento religioso, da fé num outro mundo. Juntai isto tudo, usai a linguagem simbólica do Oriente, como fez o Meu discípulo João, e facilmente podereis ajuntar outras tantas taças da ira, para poderdes relatar os estados actuais. Deste modo, a Minha Doutrina passou por todas as fases que uma alma humana é capaz de sentir, partindo da Piedade mais pura à mais crassa falta de fé e à perda de tudo o que lhe foi dado. Passou pela aceitação rigorosa do Meu mandamento, à interpretação pedante das Minhas palavras, chegando ao total desleixo por milhares de vozes ditas pela Natureza, visíveis e invisíveis. Eis o quadro espiritual daquela descrição. Foi dada em forma de chamadas de advertência, cuja nãoaceitação pedia o castigo. As taças da ira, símbolo de que a falta de moralidade e o desrespeito psíquico se castigam a si próprios. Eis os Meus sete predicados que instigam para a melhoria, muito embora a natureza livre do homem se oponha, provocando apagar as Minhas Palavras da humanidade, e a situação pior ainda consegue a melhoria de tudo. A luta constante do dragão com o Céu; a perseguição da mulher com o seu filhinho; Cristo, como defensor da paz; tudo isso está diante dos vossos olhos. Haveis de compreender que neste vai-vem constante tem de surgir uma decisão que defina claramente quem é o vencedor e quem é o vencido. Estais marchando para esta época. Ela se apresenta sob o símbolo do Reino dos Mil Anos, como vida da paz espiritual, daqueles que trazem o sinal de Deus em vez do animal (Ap 20:1- 10). Antes da Minha encarnação, já havia uma luta espiritual entre o espírito e a matéria, em formas suaves. Mas depois da Minha partida, este processo tinha que ser levado ao ponto final, de sorte que agora, depois da luta de mais de mil anos, tem que aparecer uma época de paz. Os homens voltarão a ser homens como Eu os criei e quis, se pretendem ser Meus filhos. Esta será a época do julgamento, em que o espírito vencerá a matéria. O homem, como cidadão entre dois mundos, há-de se sentir tão bem nos dois, a fim de que finalmente as Minhas palavras sejam entendidas e a Minha descida ao vosso planeta seja apreciada e aceite com amor. Será a época em que o dragão será abatido e preso, e os dez mandamentos de Moisés e os Meus dois únicos mandamentos serão entendidos em toda a sua acepção. Nessa época de paz e de calma, o Meu Reino espiritual também participará, a fim de que aqueles que ficaram para trás possam progredir pelo exemplo dos homens vivos, muito melhor do que até então. 13 Esta época é designada na Revelação como o Reino dos Mil Anos, ou seja, a Nova Jerusalém (Ap 21:9-27. Antigamente, Jerusalém era o lugar onde se conservava a Arca no Templo, na qual ardia o fogo eterno e se anunciava apenas os salmos e os incensos nos altares de sacrifício como ofício puro para Jeová. Esta Jerusalém, maculada e ultrajada pelos seus próprios sacerdotes através da Minha morte como homem, em vez de trazer a benção conseguiu a maldição sobre si; esta Jerusalém, cuja queda foi anunciada pelos profetas e confirmada por Mim, há-de descer espiritualmente sobre o vosso planeta. Hão-de voltar, como no seu início, a paz e a calma para os que as aceitam Naquele que pregou, Naquele que sofreu, foi crucificado, porém também ressuscitou. Esta cidade, como símbolo da primeira comunidade do Criador com Suas criaturas, descerá com a palma da paz conquistada pela filiação divina, após luta e sofrimento. Assim como naquele tempo os judeus conheciam apenas uma Jerusalém, também haverá posteriormente apenas uma Igreja, haverá um Pastor e um rebanho. As seitas religiosas desaparecerão. Deus, o Criador e Senhor, que caminhou sobre o vosso planeta, será reconhecido como Aquele que Foi, É e Será eternamente vosso Guia e Pai de todos. A comunidade do mundo espiritual ainda levará um acréscimo para a Minha Vinda Pessoal entre os Meus filhos, a fim de consolá- los e provar-lhes definitivamente que tudo aquilo que Eu disse e que escreveram os Meus apóstolos e o que João disse em sua Revelação se cumprirá. Quando terminarem todas as guerras espirituais e materiais, facilmente Eu serei compreendido e o Meu mandamento seguido de modo espontâneo, que começa com o amor ao próximo e termina com o amor a Deus. Ainda assim, há-de seguir ao Reino dos Mil Anos uma época em que a natureza animal dos homens fará um esforço tremendo, aliás, o último em que o grande espírito caído (Lúcifer) há-de querer arregimentar as suas falanges. O seu esforço será em vão e ele mesmo terá que se defrontar com a pergunta: para a frente ou para trás? – o que definirá o seu ser ou não ser. Eis o escopo básico da Revelação de João; dado em símbolos, mas lido com olhos e linguagem espiritual, demostrará claramente como esta florzinha do amor que Eu depositei no coração dos homens jamais poderá ser arrancada, não obstante todos os planos dos regentes no sentido material e espiritual. Esta semente de origem divina jamais poderá ser destruída. 14 O amor é o Meu Predicado Original e foi o motivo pelo qual Eu criei o Universo. Por acaso seria possível que esta chama se perdesse ou fosse destruída? Em vão todos procuraram abalar esta construção e também as criaturas tentaram a interpretação errónea das Minhas palavras. Todo o erro caiu sobre elas, sendo obrigadas a colher o que tinham semeado. Deste modo, podemos ver aos poucos como todas as explicações científicas e os argumentos sinuosos contra a Palavra de amor da Escritura Sagrada se derreterão como neve diante do sol da Verdade. Quanto maior for a resistência de um lado, tanto mais rápido será o processo do outro lado. O resultado final de todas essas maquinações há-de incentivar a Minha Doutrina, levando-a a uma luz justa, preparando o ingresso para o Reino dos Mil Anos. A Nova Jerusalém será o templo simbólico da Paz e da União entre Mim, a humanidade e o mundo espiritual, no qual não haverá mais consequências e taças da ira, mas sim os seres que vivem neste planeta, tanto na flora como na fauna, aceitarão o mesmo tipo de amor como ele é produzido dentro de cada um. A humanidade total, sustentada pelos laços do amor, há-de ajudar a todos, onde não haverá senhor, nem servo, e somente o amor de irmãos, unindo todos os povos, fazendo desaparecer os limites territoriais, e os regentes e os papas não poderão mais influenciar, física e espiritualmente (Ver – Hebreus 12:22-29). No seu íntimo, através de uma religião racional, hão-de ouvir as orientações de outros espíritos e a Minha própria voz lhes despertará a verdadeira fé. Deste modo, o intercâmbio com o mundo espiritual se tornará um meio de união pelo qual foi banida a morte com os seus pavores e apresentado o outro mundo, tal qual ele é. Eis a explicação espiritual e total de João, não como o mundo a espera de Mim, mas como deveria entendê-la, caso fosse capaz de ler com os olhos do espírito. Símbolos serão sempre símbolos, mas cada símbolo contém um pensamento que procura se expressar individualmente. Não deveis procurar entender literalmente os quadros do Apocalipse, porque deste modo haveis de chegar a muitos contra-sensos. Além do mais, é preciso aceitar que no reino dos espíritos existe uma outra associação de ideias e pensamentos que entre vós. As visões transmitidas a João devem ter um outro carácter do que a vossa ordenada linguagem actual. Em outras épocas, a expressão de um pensamento não era transmitida por palavras, mas por quadros simbólicos. Ainda hoje as línguas orientais usam os quadros simbólicos. Eis uma reminiscência de um tempo passado, no qual a humanidade estava mais próxima da sua origem, portanto, mais próxima também do mundo espiritual. 15 Todas essas provas demonstram que após se entrar numa vida espiritual, segundo o grau de crescimento, a linguagem e a transmissão entre espíritos é outra que a palavra demorada e cansativa que usais para transmitir apenas um pensamento. Toda a Minha Criação nada mais é do que uma linguagem espiritual, e ela continuará assim, até que possais entender o porquê mais profundo que provocou a sua criação. Assim como tendes a vossa linguagem e a Minha na natureza visível, também os espíritos das regiões superiores usam a sua linguagem que, aparentemente, não transmite aquilo que ela oculta. Eis o porquê do esforço inútil dos vossos filósofos, em querer enquadrar imagens de natureza espiritual em palavras humanas. Também é o motivo das Minhas actuais revelações, a fim de levar-vos à explicação da grande Revelação ao lado de Minha Criação espiritual. Deixarei ao vosso critério o entendimento destes quadros pacíficos, explicando somente os mais rigorosos, nos quais aparentemente só regiam a Ira Divina e o Julgamento, a fim de que não menosprezeis a Deus, que é apenas Amor. Está-se aproximando uma época em que o vento espiritual se torna mais forte. Hão-de surgir falsos profetas, conforme consta na Bíblia. Abusos serão feitos contra a Minha Doutrina Pura, com a contribuição de espíritos; enfim, com tudo aquilo que possa servir à satisfação das paixões humanas. Antes que o Reino da Paz se aproxime, os próprios homens hãode derramar as taças da ira, porquanto os partidos espirituais e materiais se enfrentarão cada vez mais tenazmente, à medida que o tempo chega ao fim. Através desta luta se cumprirão as últimas taças da ira para aqueles que confessam que todo o esforço contrário e toda a depressão e miséria são a causa do choro e ranger de dentes. Uns serão desolados, outros aguardarão o fim cheios de fé e também a vitória da causa com resignação. A maior parte da Revelação já passou, como cruz de evolução. Resta apenas o pior. Paciência e confiança em Mim. Se quiserdes ser ou tornar-vos Meus filhos, mostrai-vos dignos desse nome, que a palma da vitória não vos faltará. Preparai-vos para tudo. Não sou Eu, mas a natureza humana. A descrença artificialmente construída pelos homens, o incontido domínio e a ganância pelo dinheiro, cumprirão também o quadro das taças da ira e de advertência. Há-de dar-se um processo de purificação antes que Eu volte a pisar o vosso ambiente; assim como uma tempestade purifica o ar do mormaço, atraindo para o solo todas as vibrações nocivas, para que volte a soprar uma brisa pura. O mesmo se dá com um processo espiritual: como a reacção é forte, surgirão rompimentos fortes, sem os quais não haverá uma definição. 16 Na Terra toda a luta há-de terminar da seguinte maneira: Todos os partidos hão-de reconhecer a sua inaptidão e a Minha omnipotência, contra a qual não há resistência. Aceitai esta explicação da Revelação, como um quadro que representa todas as fases que uma ideia de Deus teve de passar, a fim de chegar ao seu verdadeiro valor. É um simbolismo que demonstra o quanto custa, para que o bem venha a vencer o mal. Como pensadores espirituais, aceitai estes quadros como prenúncios interpretadores. Assim como João previu este processo no Cristianismo, espiritualmente, também da mesma forma ele ocorre na vida de cada um, como processo espiritual e material. Hão-de ser despejadas lutas e taças da ira sobre as ideias. Feliz aquele que, aproveitando o pior, consegue absorver algo de salutar para si. O processo da purificação e evolução em toda a parte é o processo do espírito contra a natureza animal, sacrifício de si mesmo e tolerância para com os outros. Que cada um analise a sua vida, podendo então decifrar a sua história nestes quadros da Nova Revelação. *** A MINHA OPINIÃO VIRTUDE Como filhos de Deus e mordomos de Cristo, um ser humano que tenta ser “virtuoso” é todo aquele que, inspirado pela excelência moral, vive focado em Deus. Quererá o Senhor chamar a nossa atenção para a importância da “virtude” nas nossas vidas? Necessitamos de força interior para lutar pela integridade das nossas convicções com fé, agindo com prudência; orando para que possamos trilhar o caminho certo no temor do Senhor, procurando levar uma vida justa e moderada. E, fundamentados nas Escrituras, devemos declarar com toda a certeza: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Omnipotente descansará.” (Salmo 90:1) Devemos viver com a disposição natural para a prática do bem; em tudo activos na esperança e na caridade, e não apenas 17 reconfortados numa fé árida de expressões de amor ao próximo. Só assim poderemos viver em estado de graça e paz interior; adorando o Pai através de uma vivência diária, encarando a vida como a bênção que ela é. Existe uma expressão conhecida e pronunciada religiosamente: “Na unidade do Espírito Santo”, o mesmo que na Unidade de Deus. Essa unidade é algo tão maravilhoso, que todo aquele que consegue a graça de poder experienciá-la (com maior ou menos percepção), acaba por sentir-se transformado, notando que os seus sentidos se tornam mais despertos, através da revelação do Alto, apercebendo-se da necessidade do outro, sem que este precise falar; em suma, acede-se a um conhecimento transmitido ao coração de forma natural, através do Espírito Santo. Vivenciando a comunhão com o Senhor numa união sem barreiras de espécie alguma, o que parece ser impossível torna-se possível no Amor do Pai, que tudo pode e dá sem reservas, conquanto os Seus filhos estejam preparados para O receber, com humildade e sinceridade de espírito. E a virtude faz-se presente – caminhando no mundo como se não pisássemos a terra, com o corpo aqui, e o coração em comunhão plena com Deus. Aí, não há nem ricos nem pobres, analfabetos ou eruditos, primitivos ou civilizados. Não há diferença de raças, costumes ou ideologias. Somos todos absolutamente iguais, sentindo-nos felizes que assim seja. Pois tudo o que é material é vã ilusão, sem valia nem benefício que nos traga algum proveito na eternidade. Quando um espírito alcança um laivo de entendimento e discernimento no temor do Senhor, começa a reconhecer onde reside a vaidade e frivolidade exteriores, que pretendem separar o inseparável com distracções banais. Ao longo da vida, vamos compondo “a nossa coroa”, a única coisa que levamos connosco e que não sucumbe com a nossa morte física. Cada acto e gesto de amor incondicional é o entretecer terno e contínuo dessa “coroa” que nos identifica como filhos de Deus. O aperfeiçoamento da alma e uma vida de virtude contribuirão para que essa coroa, no futuro, seja a nossa “coroa de glória” na vida eterna. Ou seja, o que determinará quão perto ou distantes estaremos da Verdadeira Luz e do Trono da Graça do Altíssimo. Depende das opções que cada um de nós tomar, aqui e agora, o mesmo que dizer, todos os dias da nossa vida. 18 Que diremos pois? Alguém dirá: “Eu acredito; oro, jejuo, leio a Bíblia e glorifico a Deus. Em suma, faço tudo direitinho de acordo com as Sagradas Escrituras, mas quanto ao resto, o meu dia é muito ocupado e o tempo é curto …” Ou ao invés, deveríamos pedir a Deus num murmúrio: “Senhor, ensina-me cada dia a suplantar-me a mim próprio em amor, graça, bondade, misericórdia, carinho e fé, espalhando o bem ao meu redor, para sentir a Tua presença no mais íntimo do meu ser, e ser um testemunho vivo de que habitas em mim.” Queiramos pois ter em nós o Deus dos milagres, esforçandonos por caminhar pelo caminho estreito que nos foi proposto por Jesus. E assim, reconheceremos que somos mais do que um corpo que deperece. Não há que temer a morte quando sabemos o que nos espera do outro lado. Somos um espírito eterno, criado desde o início dos tempos para vivermos para sempre com o nosso Criador – Deus e Pai. Deus Todo-Poderoso é o Virtuoso Supremo e Excelso. Ele é o Sublime Maestro do Universo Infinito. Ele é o Todo, O Grande “Eu Sou”. Que a virtude habite nos nossos corações, para que um dia, quando chegar a hora de nos apresentarmos diante do Senhor, possamos humildemente colocar a Seus pés, a nossa pequenina “coroa”. Procuremos aperfeiçoar a nossa “coroa” para que cada dia se torne mais bela e perfeita. Se gostamos de oferecer coisas bonitas ao nosso pai terreno, quanto mais nos devemos esforçar para que a nossa pureza espiritual seja o que de melhor possamos entregar ao nosso Pai Eterno. Que o amor e a virtude passem a ser uma realidade nas nossas vidas, até esse dia chegar. Que assim seja! Irmã Manuela Diniz *** 19 NOTÍCIAS DE BETÂNIA O Novo sítio na Internet já foi instalado. Mostra toda a nossa actividade e é fácil de pesquisar. Visite-nos em – www.refugiobetania.org e dê-nos a sua opinião para melhorarmos a apresentação. *** MOVIMENTO DA TESOURARIA Receita de Setembro de 2015 Contribuições dos Associados do Refúgio Betânia(1€/dia). 390,00 € Ofertas diversas para a Caridade ………………………… 103,00 € Total da Receita ….………………………………………… 493,00 € *** LUGAR À POESIA A VIDA Afundamos o barco no caminho Da nossa travessia pela vida. Mas afundemo-lo devagarinho, Para que a alma não fique perdida. A alma, essa, não a percamos No mar da nossa vida desvairada. Porque depois, se não a encontrarmos, Da nossa vida não restou mais nada. Ó meu pai, minha mãe, filhos, irmãos; Ó família, ó meus doces amigos, Abraçai-me, pegai nas minhas mãos, Deixai que eu perca todos os sentidos. Que de mim não reste mesmo nada, Senão o amor que eu tenho para vos dar. Para não me sentir abandonada No mar alto, sobre as ondas do mar, Neste barco que mesmo de mansinho, Num dia triste se vai afundar … Mas Jesus Cristo o virá resgatar. Irmã Maria Gabriela 20 Leia a Bíblia e ‘O Grande Evangelho de João’ “A Luz Completa” “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há-de vir.” (Evangelho de João 16:13) “Eis a razão, porque agora transmito a Luz Completa, para que ninguém venha a desculpar-se numa argumentação errónea de que Eu, desde a minha presença física nesta terra, não Me tivesse preocupado com a pureza integral de Minha doutrina e de seus aceitadores. Quando voltar novamente, farei uma grande selecção e não aceitarei quem vier escusar-se. Pois todos os que procurarem com seriedade acharão a verdade.” (O Grande Evangelho de João – volume I – 91:19-20) Rua do Padre Alexandre, 6 4100-036 PORTO – PORTUGAL www.refugiobetania.org refugiobetania@gmail.com NIF: 510 601 960 NIB: 0036 0188 99100037251 13 IBAN: PT50 0036 0188 99100037251 13 SWIFT: MPIOPTPL (Distribuição gratuita) 

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